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Diverticulite

Diverticulite é uma condição que afeta o intestino grosso, causando inflamação ou infecção nos divertículos, pequenas bolsas que se formam na parede intestinal. Embora muitas pessoas com divertículos não apresentem sintomas, a diverticulite pode provocar dores abdominais intensas, febre e alterações no hábito intestinal.

Entender as causas e os tratamentos disponíveis é essencial para lidar com essa condição. Fatores como dieta pobre em fibras, tabagismo, obesidade, sedentarismo e envelhecimento podem aumentar o risco de desenvolver diverticulite. Felizmente, existem opções de tratamento que vão desde mudanças na alimentação até intervenções médicas mais avançadas.

Pontos-chave

  • Definição de diverticulite: Diverticulite é uma inflamação ou infecção dos divertículos no intestino grosso, causando dor abdominal intensa, febre e alterações no hábito intestinal.
  • Causas principais: Dieta pobre em fibras, tabagismo, sedentarismo, obesidade, envelhecimento e constipação crônica são os principais fatores de risco para desenvolver diverticulite.
  • Diagnóstico e sintomas: Diagnóstico inclui exame clínico, tomografia computadorizada e exames laboratoriais. Sintomas comuns são dor abdominal, febre e alterações intestinais.
  • Tratamentos disponíveis: Tratamento varia desde antibióticos e mudanças na dieta até intervenções cirúrgicas em casos graves.
  • Prevenção: Dieta rica em fibras, hidratação adequada, prática regular de exercícios, controle do tabagismo e manutenção de peso saudável são medidas preventivas essenciais.
  • Complicações: Possíveis complicações incluem abscessos, peritonite, obstrução intestinal e fístulas, reforçando a importância de um tratamento adequado e precoce.

O Que é diverticulite?

Diverticulite é uma doença intestinal caracterizada pela inflamação de pequenas bolsas ou sacos chamados divertículos, que se formam na parede do intestino grosso. Essa condição causa sintomas como dor abdominal intensa, febre e alterações no hábito intestinal.

Formação dos divertículos

Os divertículos formam-se ao longo do trato intestinal, especialmente na porção final do cólon. Essas estruturas em formato de balão surgem devido a uma falha na camada muscular média do intestino grosso, permitindo que as camadas internas saiam, formando essas pequenas bolsas.

Diferenças entre diverticulite e diverticulose

Diverticulite e diverticulose são condições distintas que afetam o intestino. A diverticulose caracteriza-se pela presença de divertículos na parede do cólon, mas sem inflamação ou infecção. Esses divertículos geralmente não causam sintomas e são descobertos incidentalmente durante exames, como colonoscopias.

A diverticulite, por outro lado, ocorre quando esses divertículos inflamam ou infeccionam. Essa condição pode resultar em sintomas graves, como dor abdominal intensa, febre e alterações no hábito intestinal. A inflamação é uma resposta do organismo, possivelmente desencadeada pela obstrução dos divertículos por fezes ou alimentos não digeridos.

Em termos de tratamento, a diverticulose geralmente não requer intervenção médica, mas recomenda-se uma dieta rica em fibras para prevenir o desenvolvimento da diverticulite. Já a diverticulite, dependendo da severidade, pode exigir antibióticos, mudanças na dieta ou até cirurgia em casos mais graves. O manejo adequado dessas condições pode melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente.

Fatores de risco da diverticulite

Dieta pobre em fibras

Uma das principais causas da diverticulite é a dieta pobre em fibras. Dietas com baixo conteúdo de fibras levam a fezes mais secas e difíceis de passar. Isso aumenta a pressão no cólon, favorecendo a formação de divertículos, que podem inflamar.

Tabagismo

O tabagismo é outro fator de risco para o desenvolvimento de diverticulite. O hábito de fumar está associado a um aumento da inflamação no corpo, o que pode afetar o intestino e tornar mais provável a inflamação dos divertículos.

Obesidade

A obesidade é um fator de risco importante para a diverticulite. O excesso de peso, especialmente a gordura abdominal, pode aumentar a pressão no intestino, facilitando a formação de divertículos e aumentando o risco de inflamação.

Envelhecimento

A prevalência da diverticulite aumenta com a idade. O envelhecimento leva à perda de elasticidade da musculatura intestinal. Isso facilita a formação de divertículos ao longo do tempo, tornando a diverticulite mais comum em pessoas mais velhas.

