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Multiplicando conhecimento para combater o HPV

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Ações promovem prevenção do câncer do colo do útero em comunidades e escolas de São Paulo

Elas vão a escolas, comunidades, creches, centro comunitários e de convivência, associações, entidades de bairro… Onde houver possibilidade de reunir um grupo para levar a mensagem de prevenção e combate ao papilomavírus humano (HPV), elas estão por lá: são as multiplicadoras do projeto Mais Vida, Menos HPV no município de São Paulo, uma ação realizada em parceria pelo Instituto Vencer o Câncer e o Grupo Mulheres do Brasil, com o apoio do Ministério das Mulheres. 

O objetivo é conscientizar a sociedade e promover ações coordenadas para auxiliar o país a alcançar as metas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para eliminar este tipo de câncer. Além de levar informação, a proposta é tirar dúvidas e quebrar mitos que envolvem a doença, para ampliar a vacinação, essencial para combater esse tumor. 

O público abrange mulheres e homens de diversos perfis, como explicam as multiplicadoras, citando casos tanto de mulheres vítimas de violência doméstica como de advogadas que durante a conversa desabafam sobre as frustrações e inseguranças nas relações.

A participação masculina, ainda que menor, chega com importantes dúvidas, sendo a principal delas se é apenas o homem que pode transmitir para a mulher. De outro lado, muitas mulheres acreditam que elas são as únicas responsáveis por propagar a doença. E a verdade é que o vírus não escolhe gênero ou classe social. Todas e todos estão sujeitos a contrair e transmitir o vírus do HPV, que pode provocar câncer de colo de útero, de vulva, vagina, pênis, ânus e orofaringe.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), pelo menos 12 tipos de HPV são considerados de alto risco para câncer – os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero, enquanto os HPV 6 e 11, encontrados em 90% dos condilomas genitais e papilomas laríngeos, são classificados não-oncogênicos. 

A melhor forma de prevenção é a vacinação contra o HPV. O melhor caminho para o diagnóstico precoce do câncer de colo de útero é a visita regular ao ginecologista e realização de exame Papanicolau. 

Informação para todas as faixas etárias

Essas são algumas das informações que as multiplicadoras transmitem, como explica Rose Peroni, que tem atuado principalmente com pessoas em situação de vulnerabilidade, como na visita em que vez na casa Zizi, na Vila Ema, em São Paulo, uma roda de conversa com mulheres vítimas de violência doméstica. “Elas participaram bastante, se soltaram e compartilharam suas histórias. Muitas passaram por situações difíceis e valorizam essas informações que passamos”, diz, comentando que estava preparada para um público mais resistente, devido à delicadeza da situação, mas foi surpreendida com uma boa recepção e bastante interatividade. 

“Tinha até uma senhora de bengala e mesmo se locomovendo com dificuldades ficou até o final, fez perguntas. Outra senhora já tinha retirado o útero por causa de câncer, mas participou e comentou que estava ali para poder compartilhar informações com vizinhas e amigas. Foi muito bom ver que elas não se fecharam, mulheres que nós não temos nem noção de tudo que passaram”, afirma.

Rose Peroni comenta ainda que busca estimular as mulheres a se validarem como pessoas e fazerem suas escolhas e opções, para se cuidarem e priorizarem sua saúde. Ressalta que uma dúvida que costuma surgir é sobre sintomas e ela sempre indica que é importante procurar um médico para buscar esclarecimentos. “Percebemos nos encontros como é importante levar essas informações, porque há desconhecimento. Em uma das rodas, uma mãe me falou que esteve no posto de saúde com o filho para tomar vacina e disseram a ela que era apenas para meninas. Por isso é tão fundamental essa divulgação”.

Multiplicando conhecimento para combater o HPV

Atuando principalmente com pré-adolescentes, jovens e idosos, Elizangela Marques Ferreira de Lima promove conversas na região de Pirituba, em São Paulo. Em seus encontros, destaca a importância da vacinação, do autocuidado, de fazer os exames preventivos e do bem-estar das mulheres. “Estou sendo bem acolhida, todos recebem as rodas de conversa muito bem”, conta. “Teve alguns casos em que algumas pessoas se assustarem, quando viram o que o HPV pode provocar; eles aprendem, está sendo bem explicativo”.

O objetivo, avisa, é explicar a melhor maneira de prevenir a doença. Às vezes surgem dúvidas diferentes. “Uma vez me perguntaram se o HPV pode ser transmitido pela calcinha, porque a mulher morava com a irmã adolescente que usava calcinhas dela. Eu expliquei que o certo é cada um ter a sua calcinha, porque é algo íntimo, não para se dividir”.

Elizangela Lima afirma que os homens costumam ser mais tímidos, ficam quietos durante a apresentação, mas alguns se aproximam ao final para entender melhor as formas de transmissão. “As rodas são boas, o bate-papo é bem interativo, depois das explicações elas fazem perguntas, a gente se abraça”, afirma, revelando que fez uma boa descoberta: muitas mulheres em Pirituba sabem que precisam fazer o Papanicolau e estão se cuidando.

Multiplicando conhecimento para combater o HPV

O projeto Mais Vida, Menos HPV no município de São Paulo integra as ações da Aliança Nacional para Eliminação do Câncer do Colo do Útero, realizada em parceria pelo Instituto Vencer o Câncer e o Grupo Mulheres do Brasil. Até o início do mês de maio de 2025, as 31 multiplicadoras já haviam conduzido 390 rodas de conversa e 159 palestras, alcançando um público de mais de 16,6 mil pessoas.

Saiba mais sobre a prevenção e a vacinação contra o HPV, clicando aqui.

Viviane Pereira

Logotipo do Instituto Vencer o Câncer

O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.

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