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Todas as cores do câncer: Conhecer para combater

Laço de combate ao câncer com corez vermelho, amarelo e roxo sobre fundo azul.

No IVOC, acreditamos que o conhecimento é uma das melhores armas para vencer o câncer.

 

Rosa, azul, verde, lilás, laranja… Ao longo do ano, laços de diferentes cores representam a luta contra diversos tipos de tumores: mama, próstata, cabeça e pescoço, ovário, fígado, pâncreas, testículo, pele… Essas ações direcionadas são importantes para discutir os vários aspectos da doença. Mas durante todo o ano o Instituto Vencer o Câncer (IVOC) trabalha para aumentar o conhecimento, melhorar as políticas públicas, saber o que há de inovação e disseminar informações sobre todos os tipos de câncer. E no mês de abril, aproveitando o dia 8, Dia Mundial de Combate ao Câncer, une-se à campanha Abril Branco para lembrar de todas as cores do câncer.

“Pacientes e familiares necessitam de informações de qualidade para entender o que estão vivenciando. Essa é uma de nossas missões: levar conhecimento de profissionais altamente abalizados, de uma forma clara e que fale da situação do paciente”, avalia Fernando Maluf, um dos fundadores do IVOC. “Nessa guerra, o câncer é o inimigo e precisamos conhecer os pontos fortes e fracos dele.”

O tema é essencial em saúde nos dias atuais, já que é a segunda principal causa de morte no mundo. Segundo estimativa da Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC), agência da Organização Mundial da Saúde (OMS), foram registrados no mundo em 2018 mais de 18 milhões de novos casos de câncer, com a morte de mais de 9,6 milhões de pessoas devido à doença. “Em mortalidade, o câncer está atrás das doenças cardiovasculares, mas por estimativa da OMS esse número deve mudar nas próximas décadas e, infelizmente, deve ser a primeira causa de morte no mundo. No Brasil, temos dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) do ano passado: foram cerca de 150 mil casos novos de câncer em homens e cerca de 158 mil novos casos de câncer em mulheres”, alerta a oncologista Graziela Zibetti Dal Molin, membro do Comitê Científico do IVOC, que esclarece importantes aspectos para entender a doença.

 

O que é o câncer

Câncer é a multiplicação desordenada de células doentes no nosso corpo – ainda não se sabe exatamente o motivo pelo qual isso acontece. Existem diversos mecanismos pelos quais uma célula do nosso corpo começa a se multiplicar de maneira errada – pode ser por uma dificuldade do nosso sistema imunológico, alguma mutação genética herdada ou adquirida por nós, por uma questão externa, por fatores como obesidade, uso de álcool e sedentarismo.

 

Diferença entre tumores benignos e malignos

Com a multiplicação errada das células, muitas vezes elas se multiplicam e ficam localizadas em uma região do corpo, em outras começam a se multiplicar e invadir outras estruturas do corpo, invadir outros órgãos. Quando ocorre essa multiplicação espalhando-se para outros órgãos chamamos de tumores malignos (câncer), que precisam ser tratados. Os tumores benignos não causam mal à saúde, não vão levar à morte do indivíduo e muitas vezes não precisam nem mesmo de tratamento. De forma geral, os tumores benignos não se tornam malignos.

 

O que é metástase

A doença localizada é quando o tumor se localiza apenas em um órgão – é mais indolente, menos agressivo. A metástase ocorre quando a célula cancerígena sai do local de origem e vai para um outro órgão. Quando ocorre a metástase, geralmente o quadro é considerado mais grave e na maioria das vezes incurável. Felizmente com novos tratamentos temos reduzido a chance de tumores causarem metástases.

 

Câncer hereditário

Sabemos hoje que a grande maioria dos tumores são esporádicos – o paciente vai ter o câncer, mas isso não tem nenhuma relação com outros familiares, ou seja, não é um tumor hereditário, que é passado de pai/mãe para filho. Os tumores hereditários representam cerca de 10% de todos os tipos. Existe um conhecimento cada vez mais aprofundado em oncogenética, que é a relação entre hereditariedade e câncer. Essa área tem crescido muito, são realizadas várias pesquisas relacionadas ao tema pelo mundo, o que proporciona um conhecimento maior da relação entre hereditariedade e câncer.

Sabemos, por exemplo, que no câncer de mama, cerca de 15% no mundo é hereditário, passa das mães para as filhas. O principal tumor que está relacionado ao câncer de mama é o câncer de ovário. Há uma síndrome chamada câncer mama-ovário e o principal gene relacionado com esse tumor é o BRCA.