Constipação crônica

A prisão de ventre crônica contribui para a formação de divertículos. Fezes pouco hidratadas aumentam a pressão no intestino, criando condições propícias para o desenvolvimento de divertículos, que podem se inflamar e infeccionar, levando à diverticulite.

Sintomas da diverticulite

Dor abdominal

A dor abdominal é um dos sintomas mais comuns da diverticulite. Ela geralmente ocorre na parte inferior esquerda do abdômen e pode ser intensa e constante. A dor pode piorar com o movimento e melhorar ao descansar.

Febre e calafrios

Febre baixa é um sintoma frequente da diverticulite, sinalizando a presença de uma infecção. Calafrios podem acompanhar a febre, especialmente em casos mais graves. A febre indica que o corpo está tentando combater a inflamação nos divertículos.

Náusea e vômito

Náusea e vômito são sintomas menos comuns, mas ainda assim podem ocorrer. Estes sintomas podem surgir devido ao bloqueio do trato intestinal ou à resposta do corpo à inflamação. A náusea é frequentemente acompanhada de perda de apetite.

Alterações intestinais

Alterações no hábito intestinal, como constipação, diarreia ou alternância entre ambos, são comuns. Você pode notar mudanças na frequência ou na consistência das fezes. Essas alterações são causadas pela inflamação que altera a função normal do intestino.

Outros sintomas

Outros sintomas da diverticulite incluem distensão abdominal, sensibilidade ao toque e uma sensação de plenitude. Embora menos comuns, sintomas como uma palpável massa abdominal podem indicar complicações mais sérias.

Diagnóstico da diverticulite

Diversos métodos são fundamentais para o diagnóstico da diverticulite. Exames clínicos, de imagem e laboratoriais desempenham papéis cruciais na identificação precisa da condição.

Exame clínico

O médico começa com uma análise detalhada dos sintomas relatados. A palpação abdominal ajuda a identificar a dor e a sensibilidade, típicas da diverticulite.

Tomografia Computadorizada (TC)

A tomografia computadorizada é a ferramenta diagnóstica mais confiável. Ela oferece imagens detalhadas do cólon, permitindo a visualização direta dos divertículos inflamados e complicações como abscessos ou perfurações.

Ultrassom abdominal

O ultrassom é uma alternativa menos invasiva. Embora não ofereça imagens detalhadas como a TC, pode detectar inflamações ou abscessos, especialmente em pacientes que não podem ser expostos à radiação. Outra alternativa, nesses casos, é a ressonância magnética (RM).

Exames laboratoriais

Testes de sangue como hemograma completo e proteína C reativa auxiliam na detecção da inflamação. A presença de altos níveis de glóbulos brancos sugere infecção, reforçando a suspeita de diverticulite.

Colonoscopia

A colonoscopia é geralmente evitada durante crises agudas devido ao risco de perfuração. No entanto, após a resolução dos sintomas, pode ser realizada para avaliar a extensão da doença e descartar malignidades.

Tratamento da diverticulite

Medicamentos

A primeira linha de tratamento para diverticulite envolve antibióticos. Prescrição comum inclui ciprofloxacina e metronidazol. Eles combatem infecções bacterianas nos divertículos. Em casos leves, antibióticos orais são suficientes. Nos casos graves, antibióticos intravenosos são necessários, geralmente administrados em ambiente hospitalar.

Dieta e alimentação

A dieta pode desempenhar um papel crucial no manejo da diverticulite. Em alguns casos, recomenda-se uma dieta líquida para ajudar a reduzir a inflamação. Eventualmente, aumentar a ingestão de fibras é essencial. Alimentos ricos em fibras incluem frutas, vegetais e grãos integrais. Consultar um nutricionista pode ser benéfico.

Cirurgia

Casos graves de diverticulite podem exigir intervenção cirúrgica. Indicações incluem abscessos não drenáveis por punção, peritonite e sintomas graves que não respondem ao tratamento com medicamentos. A cirurgia envolve a ressecção do segmento do intestino afetado. Procedimento comum é a colectomia parcial. Quando factível, a laparoscopia é preferida por ser menos invasiva. Em casos complicados, pode ser necessária colostomia temporária.

