Prevenção do câncer
Como evitar o aparecimento do câncer?
A maioria dos casos de câncer é diagnosticada em fases avançadas. Mesmo tumores pequenos representam manifestações de transformações malignas ocorridas muitos anos antes. Por exemplo: calcula-se que a maioria dos tumores de mama leve de dois a 15 anos para atingir 1 cm de diâmetro.
As estratégias para prevenir o aparecimento de tumores malignos envolvem evitar contato com carcinógenos químicos ou físicos, retirada cirúrgica de lesões pré-malignas ou de órgãos com risco alto de transformação maligna, prevenção e erradicação de infecções e o uso preventivo de medicamentos como os usados em câncer de mama e as vacinas em câncer do colo uterino.
Cigarro
Parar de fumar e proteger da fumaça os que não fumam são consideradas as medidas isoladas de maior impacto na prevenção da doença. Cerca de 30% do total de casos de câncer (repare, não estamos falando apenas de câncer de pulmão) diagnosticados em todo o mundo são relacionados ao tabagismo.
Entre os mais associados ao fumo, além do câncer de pulmão, estão os cânceres de boca, faringe, esôfago, faringe, laringe, traqueia, estômago, rins e bexiga.
Se ninguém fumasse evitaríamos um em cada três casos de câncer. Isso sem mencionar os casos evitáveis de outras doenças, como infarto do miocárdio, derrame cerebral e enfisema.
Álcool
Existem evidências de que o consumo de álcool aumenta o risco de desenvolver alguns tipos de câncer, especialmente os de cabeça e pescoço, esôfago, fígado, cólon e reto, e mama. Por outro lado, o consumo moderado de álcool pode trazer benefícios cardiovasculares.
Qual seria a quantidade recomendada, então? Atualmente, recomenda-se que as pessoas que optam por consumir bebidas alcoólicas o façam de maneira moderada, o que corresponde ao limite de uma dose diária para mulheres e duas para homens, considerando-se como dose uma garrafa pequena ou lata de cerveja, uma taça de vinho ou uma dose de 50 mL de bebida destilada.
Atividade física
Existem inúmeros benefícios que decorrem da prática de atividade física regular. Pessoas que se exercitam regularmente têm melhor saúde geral, maior condicionamento cardiovascular e menor risco de contrair diversas doenças. Em geral a população relaciona exercícios à prevenção de doenças cardiovasculares, mas alguns tipos de cânceres também podem ser evitados dessa forma.
Não é necessário que o exercício seja feito de maneira muito vigorosa: basta que haja frequência e regularidade (por exemplo, 30 a 60 minutos por sessão, quatro a cinco vezes por semana) e que o exercício seja mais vigoroso do que as atividades corriqueiras.
Dieta
Embora diversos estudos tenham chegado à conclusão de que dietas ricas em gordura animal e pobres em fibras, frutas, verduras e legumes estejam associadas a índices mais altos de câncer de mama, intestino, próstata e útero (endométrio), outros não conseguiram confirmar tal associação.
Por via das dúvidas, e pelo benefício em outras doenças, recomendam-se consumo reduzido de gordura de origem animal e dieta rica em frutas, verduras e legumes.
Fumantes jamais devem fazer uso de complexos vitamínicos que contenham betacaroteno, porque seu uso resulta em aumento do risco de desenvolver câncer de pulmão.
Radiações ultravioletas
A exposição ao sol merece um comentário, porque há pessoas que não apanham sol de maneira nenhuma e, quando são obrigadas a fazê-lo, aplicam filtros solares com fator de proteção altíssimo.
É importante lembrar que a luz solar é fundamental para que a pele possa sintetizar vitamina D, micronutriente essencial para o funcionamento de vários tecidos do organismo.
Como a capacidade de formar vitamina D é maior nas pessoas de pele clara do que naquelas de pele escura, o tempo de exposição ao sol deve ser dosado de acordo com a cor da pele.
Os especialistas recomendam 10 minutos de sol no rosto e nos braços, três vezes por semana, para a produção de níveis adequados de vitamina D. Pessoas de pele muito clara devem dar preferência para o sol do início da manhã ou do fim da tarde.
Micro-organismos
Envolve estratégias que consistem no tratamento de infecções relacionadas ao surgimento de cânceres (cerca de 15% dos casos). A maior parte dos turmores malignos com esse tipo de origem é causada por vírus, mas existem casos provocados por bactérias, fungos e até vermes.
Fazem parte da prevenção dessa categoria o tratamento de infecções como a causada pela bactéria Helicobacter pylori, relacionada ao câncer de estômago, a vacinação contra determinados vírus, como os da hepatite B (câncer de fígado) e do HPV (câncer de colo uterino, canal anal e orofaringe).