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Sexo depois do câncer de próstata: é possível?

Depois de um tratamento contra o câncer de próstata, o grande mito que paira na cabeça dos pacientes é: minha vida sexual acabou. O medo da disfunção erétil e também da incontinência urinária, que passava longe das preocupações, torna-se questão central na vida dos homens. Sim, esses são problemas que podem acontecer, mas a boa notícia é que são reversíveis.

Segundo o dr. Antônio de Moraes Júnior, coordenador geral do Departamento de Andrologia da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), o tratamento do câncer de próstata, em grande parte dos casos, é feito ou com cirurgia (aberta ou robótica) ou com radioterapia. “É importante informar aos pacientes que a técnica cirúrgica avançou bastante. Hoje, nós já conseguimos isolar o feixes vasculares e nervosos e prevenir o problema da disfunção erétil. Além disso, também é possível preservar o músculo esfíncter urinário, diminuindo o risco de o paciente ter incontinência“, revela.

Ainda assim, é preciso considerar a possibilidade. Mesmo com tal precaução cirúrgica, mais de 50% dos pacientes podem evoluir para uma disfunção erétil que pode ser leve ou moderada. Geralmente, isso tende a acontecer por alguns motivos, como problemas anteriores de ereção, diabetes, colesterol elevado e fumo. “Trabalhar a parte psicológica é fundamental, porque a cirurgia é um trauma na vida do paciente. Por isso é importante analisar, ver se a questão já não é antiga e ter consciência de que é reversível.”

Veja também: Câncer de próstata e impotência

De volta à vida sexual

O paciente, normalmente, fica apto a ter relações sexuais a partir dos 45 dias após a cirurgia, mas isso ocorre somente se o paciente não tiver nenhuma intercorrência no meio do caminho. Logo que a sonda é retirada, o médico já entra com os remédios orais (estimulantes sexuais), que vão servir como uma “fisioterapia medicamentosa”. “Orientamos que ele comece aos poucos. É importante que ele se masturbe, também, para perceber como vai ser. O remédio vai agir diretamente na musculatura do pênis, como um exercício, mesmo”, explica Moraes.

O medicamento pode ser utilizado de forma temporária ou indefinida. “Por isso é importante ter essa conversa com o médico, porque se o paciente chega e fala para mim: ‘doutor, eu estou bem, consigo me virar’, o medicamento é suspenso.” Além disso, segundo aponta o dr. Paulo Egydio, doutor em Urologia pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), por conta da disfunção erétil o pênis não fica bem vascularizado e oxigenado. Então, além da ausência de ereção, há também perda de tamanho (0,5cm a 5 cm em até 14 meses após a cirurgia), que também é reversível.

“O homem tem em média de três a quatro ereções durante a noite, as chamadas ereções involuntárias. Mas como o órgão não está vascularizado, ele perde isso. Por isso a necessidade da reabilitação, para melhorar a irrigação na região. Seja por medicamentos orais, por injeções que são aplicadas no pênis de duas a três vezes por semana e, em último caso, por meio das próteses penianas”.

Em linhas gerais, o sexo não vai mudar. Na verdade, o homem só vai deixar de ejacular por conta da retirada da próstata, ficando, portanto, infértil. “Os homens reclamam da falta de ejaculação, mas a função dela é no sentido da procriação mesmo. Já o orgasmo, o fato de ele ter prazer, isso não muda. Só depende de uma ereção adequada e do fator psicológico.”

Ter uma vida sexual ativa após o câncer, portanto, é possível. Mas é fundamental manter o tratamento com rigor e disciplina, seguindo fielmente as orientações do médico. Melhor que isso, é prevenir-se. Veja aqui o vídeo do dr. Fernando Maluf sobre prevenção deste tipo de tumor.

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