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Gastroenterite

A gastroenterite é uma inflamação ou infecção que afeta o sistema digestivo, incluindo o estômago e os intestinos. Essa condição é bastante comum e pode atingir qualquer pessoa, mas é especialmente frequente em crianças pequenas. Os sintomas mais típicos incluem diarreia, vômitos, náuseas e dores abdominais, que podem levar à desidratação se não tratados rapidamente.

Essa enfermidade pode ser causada por vírus, bactérias ou parasitas, frequentemente transmitidos por alimentos ou água contaminados. Além disso, pode ser altamente contagiosa, o que aumenta o risco de espalhar-se entre familiares ou pessoas próximas. A boa higiene, como lavar as mãos corretamente, é essencial para reduzir o risco de contaminação.

Pontos-chave

  • Gastroenterite é uma inflamação do sistema digestivo que pode ser causada por vírus, bactérias ou parasitas, frequentemente transmitida por alimentos ou água contaminados.
  • Os sintomas incluem diarreia, vômitos, náuseas e dores abdominais, podendo levar à desidratação em casos graves.
  • Os grupos mais vulneráveis são crianças pequenas, grávidas e pessoas com imunidade baixa, exigindo atenção especial nesses casos.
  • Para prevenção, é essencial praticar boa higiene, lavar as mãos frequentemente e consumir alimentos e água de forma segura.
  • O diagnóstico é baseado na avaliação clínica, e o tratamento varia de hidratação oral a terapias específicas, dependendo da gravidade e do agente causador.
  • Procure ajuda médica se houver desidratação severa, febre alta, vômitos persistentes ou diarreia com sangue.

O que é gastroenterite

Gastroenterite é uma inflamação que compromete o revestimento do estômago, intestino delgado e intestino grosso. A condição resulta, principalmente, da infecção por vírus, bactérias ou parasitas, além de contato com toxinas químicas presentes em alimentos ou água contaminados. Essa inflamação pode causar sintomas bastante desconfortáveis e afetar pessoas de qualquer faixa etária.

Embora seja universal, a gastroenterite apresenta maior incidência em crianças. Nesse grupo, a gravidade é potencializada pela desidratação causada por vômitos e diarreia, tornando o acompanhamento médico fundamental. Dados indicam que 1 a cada 6 pessoas sofre infecção alimentar por ano nos Estados Unidos.

Os principais agentes causadores são vírus como rotavírus e adenovírus, bactérias como Salmonella e E. coli, e parasitas associados a doenças como giardíase. As transmissões ocorrem por ingestão de água ou alimentos contaminados, contato com superfícies contaminadas ou proximidade com infectados. Manter higiene rigorosa reduz significativamente a transmissão desses agentes infecciosos.

Principais causas da gastroenterite

A gastroenterite é causada principalmente por infecções virais, bacterianas ou, menos frequentemente, por outros agentes como parasitas e fungos. Cada agente possui características específicas, incluindo formas de transmissão e grupos mais afetados. Entender os causadores ajuda na prevenção e no manejo adequado.

Infecções virais

Os vírus são responsáveis pela maioria dos casos de gastroenterite, com uma taxa estimada de 50% a 70%. Esses agentes causam sintomas como diarreia, vômitos e febre. A transmissão ocorre pelo consumo de água e alimentos contaminados e pelo contato com pessoas infectadas ou superfícies contaminadas, principalmente em ambientes de pouca higienização.

  • Rotavírus: Mais prevalente em crianças menores de 5 anos, o rotavírus é a principal causa de gastroenterite infantil, especialmente nos países em desenvolvimento. Ele pode levar a quadros graves de desidratação, especialmente em crianças pequenas. Incide mais durante os meses frios.
  • Norovírus: É a causa mais frequente de gastroenterite em adultos, frequentemente em surtos em locais fechados, como hospitais, navios e escolas. Afeta todas as idades e pode provocar sintomas intensos, mas de curta duração.
  • Adenovírus: Essa infecção geralmente acomete crianças menores de 2 anos e pode ocorrer ao longo de todo o ano, com leve aumento no verão. Transmitido por via fecal-oral, causa sintomas gastrointestinais e febre leve.
  • Astrovírus: Afeta principalmente lactentes e pré-escolares, com maior frequência nos meses frios em climas temperados. A transmissão é fecal-oral, e as pessoas infectadas apresentam quadros leves a moderados.

Infecções bacterianas

As bactérias são responsáveis por 15% a 20% dos casos de gastroenterite. A transmissão ocorre por alimentos contaminados, além de água não potável. Os quadros bacterianos podem ser mais graves, exigindo maior atenção médica.

