back to top
InícioInsuficiência cardíaca

Insuficiência cardíaca

A insuficiência cardíaca é uma condição séria que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. Quando o coração não consegue bombear sangue de maneira eficiente, órgãos e tecidos não recebem oxigênio suficiente, o que pode levar a sintomas debilitantes e complicações graves.

Você pode notar sinais como falta de ar, inchaço nas pernas e cansaço extremo. Entender os fatores de risco e as opções de tratamento é crucial para gerenciar essa condição e melhorar sua qualidade de vida.

Pontos-chave

  • Definição de insuficiência cardíaca: Condição grave onde o coração não bombeia sangue de forma eficiente, resultando em sintomas como fadiga, falta de ar e inchaço.
  • Causas e fatores de risco: Envolvem hipertensão, infarto, problemas nas válvulas cardíacas, diabetes, histórico familiar e alto consumo de álcool.
  • Sintomas comuns: Incluem cansaço extremo, acúmulo de líquidos (edema), dificuldade para realizar exercícios, falta de ar, confusão mental e inchaço no abdômen.
  • Importância do diagnóstico: Diagnóstico preciso através de exames de sangue, ecocardiograma, radiografia do tórax e eletrocardiograma ajuda a determinar o tratamento adequado.
  • Comorbidades associadas: A insuficiência cardíaca pode estar ligada a outras condições médicas, como doença nas coronárias, hipertensão e diabetes, que agravam o quadro clínico.

O que é insuficiência cardíaca?

A insuficiência cardíaca é uma doença grave em que o coração não bombeia sangue efetivamente para o resto do corpo. Isso resulta em um fornecimento inadequado de nutrientes e oxigênio, causando sintomas de cansaço e fadiga. Além disso, o corpo não excreta corretamente resíduos, levando à acumulação de líquido.

As causas comuns incluem doença nas coronárias, ataque cardíaco anterior, pressão arterial elevada, doenças do músculo cardíaco e arritmias. Pessoas mais velhas são mais suscetíveis: 1% das pessoas com menos de 65 anos têm insuficiência cardíaca; essa porcentagem aumenta para 7% entre 75 e 84 anos e para 15% acima de 85 anos.

Os sintomas mais frequentes incluem falta de ar, fadiga intensa e inchaço nas pernas e no abdômen. Estes sintomas podem indicar que o coração não está desempenhando suas funções de forma adequada.

Preste atenção aos sinais do corpo se experimentar esses sintomas regularmente, você pode estar diante de um quadro de insuficiência cardíaca. Em caso de dúvidas ou sintomas persistentes, o ideal é procurar um especialista para um diagnóstico preciso.

Causas e fatores de risco

Hipertensão

A hipertensão, ou pressão arterial elevada, pode causar danos ao músculo cardíaco, tornando-o menos eficiente no bombeamento de sangue. Estudos indicam que pacientes hipertensos têm um risco aumentado de desenvolver insuficiência cardíaca.

Infarto do miocárdio (ataque cardíaco)

O infarto do miocárdio, conhecido como ataque cardíaco, danifica o músculo cardíaco permanentemente. Essa condição reduz a capacidade do coração de bombear sangue adequadamente, contribuindo para a insuficiência cardíaca.

Válvulas cardíacas anormais

Problemas nas válvulas cardíacas, como estenose ou insuficiência valvar, podem impedir o fluxo eficiente de sangue pelo coração. Isso força o músculo cardíaco a trabalhar mais e pode levar à insuficiência cardíaca.

Doença Arterial Coronariana

A doença arterial coronariana ocorre quando as artérias que suprem o coração com sangue estão estreitadas ou bloqueadas, reduzindo o fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco. Essa condição pode enfraquecer o coração ao longo do tempo e é uma das principais causas de insuficiência cardíaca.

Diabetes

O diabetes danifica os vasos sanguíneos e o músculo cardíaco, aumentando o risco de insuficiência cardíaca. Pacientes com diabetes devem monitorar seus níveis de glicose e seguir as orientações médicas para minimizar esses riscos.

Histórico familiar

Se há histórico familiar de insuficiência cardíaca, existe uma predisposição genética a desenvolver a condição. Fatores hereditários podem influenciar a saúde do músculo cardíaco e a função de bombeamento.

Alto consumo de álcool

O consumo excessivo de álcool pode enfraquecer o músculo cardíaco, condição conhecida como cardiomiopatia alcoólica. Isso aumenta o risco de insuficiência cardíaca, sendo essencial moderar a ingestão alcoólica para proteger a saúde cardíaca.

