Cuidados são essenciais para pacientes oncológicos, que correm maior risco de desenvolver a forma mais grave da doença
Os pacientes oncológicos correm o mesmo risco de contrair coronavírus (COVID019) que as pessoas em geral – a suscetibilidade maior, explica Luis Fernando Aranha Camargo, médico infectologista do Hospital Albert Einstein e da Universidade Federal de São Paulo, é de desenvolver a forma mais grave da doença, assim como pessoas idosas, com pressão alta, problemas cardíacos ou diabetes. Ele lembra que a análise de dados oficiais da China, divulgada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), apontou que enquanto a taxa de mortalidade geral do coronavírus é de 2,3%, nos pacientes com câncer fica em 5,6%.
“As principais orientações são as mesmas para evitar contaminação por qualquer vírus: lavar bem as mãos e manter a etiqueta respiratória (usar lenço descartável quando tossir ou espirrar e descartar – se não tiver lenço, não usar as mãos, mas o antebraço) ”, alerta o oncologista Fernando Maluf, um dos fundadores do Instituto Vencer o Câncer (IVOC). A indicação vale, também, para cuidadores e familiares de pacientes. Maluf destaca que é importante avisar o médico caso haja qualquer sintoma como febre ou tosse, que possa sinalizar uma doença respiratória importante. Antonio Buzaid, oncologista e também um dos fundadores do IVOC enfatiza que manter alimentação saudável é importante para todas as doenças e a infecção pelo coronavirus não é exceção.
Camargo ressalta que é importante o paciente seguir a recomendação de tomar anualmente a vacina contra a gripe – influenza. O infectologista aconselha ainda que os pacientes evitem contato com pessoas que tenham quadros gripais ou respiratórios que provenham de área de risco ou que tenham tido contato com pessoas que podem ter se infectado. “Se for inevitável, deve-se usar máscara cirúrgica e fazer a lavagem das mãos”, diz, reforçando a recomendação universal: não viajar para países de maior risco para coronavírus, a menos que seja totalmente indispensável.
Enquanto os pacientes em tratamento e que estão em recuperação ficam mais suscetíveis para a forma mais grave da doença, Camargo tranquiliza quem já teve câncer há bastante tempo e está controlado, avisando que a resistência pode ser igual a de quem nunca teve tumor. “Varia muito de caso para caso, mas se for um câncer de muito tempo controlado, provavelmente a resistência se equipara à população em geral”.
O infectologista chama atenção para a importância de buscar informações confiáveis em órgãos oficiais, como o Ministério da Saúde ou as secretarias estaduais de saúde.
Coronavírus (COVID019) é a doença causada pelo coronavírus, família de vírus que provocam infecções respiratórias. O Ministério da Saúde avisa que os sinais da doença são principalmente respiratórios, podem provocar febre, tosse e dificuldade para respirar, além de causar infecção no trato respiratório inferior, como pneumonia. O órgão informa que é preciso realizar mais estudos para definir bem os sintomas.
Ela pode ser transmitida para uma pessoa saudável por outra infectada pelo vírus, através de gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo – de cerca de 1 metro – toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com boca, nariz ou olhos.
Considerando essas formas de contaminação, para prevenir a recomendação é a mesma de outras infecções respiratórias agudas:
Atenção: o uso de máscaras médicas é recomendado pela Organização Mundial da Saúde para pessoas que apresentam sintomas, como tosse ou espirro, e para quem cuida de pacientes com sintomas, além de profissionais de saúde. Quem não tem sintomas respiratórios não precisa usar máscara.
Os sintomas do coronavírus são especialmente respiratórios, semelhantes aos de um resfriado comum: febre, cansaço e tosse seca. Pode provocar congestão e corrimento nasal, dor de garganta e diarreia, além de infecção do trato respiratório inferior, como pneumonias. A recomendação é procurar orientação médica.
Ainda há dúvidas sobre o período exato de incubação do vírus – tempo entre a contaminação e o início dos sintomas da doença –, mas estima-se que varie de 1 a 14 dias, ficando normalmente em torno de 5 dias.
Veja mais informações no site do Ministério da Saúde