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Novidades em tratamentos para o câncer de mama trazem boas perspectivas a casos para os quais havia poucas opções

Mulher sorridente usando touca e com a mão de amiga em seu ombro.

Oncologistas do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer comentam as inovações apresentadas em simpósio internacional.

Há boas novas possibilidades de tratamentos para câncer de mama, especialmente para situações em que anteriormente tinham poucas opções. Essa á uma das principais boas notícias trazidas por oncologistas membros do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer que participaram do San Antonio Breast Cancer Symposium, de 4 a 8 de dezembro de 2018, no Texas (EUA).

A médica Debora Gagliato destacou a importância de pacientes com diagnóstico de câncer de mama HER2 positivo serem encaminhadas a oncologistas, por causa das novas possibilidades de medicamentos. Resultado apresentado no simpósio internacional demonstrou que pacientes que fazem quimioterapia e terapia anti HER2 antes da cirurgia e não conseguem extinguir completamente o tumor têm uma nova opção. “Estudo mostrou que o tratamento usando anticorpo (TDM1) conjugado à droga reduz em 50% as chances de recidiva em comparação com o tratamento padrão com trastuzumabe”, diz. “Essa é uma excelente notícia para pacientes que frequentemente não tinham extinção de tumor total na cirurgia após tratamento neoadjuvante. Não havia como intervir e agora, com esse tratamento, muitas pacientes serão curadas”.

Segundo a oncologista, como TDM1 já está disponível no Brasil – pois é utilizado para pacientes metastáticos –, depois do simpósio a conduta muda e os médicos já podem começar a utilizar nessa situação apresentada no estudo. “Nós sabíamos que o medicamento era ativo em doença disseminada; queríamos saber se poderia ser usado na doença localizada. A bula tem indicação para doença metastática e provavelmente passará por mudanças para incluir pacientes curáveis com doença residual”.

A oncologista Juliana Pimenta citou outra importante conclusão apresentada no simpósio, de uma análise para avaliar que subgrupos se beneficiariam de fato da imunoterapia no câncer de mama triplo negativo. “O objetivo era confirmar se uma seleção de pacientes poderia se beneficiar mais com esse tratamento”, esclarece Juliana. “Já havia resultados demonstrando que era indicado especialmente para pacientes com PDL1 positivo e o estudo confirmou que realmente beneficia esse grupo”.

Para a médica, o resultado reforçou que quando a imunoterapia for aprovada no Brasil será essencial fazer o teste em pacientes triplo negativo metastático para avaliar se têm PDL1 positivo, que corresponde a cerca de 30 a 40% do total desse tipo de tumor.
Juliana citou ainda uma descoberta importante para quem tem lesão pré-maligna: a possibilidade de utilizar uma dose mais baixa de tamoxifeno profilático, garantindo boa eficácia com menos efeitos colaterais – entre eles, as ondas de calor. O estudo considerou o uso de uma dose reduzida em comparação com pacientes sem medicação. “A conclusão foi que o uso de 5 mg de tamoxifeno é superior a não usar nenhum tratamento. Quando comparamos de forma indireta a medicação reduzida com dose de 20mg, o resultado parece ser equivalente”, avalia a médica.

Outra novidade apontada por Juliana, apresentada no San Antonio Breast Cancer Symposium, foi a conclusão de que vale a pena prolongar por mais cinco anos – além dos cinco anos padrão – o tempo do uso de inibidor de aromatase, especialmente para pacientes que usaram tamoxifeno primeiro. “Outros estudos já tinham verificado essa possibilidade, mas uma meta análise com mais de 20 mil pacientes reforçou essa indicação”, comenta Juliana. “A recomendação vale também para quem usou apenas inibidor de aromatase”.

Para concluir, Juliana lembra uma atitude simples, tão recomendada pelos médicos, que pode ajudar as pacientes. “Estudos reforçaram que a prática de atividade física por pacientes que tiveram câncer de mama contribui para evitar recidiva”.

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