  • Salmonella: Transmitida por ovos crus e carne mal cozida, pode levar a febre, dor abdominal e diarreia intensa.
  • Campylobacter jejuni: Presente em frango mal cozido e leite não pasteurizado, é uma das bactérias mais comuns e causa sintomas como febre, cólicas e evacuações sanguinolentas.
  • Shigella: Propaga-se diretamente entre pessoas, principalmente em populações onde a higiene é precária. Provoca cólicas severas, diarreia aquosa ou com sangue e febre.
  • Escherichia coli (E. coli): Certas cepas, como a E. coli O157:H7, podem provocar diarreia hemorrágica e complicações renais. É transmitida por alimentos ou água contaminados.

Outras causas possíveis

Parasitas e fungos têm uma participação menor nos quadros de gastroenterite, mas ainda são relevantes. Parasitas como a Giardia lamblia são comumente encontrados em água contaminada, causando diarreia persistente e dor abdominal. Fungos, por outro lado, estão associados a casos em indivíduos imunossuprimidos. Além disso, toxinas ou medicamentos também podem causar sintomas semelhantes.

Sintomas comuns de gastroenterite

Os sintomas da gastroenterite começam de forma abrupta na maioria dos casos e podem variar em intensidade. Esses sinais ajudam a identificar a inflamação no trato digestivo e são essenciais para diferenciar a condição de outras doenças gastrointestinais.

Febre e vômito

Muitos episódios de gastroenterite incluem febre, especialmente quando causada por vírus ou bactérias. 

O vômito é outro sintoma frequente, surgindo no início do quadro. Ele pode variar entre episódios leves e intensos, dependendo do agente causador. Diarreia e dor abdominal

A diarreia aquosa é o sintoma principal da gastroenterite, especialmente em infecções virais como as causadas por norovírus. Em casos bacterianos graves, como uma infecção por Salmonella, as fezes podem conter sangue e muco.

Além disso, a dor abdominal, comumente caracterizada por cólicas, é frequente. Essa dor, associada ao aumento da motilidade intestinal, pode ser leve ou intensa, causando desconforto significativo.

Diagnóstico de gastroenterite

O diagnóstico de gastroenterite se baseia principalmente na avaliação clínica dos sintomas. Na presença de sinais específicos ou casos graves, exames laboratoriais podem ser necessários para determinar a causa, avaliar a gravidade e definir o tratamento mais adequado. A seguir, entenda como médicos realizam essa avaliação.

Exames clínicos

Seus sintomas ajudam o médico a identificar a gravidade da gastroenterite. Entre os sinais e sintomas observados estão náuseas, vômitos, febre, diarreia e dor abdominal. Exames físicos podem revelar distensão abdominal e sons intestinais hiperativos. Em casos graves, sinais como hipotensão e taquicardia indicam desidratação significativa.

A gravidade do quadro requer atenção especial. Quando existe desidratação severa, pode ocorrer choque hipovolêmico e até insuficiência renal. Relate informações como viagens recentes, contato com outros doentes ou exposição a alimentos e água contaminados, pois elas são cruciais para um diagnóstico preciso.

Testes laboratoriais

Exames laboratoriais são solicitados em casos específicos. Amostras de fezes verificam a presença de glóbulos brancos, bactérias, vírus ou parasitas quando há diarreia intensa ou prolongada, sangue nas fezes ou suspeita de intoxicação alimentar. Cultura das fezes e exames parasitológicos identificam agentes como Salmonella ou Giardia.

Se sinais de desidratação severa forem evidentes, avaliações de eletrólitos e creatinina auxiliam na determinação do impacto sistêmico e orientam reposições adequadas.

Tratamento e prevenção da gastroenterite

A gastroenterite é uma condição que afeta o sistema digestivo e pode ser tratada e prevenida com práticas adequadas. O manejo correto foca no alívio dos sintomas, reidratação e medidas de suporte, além de ações preventivas para evitar complicações e novas infecções.

Tratamentos caseiros e hidratação

Manter a hidratação é essencial. Consumir água, chás sem cafeína, água de coco e soluções de reidratação oral (SRO) repõe líquidos e eletrólitos perdidos. Em casos graves, como desidratação severa em crianças ou idosos, a reidratação intravenosa pode ser necessária.

Repousar reduz a sensação de cansaço causada pela condição. Além disso, comer alimentos leves, como arroz branco, frutas descascadas e caldos claros, facilita a recuperação do sistema digestivo. Evitar alimentos gordurosos e bebidas com cafeína ou álcool é importante para prevenir sintomas adicionais.

Medicamentos e dieta adequada

O uso de medicamentos depende dos sintomas. Antieméticos, como ondansetrona, ajudam a controlar náuseas e vômitos. Antiespasmódicos podem reduzir cólicas abdominais. Em casos bacterianos ou parasitários, antibióticos e antiparasitários específicos podem ser utilizados conforme prescrição médica.

