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Terapias biológicas e alvo estão superando a quimioterapia no tratamento das doenças onco-hematológicas

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Resultados positivos que se mostram duradouros são boas notícias do congresso internacional da Sociedade Americana de Hematologia.

“Várias combinações apresentadas nos últimos anos no ASH tiveram resultados positivos e agora, com seguimento maior, estão se mostrando efetivas em longo tempo. Isso é muito importante.  Às vezes são apresentados bons resultados, que depois não se mantêm. Esses estão sendo duradouros”. A avaliação é feita pelo onco-hematologista Phillip Scheinberg, membro do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer, referindo-se ao 60th ASH Annual Meeting and Exposition da American Society of Hematology, do qual participou de 1 a 4 de dezembro de 2018 em San Diego, na Califórnia (EUA).

Para o médico, a principal mensagem dessa edição é que as terapias biológicas e alvo estão ameaçando o paradigma de quimioterapia nas doenças onco-hematológicas – seja na forma de combinações com drogas quimioterápicas ou na total substituição destas. “Os novos tratamentos (biológico e alvo), quando investigados isoladamente, já mostraram resultados promissores com pacientes previamente tratados, para segunda ou terceira linha. Agora, em combinação com quimioterapia ou combinando esses agentes, os resultados são ainda mais surpreendentes. Deve ser tendência para os próximos anos”.

A seguir, Phillip Scheinberg destaca algumas das principais novidades do congresso.

 

Leucemia linfocítica crônica

A principal novidade na leucemia linfocítica crônica foram as novas combinações de drogas, terapias biológicas, que se mostraram mais potentes que as combinações tradicionais. Elas associam a respostas mais profundas e permitem um tempo finito de tratamento, um tempo limitado, possibilitando que o paciente consiga terminar o tratamento e ficar muito bem sem necessidade de continuar se tratando.

O segundo ponto positivo apresentado para leucemia linfocítica crônica: dois estudos compararam as novas terapias biológicas com quimioterapia em primeira linha tanto para jovens quanto pacientes de mais idade – e as biológicas tiveram melhores resultados, com destaque. Foram superiores e com menos efeito colateral.

Principais medicamentos: venetoclax e ibrutinibe

 

Linfoma de célula T

A introdução de um novo anticorpo associado à quimioterapia deu resultado superior à quimioterapia usada individualmente. A melhora do resultado desse linfoma é uma novidade importante para a doença.

Medicamento: brentuximabe

 

Mieloma múltiplo

Pacientes que não são candidatos a transplante de medula óssea – por ter mais idade ou outras doenças associadas – poderão contar com o uso de um novo anticorpo associado ao tratamento padrão, com resultado superior ao tratamento padrão (Rd). Essa nova combinação é chamada DRd. O estudo foi aplicado em primeira linha para pacientes de mais idade e o resultado foi de maior sobrevida, livre de progressão. O seguimento ainda é curto, mas pode-se falar já em sobrevida.

Com essa novidade, o tratamento padrão Rd, que combinava duas drogas, é superado pelo DRD, que combina três drogas e deve passar a ser o novo padrão.

Medicamentos: DRd-daratumumabe-lenalidomida-dexametasona Rd=lenalidomida-dexametasona

 

Leucemia mieloide aguda

Uma nova droga biológica associada a outras terapias mostrou bons resultados em pacientes mais idosos, superiores aos do tratamento padrão para leucemia mieloide aguda. Essa novidade é muito importante, porque muitos pacientes não conseguiam aguentar o tratamento.

Outra novidade para a LMA foi o uso de terapia-alvo contra mutação do gene IDH1 e IDH2, que teve resultados promissores, especialmente associada a outras drogas (inibidores de IDH1 e IDH2). Esse tipo de mutação está presente em cerca de 10% dos casos.

Atualmente essa terapia-alvo está aprovada para uso em recidiva nos Estados Unidos, mas em breve deve ser aprovada também para tratamento em primeira linha.

Medicamentos: ivosidenib (inibidor de IDH1), enasidenib (inibidor de IDH2) e venetoclax (terapia-alvo)

 

Síndrome mielodisplásica com sideroblastos em anel

O uso de uma nova droga reduziu de forma significativa a necessidade de transfusões sanguíneas frequentes em pacientes com síndrome mielodisplásica com sideroblastos em anel, em comparação com placebo.

Medicamento: luspatercept

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