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Leucócitos altos

Leucócitos altos ocorrem quando há um aumento na quantidade de glóbulos brancos no sangue, condição chamada de leucocitose. Esses glóbulos brancos são parte essencial do sistema imunológico e ajudam a combater infecções, inflamações e outras doenças. Quando os níveis estão elevados, pode ser um sinal de infecção, inflamação aguda ou crônica ou até distúrbios hematológicos.

Embora nem sempre causem sintomas, febre, cansaço e perda de apetite podem indicar um problema subjacente. Neste artigo, você entenderá as principais causas, sintomas e quando procurar ajuda médica.

Pontos-chave

  • Leucócitos altos, ou leucocitose, indicam aumento nos níveis de glóbulos brancos, comuns em situações como infecções, inflamações ou uso de medicamentos específicos.
  • A leucocitose pode sinalizar condições sérias, como leucemia, mas nem sempre está associada a câncer; exames complementares são essenciais para diagnóstico.
  • Leucócitos elevados na urina (leucocitúria) geralmente indicam infecções urinárias, mas também podem estar relacionados a fatores como inflamações renais ou erros de coleta.
  • Durante a gravidez, uma leve elevação nos leucócitos é comum e fisiológica, mas níveis excessivamente altos devem ser monitorados para afastar complicações como infecções ou pré-eclâmpsia.
  • O hemograma completo é o principal exame para detectar leucócitos altos no sangue, enquanto a avaliação médica é indispensável para determinar a causa e direcionar o tratamento adequado.

O que são leucócitos?

Os leucócitos, ou glóbulos brancos, são células do sangue essenciais para o sistema imunológico. Produzidos na medula óssea, eles defendem o organismo contra vírus, bactérias e outros agentes invasores, protegendo a sua saúde. Além disso, eles têm a capacidade de identificar e eliminar células prejudiciais, como as cancerígenas.

Existem cinco tipos principais de leucócitos: neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos. Cada tipo desempenha funções específicas. Por exemplo, os neutrófilos atacam infecções bacterianas, enquanto os linfócitos combatem infecções virais ou produzem anticorpos. Já os eosinófilos participam da defesa contra vermes e atuam nas alergias.

Em um adulto saudável, o nível normal de leucócitos no sangue varia entre 4.000 e 11.000/mm³ (esses valores podem apresentar pequenas variações entre diferentes laboratórios). Valores fora dessa faixa podem indicar a presença de infecções, inflamações ou outras condições, sendo importante procurar orientação médica para interpretação adequada e possível tratamento. Regularidade nos exames é fundamental para monitoramento.

O que significa leucócitos altos?

Leucócitos altos, ou leucocitose, referem-se ao aumento na quantidade de glóbulos brancos no sangue. Normalmente, esses níveis variam entre 4.000 e 11.000 células por microlitro (µL) de sangue em adultos. Valores acima de 11.000/µL podem indicar uma resposta do organismo a infecções, inflamações ou outros estímulos.

Causas comuns de leucócitos altos

  • Infecções: A presença de bactérias, vírus, fungos ou parasitas no corpo pode aumentar os leucócitos para combater os agentes invasores. Exemplos incluem pneumonia, amigdalite e infecção nos rins.
  • Processos inflamatórios: Condições como apendicite, colecistite e pancreatite frequentemente causam inflamação, levando ao aumento dos glóbulos brancos.
  • Medicamentos: Remédios como corticoides, epinefrina e lítio podem estimular a produção de leucócitos. Essa elevação ocorre como efeito colateral e não indica necessariamente infecção.
  • Outras causas: Asma, reação alérgica e tabagismo também podem aumentar os níveis de leucócitos. Em casos graves, leucemia ou linfoma devem ser investigados.

Sintomas relacionados

O aumento de leucócitos pode vir acompanhado de sintomas como febre, fadiga, tontura, dores no corpo, dificuldade para respirar e perda de apetite. Esses sinais indicam que o sistema imunológico está ativo, combatendo alguma condição ou desequilíbrio. Caso ocorra, procure um clínico geral para investigar a causa e realizar exames.

Leucócitos altos na urina

Leucócitos em quantidade elevada na urina, condição chamada de leucocitúria, indicam mais de 10.000 células/mL ou mais que 5 células por campo no exame de urina. Esses níveis anormais podem sinalizar infecções, inflamações ou outros problemas que precisam de avaliação clínica detalhada. Muitas vezes, contudo, podem ser devido apenas a uma coleta inadequada da urina para o exame.

Causas mais comuns

Infecções do trato urinário

Infecções no trato urinário são a principal causa de leucocitúria. Elas afetam geralmente a bexiga (cistite), os rins (pielonefrite) ou a uretra (uretrite), sendo frequentemente causadas pela bactéria Escherichia coli. Esses casos podem gerar sintomas como desconforto ao urinar e dor abdominal.

Outras infecções

Infecções por organismos como Mycobacterium tuberculosis (tuberculose renal), fungos, Chlamydia trachomatis, gonococo e vírus também podem causar leucocitúria. São menos comuns, mas merecem atenção quando os achados não sugerem infecção urinária típica.

Doenças inflamatórias e renais

Glomerulonefrite e nefrite intersticial

Essas condições causam inflamações renais, elevando o número de leucócitos na urina. Podem surgir após infecções ou por reações autoimunes, com outros sintomas associados, como edema e alterações na pressão arterial.

