Levantamento realizado pelo Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo ) mostra que 80% dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço atendidos no hospital são ou já foram tabagistas. Desses pacientes, 60% são homens.
Dos pacientes tratados no setor, 60% são acometidos por tumores localizados na boca e 40%, na faringe ou laringe. O estudo aponta ainda que as ocorrências são mais frequentes em pessoas acima de 50 anos.
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Além do tabagismo, o consumo excessivo de álcool também está associado ao desenvolvimento desse tipo de câncer. “O álcool, assim como o tabaco, tem uma relação expressiva com a doença, pois cerca de 50% dos nossos pacientes consomem muito álcool”, alerta o médico Marco Aurélio Kulcsar, chefe de Clínica da Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Icesp. [relacionados]
Os dados ratificam os índices apontados pela SBCCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço), que mostram que o consumo das duas drogas juntas pode aumentar em 20 vezes as chances de uma pessoa desenvolver esse tipo de tumor. “Embora os tumores sejam passíveis de detecção precoce, por estarem em regiões visíveis, muitas vezes os sintomas ainda passam despercebidos”, comenta Kulcsar.
Sintomas x Prevenção
O câncer de cabeça e pescoço compreende um grupo de neoplasias classificadas por localização, em áreas diretamente envolvidas com as funções de fala, deglutição, respiração, paladar, olfato e outros.
Entre os sintomas manifestados estão: manchas brancas na boca, dor, lesão ulcerada ou com sangramento e cicatrização demorada, nódulos no pescoço presentes por mais de duas semanas, mudanças na voz ou rouquidão persistente e dificuldade para engolir. Veja o dr. Fernando Maluf esclarecendo sobre sinais e sintomas clicando aqui.
Apesar do grande número de casos, o potencial de prevenção do câncer de cabeça e pescoço é alto, devido a sua relação inerente com o tabagismo e com o etilismo. Medidas simples como não fumar e nem consumir bebidas alcoólicas em excesso, além de dar preferência a alimentos pobres em gordura e ricos em fibras, ajudam a evitar o desenvolvimento dos tumores.
Especialistas orientam também que as pessoas se habituem a examinar sua boca regularmente, já que, se detectadas na fase inicial, as neoplasias apresentam até 80% de chances de cura. “O diagnóstico precoce é sem dúvida um dos nossos aliados. Quando falamos em tratamento, enquanto um paciente com um tumor avançado chega a ficar até 10 dias internado depois da cirurgia, aqueles que apresentam casos iniciais podem receber alta em apenas dois dias, sem precisarem sequer passar pela radioterapia”, diz o médico.
O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.