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Cateterismo

O cateterismo é um procedimento médico amplamente utilizado para investigar ou tratar problemas no coração. Por meio de um pequeno tubo flexível chamado cateter, os médicos conseguem acessar as artérias e o coração de forma precisa, permitindo identificar obstruções ou outras alterações na circulação sanguínea. Esse exame é essencial para avaliar a saúde cardíaca com detalhes que outros métodos não conseguem oferecer.

Embora seja considerado um procedimento invasivo, o cateterismo é seguro e, na maioria das vezes, rápido, durando em média cerca de 30 minutos (podendo durar mais a depender de cada caso). Ele pode ser tanto diagnóstico quanto terapêutico, ajudando, por exemplo, na desobstrução de artérias ou no tratamento de doenças estruturais do coração. Com a aplicação de anestesia local e cuidados específicos, o exame se torna mais confortável para o paciente, trazendo informações valiosas para um tratamento eficaz.

Pontos-chave

  • O cateterismo é um procedimento invasivo utilizado para diagnosticar e tratar doenças cardíacas, avaliando a circulação sanguínea e identificando obstruções nas artérias.
  • Pode ter função tanto diagnóstica quanto terapêutica, incluindo intervenções como desobstrução de artérias com o uso de stents.
  • É indicado em casos de doenças arteriais coronarianas, disfunções das válvulas cardíacas, emergências cardíacas e avaliação de anomalias congênitas.
  • O preparo adequado, incluindo jejum, comunicação de alergias e uso de medicamentos, é essencial para a segurança e eficácia do procedimento.
  • Mesmo sendo considerado seguro, o cateterismo apresenta riscos, como reações ao contraste, danos vasculares e complicações em pacientes específicos, por isso uma avaliação prévia é fundamental.
  • É realizado com orientação por imagens, oferecendo diagnósticos detalhados e contribuindo para o tratamento eficaz de diversas condições cardiovasculares.

O que é o cateterismo?

O cateterismo cardíaco é um procedimento invasivo utilizado para diagnosticar e tratar problemas no coração. Realizado por meio da introdução de um cateter, um tubo flexível e fino, ele é guiado até o coração pelas artérias periféricas, como as do braço, pescoço ou virilha.

O exame permite a avaliação da circulação sanguínea no coração, utilizando imagens de raio-X capturadas após a injeção de contraste. Essas imagens são analisadas pela equipe médica para identificar obstruções causadas por placas de gordura, calcificação ou outras condições que podem comprometer o funcionamento do sistema cardiovascular.

Em casos específicos, o cateterismo serve como base para tratamentos, como na desobstrução de artérias coronárias com o uso de stents. Outras aplicações incluem a avaliação da anatomia cardíaca e o diagnóstico de anomalias em válvulas ou no músculo do coração, especialmente quando outros exames não fornecem informações conclusivas.

Para que serve o cateterismo?

O cateterismo é utilizado para diagnosticar, tratar e avaliar doenças cardiovasculares. Ele identifica anomalias, obstruções e condições estruturais do coração, sendo um exame essencial tanto para o diagnóstico quanto para a intervenção terapêutica.

Diagnóstico de obstruções e anomalias

O exame detecta bloqueios nas artérias coronárias, lesões em válvulas cardíacas e alterações congênitas. Ele também verifica problemas estruturais não confirmados por exames como eletrocardiograma ou ecocardiograma.

Avaliação da função arterial

Com imagens detalhadas, o cateterismo analisa a circulação sanguínea nas artérias coronárias. Ele localiza estreitamentos e bloqueios causados por placas de gordura ou calcificação, avaliando possíveis impactos no funcionamento do coração.

Tratamento de condições cardíacas

Além do diagnóstico, o cateterismo pode servir para tratar obstruções arteriais. A angioplastia, realizada durante o procedimento, utiliza stents para desobstruir vasos sanguíneos comprometidos, melhorando o fluxo e prevenindo ou tratando complicações como infarto.

Monitoramento de casos graves

O cateterismo do lado direito avalia conexões anormais e condições graves, como insuficiência cardíaca ou hipertensão pulmonar. Ele é crucial na preparação para transplantes de coração e na implantação de dispositivos cardíacos.

Quando o cateterismo é indicado?

O cateterismo é indicado em situações específicas para diagnosticar ou tratar doenças cardiovasculares. Ele é utilizado tanto em casos de emergência quanto em pacientes estáveis com suspeitas ou diagnósticos confirmados de alterações cardíacas. O procedimento pode identificar problemas estruturais, anatômicos e funcionais do coração.

Doença arterial coronária (DAC)

O cateterismo é a principal ferramenta para diagnosticar a doença arterial coronária. Ele permite identificar com precisão estreitamentos ou bloqueios nas artérias responsáveis por transportar sangue ao músculo cardíaco. Esses bloqueios causam sintomas como dor no peito e podem levar a complicações graves, incluindo infarto agudo do miocárdio.

