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Câncer e maternidade – uma equação possível

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“É uma obrigação do oncologista compartilhar essa possibilidade com a mulher: não é porque ela teve câncer que ela não pode ser mãe depois do diagnóstico”, define a oncologista Debora Gagliato, integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer.

A preservação da fertilidade é uma dúvida frequente para as mulheres que recebem o diagnóstico de câncer e mantêm o desejo da maternidade. Dependendo do tipo de tumor e da extensão da doença, a cirurgia, os medicamentos e as mudanças que ocorrem no corpo podem adiar – e até impedir – o sonho e os planos de uma gravidez.

O tema já foi abordado no material informativo publicado no início de 2022 pelo Instituto Vencer o Câncer e nas histórias das pacientes Telma de Oliveira, Lyana Cabral e Tânia Conservani.

“Quando uma mulher é diagnosticada com câncer de mama, por exemplo, ela deve ter opção de preservar a capacidade de ter filhos depois do tratamento”, ressalta Debora Gagliato. A oncologista explica que isso é feito, em geral, mediante uma coleta de embriões ou óvulos, dependendo se a paciente tem ou não parceiro. “É fundamental que essa discussão ocorra antes da quimioterapia. Em geral, o tratamento pode ter impacto na fertilidade da mulher, na capacidade dela de coletar óvulos”, destaca Debora.

O procedimento para coleta dos óvulos é rápido, seguro e não impacta no tratamento. A paciente não necessita estar numa determinada fase do ciclo menstrual para poder induzir o processo.

A gravidez depois do diagnóstico

A oncologista Debora Gagliato reforça que a paciente pode, sim, engravidar depois do diagnóstico de câncer. “Há vários estudos e compilados de dados individuais que mostram que pacientes de câncer de mama que estão sem a doença podem engravidar, sem aumentar o risco de recidiva e nem de morte relacionada ao tumor”, acrescenta.

Uma das grandes questões, ainda, é o tempo. “Muitas vezes a mulher já está perto dos 40 anos quando recebe o diagnóstico e não dá para esperar cinco anos para permitir que ela engravide”, pondera a médica. Em geral, pode ser permitida uma pausa temporária no tratamento, após um período de dois anos do tratamento inicial, para que a mulher possa engravidar numa idade factível para ter um filho. “Diversas pesquisas mostram que uma boa parcela de pacientes com câncer que fazem técnicas de fertilização assistida consegue ter sucesso. Não há problema do ponto de vista da saúde do bebê; em geral eles não têm maior risco de malformação, de alterações cromossômicas. Então é seguro tanto para a mãe quanto para a criança”, diz Débora.

Para acessar o material informativo do Instituto Vencer o Câncer sobre fertilidade e sexualidade, clique aqui

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