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Câncer de rim | Tratamento

Os quatro estádios do câncer de rim estão descritos abaixo:

Estadiamento do câncer de rim.
Estadiamento do câncer de rim.

  https://youtu.be/z5U1sCtw4XY O tipo de tratamento é definido conforme o estádio em que a doença se apresenta:  

Estádio I

Nessa fase, em que o tumor tem até 7 cm e está confinado ao rim, a doença é altamente curável por meios cirúrgicos.

Tumor de até 7 cm de tamanho
Tumor de até 7 cm de tamanho, confinado ao rim, e o tratamento específico para essa fase da doença.

 

Cirurgia aberta, laparoscopia e robótica

A cirurgia nesses casos consiste na retirada do rim (nefrectomia radical). A nefrectomia pode ser feita pela via aberta, na qual o cirurgião faz uma incisão abdominal ou pelas costas ao lado da coluna para expor o rim junto com a massa tumoral, ou por via laparoscópica. Em mãos experientes, os resultados da laparoscopia são semelhantes aos da cirurgia tradicional. Mais recentemente, a cirurgia robótica também tem sido bastante utilizada. A cirurgia laparoscópica e a robótica têm a vantagem de apresentar período pós-operatório com dores de menor intensidade, mas é importante ressaltar que ela nem sempre é tecnicamente possível, mesmo que o cirurgião seja experiente. Alguns avanços nas técnicas cirúrgicas permitiram procedimentos mais conservadores, por meio dos quais há possibilidade de retirar somente o tumor e uma pequena parte do rim, em vez de removê-lo completamente. Essa técnica é chamada de nefrectomia parcial. A nefrectomia parcial evita o inconveniente de deixar a pessoa com um só rim, situação delicada porque doenças como hipertensão arterial e diabetes podem comprometer a função do rim remanescente, levando à insuficiência renal crônica. Essa técnica também pode ser empregada em pacientes que apresentam tumores nos dois rins. Em tumores com menos de 7 cm, situados em áreas periféricas do rim, a nefrectomia parcial costuma ser a melhor solução.

Radiofrequência e crioterapia

A radiofrequência e a crioterapia são técnicas menos invasivas que a cirurgia para tratamento de tumores pequenos, geralmente menores do que 3 a 4 cm. Esses procedimentos são realizados sem cirurgia e sem anestesia geral. Em ambos, o tumor é alcançado com uma espécie de agulha introduzida através da pele, guiada por ultrassonografia ou tomografia computadorizada e ocorre então a destruição do tumor através de calor ou frio, respectivamente.

Monitorização continuada

Outra estratégia em caso de tumores pequenos em pacientes idosos ou com problemas graves de saúde é apenas observar e repetir os exames a cada seis meses, pois boa parte dessas pessoas apresenta tumores renais de crescimento lento.

Estádios II e III

Nas fases em que o tumor possui mais de 7 cm e ainda está confinado ao rim (Estádio II) ou já infiltrado nos tecidos vizinhos, como o tecido gorduroso, veia renal ou linfonodos (Estádio III), o tratamento indicado é a nefrectomia radical com a remoção do órgão e demais tecidos afetados. Mais recentemente, para alguns casos considerados de maior risco de recorrência podem ser indicados tratamentos preventivos com uso de imunoterapia (ex. pembrolizumabe) ou terapia alvo molecular (ex. sunitinibe). O benefício real do uso destas medicações no longo prazo ainda não é bem conhecido e o seu uso deve ser discutido individualmente com seu oncologista.

Tumor com mais de 7 cm,
Tumor com mais de 7 cm, ainda confinado ao rim, e o tratamento específico para essa fase da doença

 

Tumor que infiltrou os tecidos vizinhos:
Tumor que infiltrou os tecidos vizinhos: tecido gorduroso (A), veia renal (B) ou linfonodos (C), e o tratamento específico para essa fase da doença.

Estádio IV

Quando as células tumorais se disseminaram pela corrente sanguínea e pelos vasos linfáticos e criaram focos metastáticos nos pulmões, ossos, fígado e linfonodos, o tratamento não pode ficar restrito somente ao controle do tumor primário instalado no rim.

