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Classificação das práticas integrativas

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As práticas integrativas e complementares podem ser agrupadas de diversas formas. A seguir, uma classificação possível, segundo o National Center for Complementary and Alternative Medicine (NCCAM), e alguns exemplos para cada domínio. É importante dizer que não há como classificar essas práticas de forma absoluta. Algumas delas podem pertencer a mais de um domínio.

Práticas manipulativas e corporais

Essa categoria inclui métodos baseados na manipulação e/ou movimento do corpo, focando primariamente nas estruturas e sistemas do corpo, incluindo ossos, articulações, músculos e sistemas circulatório e linfático. O toque, em geral, pode trazer ao paciente uma experiência de contato com seu próprio corpo, consigo mesmo, e até uma sensação de prazer em meio às “picadas” e aos procedimentos desagradáveis que fazem parte da rotina do tratamento.

  • Quiropraxia: foca na relação entre estrutura e função, e em como essa relação afeta a preservação e a restauração da saúde. O profissional manipula principalmente a coluna vertebral.
  • Osteopatia: dá ênfase ao sistema musculoesquelético, acreditando que todos os sistemas do corpo trabalham juntos, e que um distúrbio em um deles pode afetar outra função ou sistema.
  • Massoterapia: O termo massoterapia engloba muitas técnicas diferentes. Em geral, terapeutas pressionam, friccionam ou manipulam os músculos e as articulações do corpo. A massagem é usada para uma variedade de propósitos relacionados à saúde, incluindo relaxamento, alívio da dor, reabilitação de contusões esportivas, redução de estresse, alívio da ansiedade, depressão e bem-estar geral.
  • Técnica de Alexander, Pilates e Método Feldenkrais: São terapias de movimento que ajudam o indivíduo a melhorar a postura e a movimentação.
  • Outros exemplos: reflexologia, rolfing, terapia craniossacral e eutonia.

Sistemas médicos integrais

São sistemas completos com suas próprias teorias e práticas que evoluíram através do tempo, independentemente da abordagem biomédica convencional, e alguns muito antes dela. Vários são os sistemas tradicionais de medicina, por exemplo, a Ayurveda (medicina indiana), a medicina tradicional chinesa e a medicina tibetana, entre outros sistemas que se desenvolveram nos últimos séculos, como a homeopatia, a medicina antroposófica e a naturopatia, que enfatizam a restauração da saúde mais do que o tratamento da doença.

Práticas mente-corpo

Elas têm como foco as interações entre cérebro, mente, corpo e comportamento, além dos meios pelos quais fatores emocionais, mentais, sociais, espirituais e comportamentais podem afetar a saúde. Em sua essência, valorizam o autoconhecimento e o autocuidado. Intervenções Mente-Corpo empregam uma variedade de técnicas para facilitar a capacidade da mente de influenciar as funções corporais e os sintomas,  baseando-se no princípio da reciprocidade, no qual a mente afeta o corpo e o corpo afeta a mente. Quando um relaxa, o outro também relaxa.

Meditação
Meditação
  • Meditação da Atenção Plena (Mindfulness): é uma síntese de princípios fundamentais das meditações budistas: 1) Prestar atenção intencionalmente; 2) Estar no momento presente e; 3) Não julgar. Estudos sobre o impacto de um programa de redução de estresse por meio do método de Meditação da Atenção Plena (Mindfulness-Based Stress Reduction, MBSR), aplicado por oito semanas em pacientes com câncer, revelam diminuição dos distúrbios do sono e significativa diminuição do estresse, dos transtornos de humor, da fadiga e de condições como dor, estresse, ansiedade, depressão e desordem alimentar.
  • Musicoterapia: A Federação Mundial de Musicoterapia a define como “a utilização da música e/ou seus elementos por um musicoterapeuta qualificado, visando […] alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas”. A musicoterapia facilita a comunicação, traz conforto através de músicas e letras familiares, melhora o humor e inspira reflexões. Cantar com outras pessoas diminui o isolamento e aumenta a integração social.
  • Arte-terapia: A arte-terapia usa o processo criativo para permitir a consciência e a expressão das emoções do indivíduo. Para pessoas com câncer, elas podem estar ligadas à doença, à hospitalização e aos relacionamentos, entre outros.
  • Calatonia: Criada na época da Segunda Guerra Mundial pelo médico húngaro Petho Sandor, a calatonia é uma técnica de relaxamento que atua como agente restaurador e reconstituinte no plano físico e psíquico. Através de toques sutis, a calatonia produz um relaxamento gradativo das tensões musculares, emocionais e mentais, e sensação de bem-estar.
  • Método Meir Schneider – Self-Healing: Criado na década de 1970, esse método é fundamentado em massagem, movimentação ativa e passiva, respiração, consciência corporal, visualização e relaxamento, que são usados não apenas para o tratamento de uma doença específica, mas para modificar as condições gerais do paciente. Produz relaxamento, flexibilidade e vitalidade, e estimula a habilidade inata do corpo de retornar ao seu estado natural.
  • Ioga: Criada na Índia há muitos milênios, a ioga pode ser considerada, essencialmente, um caminho que nos leva à união com o todo. Nas diversas formas conhecidas – algumas tradicionais e outras mais modernas – a ioga está presente no mundo ocidental como uma prática que oferece integração mente-corpo-espírito, relaxamento, vitalidade, autoconhecimento e equilíbrio através de exercícios meditativos, respiratórios e físicos.
  • Outros exemplos: Técnicas de respiração, visualização dirigida ou criativa, prece, hipnose, técnicas de relaxamento e terapia cognitiva comportamental.

