Recaída do Câncer no intestino (colorretal)
A análise de certas características permite avaliar o grau de agressividade e o risco de recaída do câncer no intestino (câncer colorretal). É necessário avaliar, entre outros fatores, o grau de diferenciação, a invasão dos vasos sanguíneos, as margens cirúrgicas e se há obstrução ou perfuração intestinal.
Grau de diferenciação
No exame do tumor, o patologista analisa ao microscópio as características da célula maligna. Dizemos que uma célula maligna é bem diferenciada quando ela é mais parecida com a célula normal; quanto mais distorcida for sua arquitetura, mais indiferenciada ela será. Tumores com células mais bem diferenciadas costumam evoluir melhor do que aqueles com as indiferenciadas.
Invasão dos vasos sanguíneos
Trata-se do encontro das células malignas na corrente sanguínea. O risco de metástase é maior quando os tumores são encontrados nos vasos sanguíneos que os nutrem.
Margens cirúrgicas
Quando sobram células malignas na margem cirúrgica, existe maior risco de recidiva na área da cirurgia.
Comprometimento dos linfonodos regionais
Quanto maior o número de linfonodos invadidos, pior o prognóstico.
Invasão de órgãos vizinhos
A invasão de órgãos vizinhos dificulta a extração (ou eliminação) total do tumor na cirurgia e diminui a chance de cura.
Obstrução ou perfuração intestinal
Tumores operados em caráter de urgência porque obstruíram e/ou perfuraram o intestino podem ter uma evolução mais desfavorável, pois tendem a espalhar de maneira mais fácil.
Valores elevados de CEA antes da cirurgia costumam estar associados a tumores mais agressivos. Na tabela abaixo estão descritas as características favoráveis e as desfavoráveis da doença localizada.
CARACTERÍSTICA | FATORES FAVORÁVEIS | FATORES DESFAVORÁVEIS |
---|---|---|
Grau de diferenciação | Bem ou moderadamente diferenciado (graus de Fuhrman 1 e 2). | Pouco diferenciado (grau 3). |
Invasão dos vasos sanguíneos locais | Ausente. | Presente. |
Margens cirúrgicas | Livres. | Comprometidas. |
Invasão de órgãos vizinhos | Ausente. | Presente. |
Comprometimento de linfonodos regionais | Ausente. | Presente. |
Obstrução e/ou perfuração | Ausente. | Presente. |
Valor do CEA | Baixo. | Alto. |
Características para avaliar o risco de recidiva dos tumores localizados.
Eventualmente, os tumores malignos do cólon e do reto podem ser curáveis mesmo quando existem metástases, desde que elas sejam removidas cirurgicamente. A chance de cura depende de vários fatores, como tamanho e número de metástases, presença ou não de metástases linfonodais, se as metástases apareceram juntamente com o tumor primário ou depois, se o valor do CEA está ou não elevado e se o tumor responde ou não à quimioterapia. Nessa outra tabela, descrevemos as características que guardam relação com os índices de cura nessas situações.
CARACTERÍSTICA | FATORES FAVORÁVEIS | FATORES DESFAVORÁVEIS |
---|---|---|
Surgimento das metástases | Um a dois anos depois do diagnóstico do tumor primário. | Concomitantemente ou poucos meses depois do diagnóstico do tumor primário. |
Órgão envolvido | Somente fígado. | Fígado e outros órgãos. |
Número de metástases | Até quatro. | Cinco ou mais. |
Comprometimento de linfonodos regionais | Ausente. | Presente. |
Valor do CEA | Baixo. | Alto. |
Local primário | Cólon. | Reto. |
Características para avaliar o risco de recidiva depois da remoção das metástases.
Atualização: Dr Fabio Kater – CRM 99002
Oncologista clínico – BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo
Apoio: Dr. Daniel Vargas Pivato de Almeida – CRM 27.574
Oncologista clínico – Grupo Oncoclínicas – Brasília-DF
Data de publicação: 05/05/2014
Última atualização: 25/06/2024