Disfunção das válvulas cardíacas

Em casos de suspeita de estenose ou regurgitação valvar, o cateterismo avalia a gravidade da disfunção. Ele fornece dados sobre o funcionamento das válvulas e auxilia na definição do melhor tratamento, seja ele clínico, cirúrgico ou intervencionista, como o implante de próteses valvares.

Defeitos cardíacos congênitos

O procedimento é amplamente utilizado para avaliar e, em algumas situações, corrigir defeitos cardíacos congênitos. Ele pode ser realizado tanto em crianças quanto em adultos, analisando a estrutura do coração e possíveis anomalias presentes desde o nascimento. Exemplos incluem comunicação interatrial e interventricular.

Emergências cardiovasculares

Durante emergências, como infarto agudo do miocárdio, o cateterismo verifica rapidamente a extensão das obstruções arteriais. Esse é o primeiro passo para realizar intervenções imediatas, como angioplastia ou colocação de stents, restaurando a circulação e evitando maiores danos ao músculo cardíaco.

Sintomas persistentes e exames inconclusivos

Se sintomas como dor no peito, fadiga ou falta de ar persistirem mesmo após exames não invasivos, o cateterismo se torna uma opção diagnóstica. Ele oferece imagens detalhadas da circulação e das estruturas cardíacas, podendo ser importante em casos ambíguos ou de alta suspeição de doenças cardíacas.

Como é o preparo para o procedimento?

Antes de realizar o cateterismo, certos cuidados e preparos são essenciais para garantir a segurança e eficácia do procedimento. Seguir as orientações médicas específicas é fundamental para evitar complicações e facilitar a recuperação.

Informações sobre alergias

Informe ao médico qualquer alergia que tenha, especialmente a iodo, contrastes radiológicos, látex, medicamentos como penicilinas ou alimentos como frutos do mar. Essas informações ajudam na escolha de materiais e medicamentos seguros durante o procedimento.

Uso de medicamentos

Comunique o uso de medicamentos, principalmente anticoagulantes como varfarina, heparina ou rivaroxabana. Esses remédios podem precisar ser suspensos antes do exame. Caso utilize medicação para diabetes, como metformina, informe para ajustes no tratamento se necessário.

Condições de saúde

Converse com o médico sobre condições de saúde pré-existentes, como hipertireoidismo, insuficiência renal ou epilepsia. Essas condições influenciam na abordagem durante e após o procedimento.

Jejum

Respeite o jejum indicado. O período de jejum é geralmente de 4 a 6 horas para adultos. Em crianças, pode ser solicitado jejum de 8h, com adaptações para os bebês em amamentação.

Acompanhante e itens pessoais

Leve um acompanhante no dia do exame para ajudar no retorno, pois será aplicada sedação ou anestesia. Inclua itens pessoais, como roupas confortáveis, caso haja necessidade de internamento hospitalar após o procedimento.

Termo de consentimento

Antes do exame, leia e assine o termo de consentimento, que formaliza sua concordância com o procedimento e explica riscos e benefícios. Aproveite para esclarecer dúvidas com a equipe médica e se sentir mais preparado.

Como é realizado o cateterismo?

O procedimento é realizado em uma sala de hemodinâmica, equipada com tecnologia para visualização em tempo real.

  1. Preparo inicial: O paciente é posicionado em uma mesa cirúrgica. Monitores são conectados para acompanhar os sinais vitais, como frequência cardíaca, pressão arterial e oxigenação.
  2. Anestesia local e sedação: O local de inserção do cateter (geralmente braço ou virilha) é anestesiado. Sedação leve pode ser administrada para conforto do paciente, mas ele permanece consciente durante o procedimento ou sob sedação leve.
  3. Acesso vascular: Um pequeno corte é feito para acessar uma artéria ou veia periférica. Um introdutor (um pequeno tubo) é inserido para guiar o cateter até o coração.
  4. Introdução do cateter: Um cateter fino e flexível é inserido e guiado até as artérias coronárias ou as câmaras do coração, usando imagens de raios-x em tempo real (fluoroscopia).
  5. Injeção de contraste: Um meio de contraste é injetado através do cateter para destacar as artérias e estruturas cardíacas nas imagens. Isso permite a visualização de bloqueios ou outras anomalias.
  6. Realização do exame ou tratamento: Dependendo do objetivo do cateterismo, são realizadas medições de pressão, retirada de amostras de sangue, angioplastia, colocação de stents ou reparos valvares.
  7. Remoção do cateter: Após o término, o cateter é retirado, e o local da inserção é pressionado ou fechado com dispositivos especiais para evitar sangramentos.
  8. Pós-procedimento: O paciente é observado por algumas horas para monitorar possíveis complicações, como sangramentos ou reações ao contraste.

Quais são os riscos do cateterismo?

