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Tratamento oncológico e infertilidade. Devo me preocupar?

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Dependendo da localização do tumor, o tratamento oncológico pode interferir na possibilidade de ter filhos no futuro. A perda da capacidade de gerar filhos pode ter diferentes naturezas, como a retirada cirúrgica dos ovários ou testículos (se for o caso), ou os efeitos tóxicos naturais de quimioterapia, radioterapia etc.

A quimioterapia pode causar danos aos óvulos e aos folículos ovarianos (sacos localizados e nos ovários que abrigam óvulos e hormônios sexuais) ou induzir a paciente a uma menopausa precoce. No caso da radioterapia, o comprometimento da fertilidade ocorre quando o local de incidência envolve a região pélvica do paciente, onde estão localizadas as gônadas (ovários e testículos).

Nos homens, a quimioterapia pode impedir que os gametas cresçam e se dividam rapidamente, o que leva à redução do número de espermatozoides. Já cirurgias da próstata, bexiga, intestino grosso, espinha ou reto também pode danificar nervos e tornar o homem incapaz de ejacular.

A boa notícia é que tanto homens como mulheres têm alternativas para contornar o problema antes de iniciar o tratamento. É imprescindível colocar o assunto na mesa do consultório e conversar com o médico que está acompanhando seu caso para conhecer todas as possibilidades.

De acordo com o oncologista dr. Ellias Magalhães, é importante que o paciente procure um médico especialista em reprodução humana antes do início do tratamento para congelar embriões (no caso das mulheres) ou esperma (no caso dos homens). “Uma vez iniciado o tratamento quimioterápico ou radioterápico torna-se mais difícil coletar gametas viáveis, o que pode comprometer as chances de sucesso de fertilização artificial do embrião.”

O médico explica que, usualmente, duas ou três semanas é tempo suficiente para se coletarem os gametas do ou da paciente. Em geral, esse período não compromete os resultados do tratamento oncológico. “Mas, em alguns casos específicos, como nas leucemias, duas semanas pode ser tempo demais, e em tais circunstâncias deve-se priorizar a saúde e o bem-estar do paciente, em detrimento de seu desejo de ter filhos.”

Para o paciente do sexo masculino, o médico pode sugerir que ele espere de um a dois anos após o fim do tratamento antes de tentar iniciar uma família. Frequentemente, pode demorar esse tempo para que a produção de espermatozoides saudáveis inicie novamente. Já para as mulheres, o tempo de espera para engravidar pode ser de seis meses ou mais após o fim do tratamento. Isso porque, se houver uma recorrência do câncer, a probabilidade é que ocorra nos primeiros dois anos, e de forma geral não é seguro engravidar durante o tratamento.

Normalmente, o tratamento de preservação da fertilidade tem custo elevado, mas alguns hospitais de São Paulo oferecem-no gratuitamente, mesmo que o paciente não esteja se tratando lá. Saiba mais clicando aqui.

A Oncorfertility Consorcium, da NorthWestern University, tem uma página em português sobre preservação da fertilidade, vale a pena visitar para conhecer o assunto a fundo.

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