 

Rastreamento

Existem diversos exames que possibilitam diagnosticar precocemente vários tipos de tumores: mamografia para o câncer de mama, Papanicolau para o câncer de colo uterino, PSA e toque retal para o câncer de próstata, colonoscopia para o câncer de intestino e tomografia de tórax para os tabagistas ou ex tabagistas. Em grande parte dos tumores diagnosticados no início por exame de prevenção, rastreamento, a chance de cura é bastante alta.

 

Vacina de HPV e prevenção

No Brasil, o câncer de colo de útero é a terceira causa de câncer em mulheres. Nos países desenvolvidos, como Estados Unidos, Austrália, países da Europa Ocidental é mais difícil encontrar esse tumor e a maioria é diagnosticada no início, fazendo com que o risco de morte por esse câncer seja extremamente baixo. A diferença está na prevenção com vacina de HPV e rastreamento com exame de Papanicolau para descobrir precocemente. A Austrália é um dos países com maiores taxas de mulheres e crianças vacinadas pelo HPV e o que se constatou recentemente é que essa doença está sendo extinta no país.

 

Veja também: Vacina do HPV é segura e eficaz

 

Inovações nos tratamentos

Estamos vendo uma mudança de paradigma no tratamento da maioria dos tipos de câncer como nunca foi visto antes. Várias drogas novas estão sendo comercializadas, aprovadas para diversos tumores e mudando radicalmente os tratamentos. Cada vez mais conseguimos deixar a quimioterapia, que tem mais efeitos colaterais, como uma opção posterior. Para o câncer de mama, por exemplo, temos aprovação de diversas drogas orais com quantidade de efeitos colaterais bem menor do que a quimioterapia, que provoca perda de cabelo, vômito, fraqueza.

Vários estudos foram realizados para câncer de pulmão, câncer de bexiga, de rim, melanoma com imunoterapia e se percebeu que ela tem sido superior em vários cenários em relação à quimioterapia, com menos efeitos colaterais e melhor controle de sintomas. Com essas inovações conseguimos cada vez mais aumentar a sobrevida e a qualidade da vida dos pacientes.

 

Testes genéticos

Os testes genéticos têm mudado o tratamento da oncologia. Cada vez mais entendemos que cada pessoa é uma e o tratamento precisa ser personalizado — e a incorporação de testes genéticos está fazendo isso. Ainda não é uma realidade para todos os tipos de tumores, mas têm sido desenvolvidas pesquisas para isso. Muitas vezes, dependendo da característica do tumor, da característica do próprio paciente, podemos fazer testes genéticos, chamados também de assinaturas genéticas, e conseguimos ter algumas avaliações do real risco genético. Por exemplo, do paciente após uma cirurgia ter uma recidiva, ou seja, do câncer voltar e de avaliar se há necessidade de fazer quimioterapia. Isso já é realidade para o câncer de mama. Numa situação de uma paciente com câncer de mama mais inicial, após a cirurgia faz esse teste genético e se demonstrar que o risco de a doença voltar é pequeno, muitas vezes não é necessário realizar quimioterapia. Por outro lado, também acontece de o resultado do teste mostrar que é preciso um tratamento mais intensivo para reduzir o risco do câncer voltar.

 

Recidiva e sistema imunológico

Ainda não sabemos exatamente os motivos do retorno do câncer, há muitos estudos em andamento para obter essa informação. Existem alguns pontos que a ciência já sabe e um deles é que muitas vezes o gatilho para uma doença retornar, para o paciente ter recidiva, é a relação com a imunidade da pessoa. Nosso sistema imunológico está em constante defesa de todos agentes externos, para não ficarmos doentes. Por alguns motivos que ainda não compreendemos completamente, o sistema imunológico de uma pessoa com câncer muitas vezes para de funcionar ou funciona de uma maneira não tão eficaz e esse é um dos motivos da recidiva. Existem diversos motivos pelos quais o sistema imunológico pode não funcionar tão bem. Sabemos que atividade física e alimentação adequada são extremamente importantes para manter o sistema imunológico funcionando adequadamente e ajudar a evitar recidiva

 

Fonte: Informações da dra. Graziela Zibetti Dal Molin

 

Abril Branco

A ONG Projeto Camaleão promove a terceira edição da campanha Abril Branco – o câncer em todas as cores, para trazer à tona o debate sobre a doença também no início do ano, falar de conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce e acolhimento da pessoa diagnosticada. O objetivo é unir todas as pessoas diagnosticadas com a doença, independentemente do tipo de neoplasia, gênero, condição social ou idade.
Este ano, a campanha conta com o apoio de grandes iniciativas nacionais, como o Instituto Vencer o Câncer, o Movimento Todos Juntos contra o Câncer e o Instituto Oncoguia. Através de uma parceria com essas entidades, que disponibilizaram seus conteúdos, foi lançado o site abrilbranco.org.

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