Tabagismo

O tabagismo é um fator de risco significativo para insuficiência cardíaca. O uso do tabaco danifica os vasos sanguíneos, aumenta a pressão arterial e diminui os níveis de oxigênio no sangue, o que sobrecarrega o coração e pode levar à insuficiência cardíaca.

Obesidade

A obesidade está associada a vários fatores que aumentam o risco de insuficiência cardíaca, incluindo hipertensão, diabetes e dislipidemia. O excesso de peso também impõe um esforço adicional ao coração, que precisa trabalhar mais para bombear sangue por todo o corpo.

Sintomas de insuficiência cardíaca

A insuficiência cardíaca apresenta diversos sintomas, variando de leve a grave, e pode afetar significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Identificar esses sinais é crucial para o diagnóstico e tratamento adequados.

Cansaço excessivo

Sentir-se exausto, mesmo após uma boa noite de sono ou repouso adequado, pode ser um indicativo de insuficiência cardíaca. O cansaço constante ocorre porque o coração não está fornecendo oxigênio suficiente aos músculos e tecidos do corpo.

Acúmulo de líquidos

A incapacidade do coração de bombear sangue de forma eficiente leva ao acúmulo de líquidos em várias partes do corpo. Este fenômeno, conhecido como edema, é frequentemente observado nos pulmões e pernas. Como resultado, a pessoa pode apresentar inchaço e desconfortável nos membros inferiores.

Incapacidade de realizar exercícios

Esforços físicos simples, como caminhar ou subir escadas, tornam-se extremamente difíceis para quem tem insuficiência cardíaca. A falta de oxigênio nos músculos implica uma redução significativa na capacidade de realizar atividades cotidianas, impactando a independência do indivíduo.

Falta de ar (dispneia)

A falta de ar, conhecida como dispneia, é um sintoma comum em indivíduos com insuficiência cardíaca. Esta dificuldade respiratória pode ocorrer tanto em repouso quanto durante atividades físicas, comprometendo ainda mais a qualidade de vida e a capacidade de realizar tarefas simples.

Edema

O edema, ou o acúmulo de líquidos nos membros inferiores, causa inchaço significativo. Este inchaço pode ser doloroso e tornar o uso de calçados desconfortáveis. Em casos mais severos, o edema pode se estender para outras partes do corpo, sinalizando um problema cardíaco avançado.

Dificuldade para dormir

A insuficiência cardíaca pode causar dificuldade para dormir, especialmente ao deitar. Algumas pessoas sentem necessidade de utilizar vários travesseiros para conseguir respirar melhor durante a noite. Esse sintoma também merece atenção médica.

Perda de apetite

A perda de apetite ou a sensação de estar cheio rapidamente, mesmo comendo pequenas quantidades, pode ser um sinal de insuficiência cardíaca. Isso ocorre porque a retenção de líquidos afeta o sistema digestivo.

Confusão mental e problemas de memória

Alterações na função cognitiva e dificuldades de memória podem aparecer devido à redução do fluxo sanguíneo para o cérebro. Caso note confusão mental ou perda de memória, é importante consultar um médico para uma avaliação cardiológica detalhada.

Compreender esses sintomas ajuda no diagnóstico precoce e permite intervenções terapêuticas mais eficazes, melhorando a qualidade de vida dos pacientes com insuficiência cardíaca.

Quando procurar um médico?

A insuficiência cardíaca é uma doença grave, e é essencial procurar um médico ao notar sintomas específicos. A falta de ar, seja ao realizar atividades físicas leves ou enquanto está em repouso, é um sinal importante. Esse sintoma pode indicar que o coração está tendo dificuldade em bombear sangue eficientemente.

Além disso, se você tem histórico de doenças cardíacas ou fatores de risco como hipertensão, diabetes, tabagismo e obesidade, a consulta com um especialista é fundamental. Esses fatores aumentam significativamente a probabilidade de desenvolver insuficiência cardíaca e necessitam de acompanhamento médico regular.

Diagnóstico

A insuficiência cardíaca requer um diagnóstico preciso para tratamento eficaz. Seu médico avaliará sintomas, exame físico e resultados de exames.

Exames laboratoriais

Exames de sangue ajudam na avaliação de insuficiência cardíaca. Os níveis de BNP e NT-pró-BNP são indicadores importantes. Um BNP elevado pode indicar estresse cardíaco, auxiliando no diagnóstico de insuficiência cardíaca.