Durante a recuperação, priorize alimentos fáceis de digerir. Introduza alimentos sólidos gradualmente, respeitando o retorno do apetite. Evitar medicamentos antidiarreicos em crianças é essencial, já que podem piorar os sintomas em casos infecciosos.

Medidas preventivas

Práticas de higiene rigorosas limitam a disseminação da gastroenterite. Lave as mãos antes de comer, após usar o banheiro e ao cuidar de crianças pequenas. Consuma água potável e alimentos bem preparados, evitando contaminações.

Vacinas contra rotavírus são eficazes em bebês para reduzir casos graves da doença. A proteção da microbiota intestinal, com uma dieta equilibrada e adequada, é crucial para fortalecer o sistema imunológico.

Quando procurar ajuda médica

Sinais de desidratação

Identifique a desidratação observando sintomas como olhos e bochechas encovados, pele e boca seca e redução de urina. Em crianças, verifique a ausência de lágrimas ao chorar ou moleira afundada. Esses sinais indicam perda grave de líquidos, comum em casos prolongados ou severos de gastroenterite.

Vômitos prolongados

Procure atendimento se os vômitos persistirem e impedirem a ingestão de líquidos. A incapacidade de repor fluidos pode levar à desidratação severa, exigindo reidratação intravenosa. Em crianças, esses episódios podem rapidamente gerar complicações mais graves.

Diarreia sanguinolenta

A presença de sangue ou muco nas fezes indica uma possível infecção bacteriana grave, como a causada por Salmonella ou E. coli. Essa condição exige avaliação médica imediata, pois pode evoluir para complicações sistêmicas.

Febre alta

A febre intensa, acima de 39 °C, associada a outros sintomas como diarreia ou vômitos severos, pode sinalizar infecções complexas. Casos desse tipo, especialmente em crianças e idosos, necessitam de suporte médico imediato.

Dor abdominal intensa

A dor que não alivia ou piora com o tempo pode sugerir complicações, como inflamação de órgãos internos. Procure um especialista para descartar condições graves, como apendicite ou perfuração intestinal.

Sintomas neurológicos

Fique atento a fraqueza muscular, dificuldades para andar ou paralisia. Esses sinais, raros, mas preocupantes, podem estar relacionados a complicações neurológicas como a síndrome de Guillain-Barré, associada a algumas infecções gastrointestinais.

Gastroenterite pode ser câncer?

Apesar de compartilharem alguns sintomas, como náuseas, vômitos e desconforto abdominal, a gastroenterite e o câncer de estômago são condições totalmente diferentes. A gastroenterite é uma inflamação transitória causada por agentes infecciosos, enquanto o câncer de estômago é uma doença maligna que surge por alterações celulares no tecido gástrico.

Diferenças entre sintomas

Na gastroenterite, os sintomas surgem rapidamente e incluem diarreia, cólicas, febre e vômitos. Já no câncer de estômago, os sinais incluem perda de peso inexplicável, inapetência, vômitos e distensão ou dores abdominais persistentes. Casos de desconforto contínuo ou sintomas graves devem ser avaliados por um médico para descartar condições mais graves.

Causas distintas

A gastroenterite é causada por vírus, bactérias, parasitas ou intoxicações alimentares. O câncer de estômago, em contraste, está associado a fatores como predisposição genética, infecção por H. pylori, tabagismo e dieta rica em alimentos processados. Por isso, histórico familiar, pessoal e hábitos alimentares são importantes no diagnóstico diferencial.

Avaliação médica

Embora ambos possam incluir náuseas ou dores abdominais, os critérios clínicos diferem. Para sintomas que persistem por mais de duas semanas, como perda de apetite, fadiga extrema ou vômitos com ou sem sangue, exames detalhados, como endoscopia e biópsia, são necessários para afastar a possibilidade de câncer.

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Dr. Antonio Carlos Buzaid
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Antonio Carlos Buzaid é um destacado oncologista clínico, graduado pela Universidade de São Paulo, com experiência internacional nos EUA, onde foi diretor de centros especializados em melanoma e câncer de pulmão, além de professor na Universidade de Yale. No Brasil, dirigiu centros de oncologia nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, e atualmente é diretor médico geral do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. CRM 45.405
Dr. Fernando Cotait Maluf
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Fernando Cotait Maluf é um renomado oncologista clínico, graduado pela Santa Casa de São Paulo, com doutorado em Urologia pela FMUSP. Ele foi chefe do Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica do Hospital Sírio Libanês e atualmente é diretor associado do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, além de membro do Comitê Gestor do Hospital Israelita Albert Einstein e professor livre-docente na Santa Casa de São Paulo. CRM: 81.930