Práticas biológicas

Essa categoria inclui práticas biológicas e naturais, intervenções e produtos, muitos dos quais se sobrepõem ao uso convencional de suplementos dietéticos. Práticas biológicas não podem ser consideradas de baixo risco, e produtos naturais não são necessariamente produtos seguros. O uso de substâncias biologicamente ativas requer o acompanhamento direto do profissional responsável.

Práticas energéticas

Focam em campos de energia (cuja existência não é comprovada de modo experimental) que se originariam no próprio corpo ou provenientes de outras fontes. Algumas terapias trabalham com o equilíbrio da energia vital através de pressão e/ou manipulação do corpo com as mãos, enquanto outros métodos se utilizam da transferência de energia para o paciente por meio de diferentes ferramentas.

  • Tai Chi Chuan: Antiga arte marcial chinesa, o Tai Chi Chuan pode ser considerado como uma forma de cuidado com a energia vital (chi). Através do movimento, respiração, automassagem e alongamento, o praticante desenvolve serenidade, harmonia, relaxamento e uma atitude de respeito às leis naturais que regem o equilíbrio global.
Tai Chi Chuan
Tai Chi Chuan
  • Reiki: É uma prática de cura originária do Japão. Através do toque suave das mãos do terapeuta, colocadas na cabeça e no tronco do paciente, a chamada energia vital universal (Reiki em japonês) flui para o corpo, gerando relaxamento, vitalidade, apaziguamento e conforto. O Reiki pode trazer benefícios em situações como fadiga, ansiedade e dor, entre outros sintomas comuns ao câncer e seu tratamento. É uma prática que pode ser aprendida pelo paciente e pelos familiares.
Reiki
Reiki
  • Jin Shin Jyutsu: Busca trazer equilíbrio energético para o indivíduo. Trabalha com as chamadas “travas de segurança de energia”, facilitando a habilidade natural de autocura e gerando equilíbrio entre corpo, mente e espírito.
Acupuntura
Acupuntura
  • Acupuntura: A acupuntura inclui uma série de procedimentos que envolvem a estimulação de pontos específicos do corpo por meio de uma variedade de técnicas, entre elas a penetração da pele com agulhas (Figura 4). Um dos componentes fundamentais da medicina tradicional chinesa e uma das mais antigas práticas de cura no mundo, a acupuntura busca gerar o equilíbrio entre yin e yang, as polaridades da energia vital a que os chineses chamam de qi (chi). Alguns métodos de acupuntura não são invasivos, o que permite que ela seja usada em casos em que a penetração habitual de agulhas não é recomendável. Exemplos dessas técnicas são a moxabustão, a aurículo-acupuntura e a laserterapia.
  • Moxabustão: Método não invasivo de acupuntura que consiste na aplicação de calor com bastão geralmente feito de algodão e Artemísia vulgaris, a uma distância que permita aquecer a pele sem queimá-la.
  • Aurículo-acupuntura: Aplicação nas orelhas de pequenas agulhas, sementes ou pequenas esferas, que poderão ser deixadas no local por alguns dias.
  • Laserterapia: Outro método não invasivo de acupuntura, baseado na aplicação de radiação luminosa polarizada que intensifica ou, em certos casos, até substitui a aplicação de agulhas.
  • Aikido: Arte marcial japonesa, criada por Moriei Ueshiba, ensina o praticante a conectar-se com seu hara (centro de energia vital) de modo a criar um estado de força, calma e uma atitude de não resistência, ensinamentos valiosos na vivência da doença e seus sintomas.
  • Outros exemplos: Chi Kung, Toque terapêutico, Shiatsu, Johrei e Pranic Healing.
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