Ecocardiograma

O ecocardiograma é essencial no diagnóstico. Ele utiliza ultrassom para visualizar a estrutura e a função do coração. Você terá informações detalhadas sobre a capacidade de bombeamento e eventuais anormalidades nas válvulas cardíacas.

Radiografia do tórax

A radiografia do tórax ajuda a avaliar o tamanho do coração e a presença de líquido nos pulmões. Um coração aumentado ou sinais de fluido nos pulmões sugerem insuficiência cardíaca.

Eletrocardiograma

O eletrocardiograma (ECG) registra a atividade elétrica do coração. Este exame detecta ritmos cardíacos irregulares e possíveis lesões no músculo cardíaco. Um ECG alterado pode indicar insuficiência cardíaca ou outras condições cardíacas.

Comorbidades comuns

A insuficiência cardíaca frequentemente está associada a outras condições médicas. Essas comorbidades não apenas complicam o quadro clínico, mas também podem contribuir diretamente para o desenvolvimento ou agravamento da insuficiência cardíaca.

Doença nas coronárias

A doença arterial coronariana (DAC) é uma causa líder de insuficiência cardíaca. Esse problema resulta do acúmulo de placas de gordura nas artérias que fornecem sangue ao coração, dificultando o fluxo sanguíneo.

Pessoas idosas são mais propensas a desenvolver DAC, o que pode danificar o músculo cardíaco e levar à  insuficiência cardíaca. Em muitos casos, a DAC leva ao enfraquecimento do coração, tornando-o incapaz de bombear sangue de forma eficiente.

Pressão alta (hipertensão arterial sistêmica)

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é outro fator de risco significativo para a insuficiência cardíaca. Esse problema ocorre quando há um aumento persistente da pressão nas artérias.

O coração precisa trabalhar mais para vencer essa resistência, o que pode levar ao espessamento e enrijecimento do músculo cardíaco. Esse processo diminui a capacidade do coração de se encher de sangue adequadamente, resultando em insuficiência cardíaca, que pode ocorrer caso não haja um controle adequado da pressão (com modificação dos hábitos de vida e/ou medicamentos, por exemplo)

Diabetes melito

O diabetes melito é uma condição metabólica de grande impacto na insuficiência cardíaca. Níveis elevados de glicose no sangue podem danificar vasos sanguíneos e tecidos, incluindo o músculo cardíaco.

Pacientes com diabetes têm um risco elevado de desenvolver DAC e HAS, ambos os quais contribuem para a insuficiência cardíaca. Além disso, o diabetes pode levar a problemas em microvasos, agravando ainda mais a saúde cardiovascular.

Insuficiência cardíaca pode ser câncer?

A insuficiência cardíaca e o câncer são condições de saúde distintas, mas há evidências que sugerem uma relação entre elas.

Pacientes com insuficiência cardíaca (IC) parecem apresentar uma maior incidência de câncer em comparação com a população geral. Essa associação pode ser atribuída a fatores de risco comuns, como idade avançada, diabetes, sedentarismo, obesidade, consumo de álcool e tabagismo.

Além disso, a inflamação crônica e a ativação neuro-hormonal, presentes na insuficiência cardíaca, também podem contribuir para o desenvolvimento de câncer. 

A fadiga é um sintoma comum em ambas as condições, e a toxicidade dos tratamentos oncológicos pode afetar o sistema cardiovascular, aumentando o risco de insuficiência cardíaca em certos pacientes com câncer. 

Assim, embora a insuficiência cardíaca não seja um tipo de câncer, existe uma inter-relação significativa entre as duas condições, o que levou ao desenvolvimento da cardio-oncologia, uma área que busca melhorar o cuidado de pacientes que enfrentam esses desafios de saúde simultaneamente.

[datas_artigo]

Dr. Antonio Carlos Buzaid
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Antonio Carlos Buzaid é um destacado oncologista clínico, graduado pela Universidade de São Paulo, com experiência internacional nos EUA, onde foi diretor de centros especializados em melanoma e câncer de pulmão, além de professor na Universidade de Yale. No Brasil, dirigiu centros de oncologia nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, e atualmente é diretor médico geral do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. CRM 45.405
Dr. Fernando Cotait Maluf
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Fernando Cotait Maluf é um renomado oncologista clínico, graduado pela Santa Casa de São Paulo, com doutorado em Urologia pela FMUSP. Ele foi chefe do Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica do Hospital Sírio Libanês e atualmente é diretor associado do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, além de membro do Comitê Gestor do Hospital Israelita Albert Einstein e professor livre-docente na Santa Casa de São Paulo. CRM: 81.930