Pesquisa realizada em parceria com a IQVIA também destaca a preocupação com as questões emocionais do diagnóstico de câncer
A companhia e suporte da família são fatores importantes para quem passa pelo tratamento do câncer. Mas, além do apoio emocional, um ponto importante considerado pelos pacientes é a repercussão financeira que o diagnóstico traz: a doença gera mais de despesas e a renda mensal familiar pode não ser suficiente para chegar ao fim do mês.
A pesquisa “Oportunidade de suporte aos pacientes oncológicos”, realizada a pedido do Instituto Vencer o Câncer pela IQVIA, ouviu 82 pacientes, 922 familiares e amigos de pacientes e 1023 pessoas da população em geral, em todas as regiões do país, para saber mais da percepção sobre o tema.
Cerca metade dos pacientes entrevistados se encontram curados, tendo descoberto o câncer há mais de cinco anos, com tratamento realizado no sistema privado. Neste recorte, os pacientes pertencem, principalmente, às classes A e B, sendo esse número um pouco menor para o perfil de familiares/ amigos.
Entre estes, 77% relataram impacto do diagnóstico nas despesas mensais da família. Mais da metade parou de trabalhar por pelo menos um período. Quanto à autoestima, um pouco mais de 50% afirmou que se manteve bem.
Por outro lado, grande parte dos familiares/ amigos respondentes alegam que seus parentes pararam de trabalhar durante todo o tratamento do câncer ou já não estavam trabalhando antes da doença. Aqui, há uma maior percepção de que o diagnóstico trouxe muito mais despesas à família (91% dos entrevistados apontam esta consequência), sem a viabilidade de poupar uma parte da renda ao fim do mês.
As questões envolvendo a saúde emocional também foram destacadas ao longo dos resultados das entrevistas por pacientes e familiares. Para ambos os perfis, o momento logo após a descoberta do câncer é o período em que mais se precisa de amparo. A aceitação é considerada o principal desafio. Os efeitos colaterais do tratamento e a busca por um tratamento viável também estão entre as principais preocupações dos entrevistados.
O aspecto psicológico da doença se reflete nas respostas da população geral: entre aqueles que gostariam de perguntar algo para alguém que está passando ou já passou pelo tratamento do câncer, questionamentos relacionados ao impacto emocional, tratamento, sintomas e efeitos colaterais e como se manter motivado foram os de maior relevância.
“Percebemos que, mesmo para os pacientes que possuem um maior poder aquisitivo, o diagnóstico da doença traz impactos na renda familiar e na vida profissional do paciente”, ressalta a diretora do Instituto Vencer o Câncer, Ana Maria Drummond. “Precisamos falar mais sobre o suporte financeiro e, também, sobre o psicológico durante o tratamento, outro fator que apareceu como relevante para o público com quem falamos”, acrescenta.
O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.