Embora o cateterismo seja geralmente seguro, existem riscos associados, especialmente em pacientes com condições pré-existentes. Os riscos incluem:

Reações ao contraste iodado

Alguns pacientes podem desenvolver reações alérgicas ao contraste iodado utilizado durante o exame. Essas reações variam desde sintomas leves como coceira e urticária até reações mais graves como angioedema ou choque anafilático. Pacientes com histórico de alergias ou asma são mais suscetíveis a essas complicações.

Complicações no local da punção

No local onde o cateter é inserido, podem ocorrer hematomas, equimoses, sangramento ou formação de pequenos coágulos. Em alguns casos, pode haver inflamação local, dor ou desconforto na região da punção.

Dano vascular

Existe o risco de lesão nas paredes dos vasos sanguíneos durante a inserção do cateter. Essas lesões podem resultar em perfuração, dissecção ou espasmo do vaso, comprometendo potencialmente a circulação sanguínea.

Arritmias cardíacas

Durante procedimentos cardíacos, a manipulação do cateter pode desencadear alterações no ritmo cardíaco. Na maioria das vezes, essas arritmias são temporárias e controláveis, mas em casos raros podem exigir intervenção médica imediata.

Infecções

Apesar das rigorosas técnicas de assepsia, há um risco de infecção associado à inserção do cateter. Essas infecções podem ser localizadas no ponto de punção ou, em situações mais graves, evoluir para infecções sistêmicas.

Formação de coágulos

A presença do cateter pode estimular a formação de trombos (coágulos sanguíneos) dentro dos vasos. Esses coágulos representam um risco significativo, podendo causar obstrução vascular ou, em casos mais críticos, desprenderem-se e causar embolia.

Eventos graves (raros)

Embora extremamente incomuns, podem ocorrer eventos como parada cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC) ou reação anafilática severa. Esses eventos são prováveis em pacientes com múltiplas comorbidades ou em procedimentos de alta complexidade.

Esses riscos são minimizados com a avaliação prévia detalhada e a realização do procedimento por uma equipe médica experiente em um ambiente hospitalar controlado.

Contraindicações ao cateterismo

Condições de risco elevado

Pacientes com insuficiência renal severa, insuficiência cardíaca avançada ou doenças infecciosas ativas apresentam maior risco durante o cateterismo. Essas condições podem comprometer a saúde durante o procedimento.

Alergia ao contraste iodado

Se você tem alergia ao contraste iodado, usado no cateterismo, o procedimento pode ser contraindicado. Avaliação prévia é essencial para reduzir reações adversas.

Coagulopatias e uso de anticoagulantes

Pacientes com alterações na coagulação ou em uso de anticoagulantes possuem maior probabilidade de sangramentos ou hematomas na punção. Esses riscos variam conforme o estado clínico.

Infecções ativas

A presença de infecções, especialmente sistêmicas, aumenta o risco de complicações. O procedimento é contraindicado até a resolução do quadro infeccioso.

Tipos de cateterismo

  • Cateterismo diagnóstico: Utilizado para avaliar a estrutura e o funcionamento do coração e dos vasos sanguíneos. Permite identificar obstruções nas artérias coronárias, disfunções das válvulas cardíacas e outras anomalias.
  • Cateterismo terapêutico: Realizado para tratar problemas identificados, como obstruções arteriais. Inclui intervenções como angioplastia, colocação de stents, valvuloplastia (reparo ou substituição de válvulas cardíacas) e ablação de arritmias.
  • Cateterismo do lado direito: Insere o cateter por uma veia, geralmente no braço, virilha ou pescoço, até as câmaras do lado direito do coração. É usado para medir pressões pulmonares e cardíacas, avaliando condições como hipertensão pulmonar e insuficiência cardíaca.
  • Cateterismo do lado esquerdo: Insere o cateter por uma artéria, geralmente na virilha ou punho, até as câmaras esquerdas do coração. Avalia a função do ventrículo esquerdo e a presença de obstruções nas artérias coronárias.
  • Cateterismo coronário: Direcionado para examinar as artérias coronárias, usando contraste e imagens para identificar estreitamentos ou bloqueios.
  • Cateterismo pediátrico: Adaptado para crianças, é usado para diagnosticar e tratar defeitos congênitos, como comunicação interatrial ou interventricular.

Data de publicação: 27/12/2024

Dr. Antonio Carlos Buzaid
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Antonio Carlos Buzaid é um destacado oncologista clínico, graduado pela Universidade de São Paulo, com experiência internacional nos EUA, onde foi diretor de centros especializados em melanoma e câncer de pulmão, além de professor na Universidade de Yale. No Brasil, dirigiu centros de oncologia nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, e atualmente é diretor médico geral do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. CRM 45.405
Dr. Fernando Cotait Maluf
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Fernando Cotait Maluf é um renomado oncologista clínico, graduado pela Santa Casa de São Paulo, com doutorado em Urologia pela FMUSP. Ele foi chefe do Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica do Hospital Sírio Libanês e atualmente é diretor associado do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, além de membro do Comitê Gestor do Hospital Israelita Albert Einstein e professor livre-docente na Santa Casa de São Paulo. CRM: 81.930