Tratamento do câncer de rim
Tumor disseminado e o tratamento específico para essa fase da doença.

As seguintes modalidades de tratamento podem ser indicadas nesses casos:

Tratamento imunológico

Os agentes imunoterápicos foram introduzidos no tratamento do câncer renal avançado nos últimos anos. O objetivo deles é estimular o sistema imunológico do próprio paciente a lutar contra o câncer renal. Todos estes agentes são administrados por via intravenosa em períodos com intervalos de algumas semanas. Os principais agentes imunoterápicos utilizados são o nivolumabe, ipilimumabe e pembrolizumabe. Eles podem ser administrados isoladamente (ex. nivolumabe) naqueles pacientes que já receberam tratamento com terapia antiangiogênica previamente e falharam ao tratamento. Nos pacientes que nunca receberam tratamento prévio com terapia antiangiogênica, os agentes imunoterápicos podem ser administrados em combinação com outro imunoterápico (ex. ipilimumabe + nivolumabe) ou com uma terapia antiangiogênica (ex. pembrolizumabe + axitinibe, nivolumabe + cabozantinibe ou pembrolizumabe + lenvatinibe). A melhor definição do tratamento deve ser feita caso a caso pelo oncologista clínico do paciente.

Estes tratamentos imunoterápicos podem causar efeitos colaterais quando o sistema imunológico passa a atacar os órgãos do próprio paciente, configurando assim um efeito colateral autoimune. Os principais são inflamação na pele causando vermelhidão e coceira, mal funcionamento da tireoide e podendo levar a cansaço excessivo, inflamação no pulmão podendo levar a tosse e falta de ar, inflamação no intestino podendo levar a diarreia, inflamação nas articulações levando a artrite e dores nas juntas, entre outros efeitos colaterais mais raros. É muito importante a monitorização de perto pelo oncologista clínico para identificar e tratar estes efeitos colaterais rapidamente.

Terapia antiangiogênica

Consiste na utilização de agentes que bloqueiam a formação de novos vasos sanguíneos, impedindo que as células tumorais recebam nutrientes e oxigênio através da circulação. Pertencem a essa categoria os seguintes medicamentos:

Administrados por via oral: sunitinibe, pazopanibe, cabozantinibe, lenvatinibe, sorafenibe, everolimo e axitinibe;

Administrados por via venosa: bevacizumabe e tensirolimo.

Quando estas medicações são administradas em pacientes sem tratamento prévio, na maioria dos casos são administradas em combinação com algum agente imunoterápico (ex. pembrolizumabe + axitinibe, nivolumabe + cabozantinibe ou pembrolizumabe + lenvatinibe). Entretanto, elas também podem ser administradas isoladamente caso não tenham sido utilizadas previamente e naqueles casos em que a imunoterapia não é possível ou não está disponível.

Essas medicações podem causar os seguintes efeitos colaterais: fadiga, náusea, aftas na boca, diarreia, maior predisposição a infecções, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, aumento da pressão arterial e, raramente, alteração da função cardíaca e pulmonar. Em geral, são efeitos colaterais transitórios e de intensidade leve a moderada.

Cirurgia

Mesmo nos casos em que a doença se encontra disseminada por vários órgãos, a retirada cirúrgica do rim comprometido costuma trazer benefícios clínicos e evitar complicações futuras, como dor e sangramento. Com a mesma intenção, em casos selecionados podem ser retiradas metástases em determinadas localizações: pulmões, fígado ou cérebro.

Radioterapia

Os tumores malignos do rim são considerados relativamente resistentes à radioterapia. No entanto, o tratamento radioterápico pode estar indicado em caso de metástases ósseas que provocam dor ou em metástases cerebrais.

 


Atualização: Dr. Fabio a. B. Schutz – CRM 114.313
Oncologista clínico na BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo
Apoio: Dr. Daniel Vargas Pivato de Almeida – CRM 27.574
Oncologista clínico – Grupo Oncoclínicas – Brasília-D

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