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Médicos de América Latina, África e Oriente Médio propõem diretrizes para diagnóstico e tratamento do câncer de próstata nos países em desenvolvimento

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Mais de 80 médicos participaram da elaboração do I Consenso Mundial sobre rastreamento, diagnóstico e tratamento do câncer de próstata para países em desenvolvimento. O grupo multidisciplinar, composto por oncologistas, urologistas, radiologistas, radioterapeutas, patologistas e cirurgiões da América Latina, África e Oriente Médio, debateu e votou as alternativas mais eficientes e com melhor custo-efetividade para tratar os pacientes em regiões onde é infraestrutura de saúde é mais precária. A votação ocorreu durante dois dias, em São Paulo.

“Cerca de ¾ da população mundial são atendidos em locais com recursos limitados. Esse consenso apresenta caminhos para condutas médicas, procurando orientar na escolha das melhores opções disponíveis na realidade local”, afirma o oncologista Fernando Maluf, fundador do Instituto Vencer o Câncer, que coordenou a elaboração das 350 questões apresentadas aos especialistas para votação.

O oncologista Fernando Maluf integra o board científico da fundação St. Gallen Oncology Conferences (Sonk), da Suíça, composto por 60 especialistas ao redor do mundo, responsáveis por discutir os guidelines mundiais para o tratamento do câncer de próstata, o segundo tipo com maior índice de mortalidade em homens. O consenso votado no Brasil representa uma versão do documento internacional, agora focado na realidade de nações com menor orçamento. As questões avaliadas em quatro sessões de votação contemplaram todos os cenários importantes para o rastreamento, diagnóstico, tratamento, seguimento e suporte dos pacientes. O Instituto Vencer o Câncer apoia ações que informam e conscientizam os pacientes sobre fatores de risco e prevenção do câncer de próstata e realiza um trabalho de Advocacy para que haja equidade no acesso ao tratamento da doença n Brasil.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer, o Brasil deve registrar 68.220 casos de câncer de próstata em 2018 (31,7% dos registros de câncer entre homens). Os dados oficiais mostram o crescimento da mortalidade por câncer de próstata no país nos últimos anos.
“A elaboração do consenso representa um marco para a Urologia, já que permite adequar à realidade de cada local as possibilidades disponíveis para tratar o câncer de próstata”, define o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, Sebastião Westpahl. “Isso nos dá uma ampla versatilidade no tratamento da doença”, completa.

As informações do Globocan (base para a análise sobre câncer, organizada por um órgão ligado à Organização Mundial da Saúde) projetam um crescimento considerável dos casos de câncer de próstata no Brasil e na América Latina até 2040. Os números devem dobrar nos próximos 20 anos. Da mesma forma, haverá um aumento nas mortes por câncer de próstata na África e na América Latina nas próximas décadas.

O oncologista Andrey Soares, presidente do LACOG-GU – Latin American Cooperative Oncology Group/ tumores urológicos, ressalta que o consenso estabelece um diálogo entre o que seria o cenário ideal para o tratamento e o cenário aplicável em países com recursos limitados.

As respostas das votações serão compiladas e publicadas, nos próximos meses, em revistas científicas internacionais. O material também será transformado em aulas, que poderão ser replicadas em eventos nos países das regiões participantes.

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