Litíase renal

A presença de pedras nos rins favorece obstruções no trato urinário e o surgimento de infecções secundárias. Isso pode levar à proliferação de micro-organismos e a significativos aumentos de leucócitos na urina.

Fatores não infecciosos

Erro na coleta do exame

Contaminações durante a coleta, como contato com flora bacteriana vaginal, podem alterar resultados. Para excluir esse erro, coleta de urina limpa e exames de cultura são recomendados em casos de leucocitúria inexplicada.

Leucócitos altos na gravidez

Leucócitos altos, ou leucocitose, são comuns durante a gravidez. Este aumento faz parte das mudanças fisiológicas que ajudam o organismo a lidar com as demandas do feto. Monitorar esses níveis ao longo da gestação é crucial, já que valores mais altos ou acompanhados de sintomas podem refletir complicações.

Valores normais durante a gestação

Os níveis normais de leucócitos durante a gravidez diferem dos valores fora desse período. Eles podem se elevar para médias entre 8.000 a 16.000, especialmente no segundo e terceiro trimestres. No parto, os valores podem ultrapassar 25.000/mm³ sem indicar anormalidades.

Esses aumentos decorrem da produção intensificada de células de defesa materna como uma resposta do organismo ao feto, necessária para proteger o bebê e evitar rejeições. No entanto, o acompanhamento médico regular é essencial para confirmar se os níveis estão dentro da faixa fisiológica.

Riscos e implicações

Embora a leucocitose seja geralmente esperada, níveis excessivamente altos podem indicar infecções ou inflamações graves. Condições como sepse e pré-eclâmpsia são possíveis causas de aumento crítico. Exames laboratoriais e avaliação clínica detalhada ajudam a distinguir alterações normais de sinais de complicações. Caso indicado, o médico orientará sobre o tratamento necessário para proteger você e o bebê.

Como detectar leucócitos altos?

A presença de leucócitos altos no sangue pode indicar diferentes condições de saúde, desde infecções até doenças mais graves. Detectar esses níveis elevados é fundamental para identificar as causas subjacentes e direcionar o tratamento adequado.

Principais exames laboratoriais

Para identificar leucócitos altos, o hemograma completo, também chamado de leucograma, é o exame mais utilizado. Ele analisa a quantidade total de leucócitos no sangue, considerando principalmente cinco tipos específicos: neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos.

  • Hemograma completo: Não exige jejum e revela a porcentagem e o valor absoluto de cada tipo de leucócito. Em adultos saudáveis, os níveis normais variam entre 4.000 e 11.000/mm³. Valores acima dessa faixa podem ser sinais de infecções, inflamações ou outras condições.

Outros testes complementares podem ser indicados, como a dosagem de outros marcadores inflamatórios ou infecções. Em alguns casos, como suspeita de leucocitúria, uma análise de urina e cultura pode confirmar infecções do trato urinário.

Quando procurar ajuda médica

Buscar orientação médica é essencial ao identificar leucócitos altos, especialmente se você apresentar sintomas como febre, cansaço, perda de peso, dores no corpo ou dificuldades respiratórias. Esses sinais podem indicar condições graves, como infecções bacterianas ou doenças hematológicas como leucemia.

Se os níveis elevados não estiverem relacionados a causas conhecidas, um hematologista deve investigar mais a fundo. Em situações de leucocitúria, a presença de sintomas urinários, como dor ao urinar, pode necessitar de avaliação urgente para evitar complicações.

Leucócitos altos pode ser câncer?

Leucócitos acima de 11.000/mm³ no sangue podem levantar preocupações sobre condições graves, incluindo cânceres hematológicos, como leucemia e linfoma. Esses cânceres afetam diretamente os glóbulos brancos, alterando sua produção e função na medula óssea, e estão entre as principais causas graves de leucocitose persistente ou progressiva.

Quando investigar câncer?

Se outros sintomas surgirem junto a níveis elevados de leucócitos, como febre recorrente acima de 38°C, perda de peso sem explicação, fadiga e suores noturnos, é fundamental buscar avaliação médica. Esses sinais podem estar relacionados a doenças malignas que afetam o sistema hematológico e demandam diagnóstico precoce para o tratamento eficaz. Na ausência de sintomas, a avaliação médica também pode ser importante, especialmente se os valores dos leucócitos forem muito altos ou persistentemente elevados.

Exames essenciais para confirmar o diagnóstico

Além do hemograma, que avalia a contagem de glóbulos brancos, podem ser solicitados exames específicos, como mielograma, biópsia de medula óssea e citometria de fluxo. Esses testes identificam alterações celulares características de leucemia e linfoma, ajudando a confirmar o diagnóstico e direcionar o tratamento apropriado.

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Dr. Antonio Carlos Buzaid
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Antonio Carlos Buzaid é um destacado oncologista clínico, graduado pela Universidade de São Paulo, com experiência internacional nos EUA, onde foi diretor de centros especializados em melanoma e câncer de pulmão, além de professor na Universidade de Yale. No Brasil, dirigiu centros de oncologia nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, e atualmente é diretor médico geral do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. CRM 45.405
Dr. Fernando Cotait Maluf
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Fernando Cotait Maluf é um renomado oncologista clínico, graduado pela Santa Casa de São Paulo, com doutorado em Urologia pela FMUSP. Ele foi chefe do Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica do Hospital Sírio Libanês e atualmente é diretor associado do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, além de membro do Comitê Gestor do Hospital Israelita Albert Einstein e professor livre-docente na Santa Casa de São Paulo. CRM: 81.930