Prevenção da diverticulite

A dieta rica em fibras auxilia na prevenção da diverticulite. As fibras aumentam o volume e umidade das fezes, o que diminui a pressão no cólon e reduz o risco de formação de divertículos. Inclua alimentos como frutas, vegetais e grãos integrais em sua alimentação diária.

Hidratação adequada

Manter-se hidratado é essencial para manter as fezes macias e fáceis de evacuar. Consuma pelo menos 2 litros de água por dia. A desidratação pode levar à constipação, aumentando o risco de diverticulite.

Prática de exercícios físicos

A prática regular de exercícios físicos melhora a motilidade intestinal. Atividades como caminhadas, corridas e ciclismo ajudam a prevenir a constipação. O sedentarismo é um fator de risco para a diverticulite, então adote um estilo de vida ativo.

Controle do tabagismo

Parar de fumar reduz o risco de desenvolver diverticulite. O tabagismo afeta a saúde intestinal e contribui para a inflamação dos divertículos. Procure ajuda profissional se tiver dificuldades para abandonar o cigarro.

Manutenção de peso saudável

Manter um peso saudável é crucial na prevenção da diverticulite. A obesidade aumenta a pressão abdominal e, consequentemente, a pressão no cólon, favorecendo a formação de divertículos. Adote uma alimentação equilibrada e pratique atividades físicas regulares.

Evitamento de constipação crônica

Para evitar a constipação crônica, além de consumir fibras e se hidratar, estabeleça um horário regular para evacuação. Não ignore o desejo de evacuar para prevenir o endurecimento das fezes. A constipação aumenta a pressão no cólon e contribui para a diverticulite.

Monitoramento médico

Realize exames regulares conforme orientação médica, especialmente se houver histórico familiar de diverticulite. A detecção precoce de alterações intestinais pode prevenir complicações. Discuta com seu médico o melhor plano de prevenção baseado em seu perfil de saúde.

Possíveis complicações

A diverticulite pode causar diversas complicações, especialmente se não tratada adequadamente. Essas complicações variam desde abscessos e peritonite até obstrução intestinal e fístulas.

  • Abscessos: Bolsas de pus que se formam perto dos divertículos inflamados. Abscessos necessitam de drenagem, geralmente por meio de um procedimento guiado por imagem (TC).
  • Peritonite: Infecção grave que ocorre quando um divertículo rompido libera conteúdo intestinal na cavidade abdominal. Requer intervenção cirúrgica imediata (Fonte: Mayo Clinic).
  • Obstrução intestinal: Ocorre quando a inflamação causa estreitamento do intestino, bloqueando a passagem de fezes. Tratamento pode incluir cirurgia para remover a parte estreitada do intestino.
  • Fístulas: Conexões anormais entre o intestino e outros órgãos, como a bexiga ou a pele, causadas pela inflamação contínua. Correção cirúrgica é frequentemente necessária.

Complicações potencialmente graves reforçam a importância de tratamento precoce e adequado.

Diverticulite pode ser câncer?

Embora a diverticulite e o câncer de cólon compartilhem alguns sintomas, como dor abdominal e alterações no hábito intestinal, são condições distintas. A diverticulite é uma inflamação ou infecção dos divertículos, enquanto o câncer de cólon envolve o crescimento descontrolado de células malignas no intestino grosso. No entanto, é crucial realizar exames diagnósticos adequados para descartar a presença de câncer, especialmente em pacientes com histórico familiar.

Data de publicação: 17/10/2024

Dr. Antonio Carlos Buzaid
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Antonio Carlos Buzaid é um destacado oncologista clínico, graduado pela Universidade de São Paulo, com experiência internacional nos EUA, onde foi diretor de centros especializados em melanoma e câncer de pulmão, além de professor na Universidade de Yale. No Brasil, dirigiu centros de oncologia nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, e atualmente é diretor médico geral do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. CRM 45.405
Dr. Fernando Cotait Maluf
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Fernando Cotait Maluf é um renomado oncologista clínico, graduado pela Santa Casa de São Paulo, com doutorado em Urologia pela FMUSP. Ele foi chefe do Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica do Hospital Sírio Libanês e atualmente é diretor associado do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, além de membro do Comitê Gestor do Hospital Israelita Albert Einstein e professor livre-docente na Santa Casa de São Paulo. CRM: 81.930