back to top
InícioCuidados paliativos

Cuidados paliativos

Cuidados paliativos são uma abordagem de saúde integral que busca aliviar o sofrimento em todas as suas formas—física, psicológica, social e espiritual. Quando você, um familiar ou um amigo enfrenta uma doença grave e progressiva, o foco não deve ser apenas na cura, mas também na qualidade de vida.

Os cuidados paliativos começam desde o diagnóstico da doença, atuando em conjunto com tratamentos curativos para gerenciar sintomas difíceis. À medida que a doença avança, esses cuidados tornam-se ainda mais essenciais, especialmente nos últimos meses ou semanas de vida. O objetivo principal é promover a qualidade de vida de pacientes e familiares ao prevenir e aliviar o sofrimento físico, psicossocial e espiritual.

Com a identificação precoce e tratamento adequado da dor e outros sintomas, os cuidados paliativos não só melhoram a qualidade de vida do paciente, mas também oferecem suporte vital para as famílias durante esse período desafiador.

Pontos-chave

  • Cuidados paliativos visam melhorar a qualidade de vida de pacientes com doenças graves, aliviando sintomas físicos, emocionais, sociais e espirituais.
  • Iniciados desde o diagnóstico, esses cuidados complementam os tratamentos da doença para melhorar o bem-estar.
  • A equipe multidisciplinar, incluindo médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, oferece suporte integral ao paciente e à família.
  • No Brasil, a oferta de cuidados paliativos é insuficiente, especialmente fora da Região Sudeste.
  • Ainda não existe uma Política Nacional de Cuidados Paliativos abrangente, dificultando a inclusão em todos os níveis de saúde.

O que são cuidados paliativos?

Cuidados paliativos são uma abordagem de saúde que alivia sintomas e sofrimento em doenças graves. Este cuidado integral melhora a qualidade de vida, complementando os tratamentos específicos da doença. As intervenções paliativas abrangem aspectos físico, psicológico, social e espiritual do paciente, garantindo suporte em todas as etapas, do diagnóstico ao final da vida.

Podem ser oferecidos desde o diagnóstico de doenças como câncer, insuficiência renal e demência. A Organização Mundial da Saúde aponta que uma equipe multidisciplinar assegura melhoria na vida do paciente e familiares por meio de prevenção e alívio do sofrimento por meio de avaliação e tratamento adequados.

Cuidados paliativos são essenciais à medida que a doença avança. Eles incluem terapias ativas, como cirurgias e radioterapia, para controlar sintomas, principalmente em câncer avançado. Isso permite que pacientes vivam de maneira autônoma e próximos a seus entes queridos, mesmo nos estágios finais.

Objetivos e princípios

Melhorar a qualidade de vida

Nos cuidados paliativos, o principal objetivo é melhorar a qualidade de vida do paciente e de sua família. Isso é feito através do manejo eficaz dos sintomas, proporcionando conforto e reduzindo o sofrimento em todas as suas dimensões—física, psicológica, social e espiritual.

Controle de sintomas

O controle dos sintomas é essencial nos cuidados paliativos. O foco está no alívio da dor e de outros sintomas angustiosos, permitindo que o paciente viva com o menor sofrimento possível. Profissionais de saúde trabalham de forma integrada para manejar sintomas físicos e emocionais, como dor, ansiedade e depressão.

Intervenções psicossociais

Nos cuidados paliativos, as intervenções psicossociais são fundamentais para apoiar o paciente e sua família na adaptação emocional e social frente à doença. Isso inclui ajuda no entendimento do prognóstico da doença, suporte psicológico, orientação familiar e assistência social, abordando questões como ansiedade, depressão e enfrentamento do luto, sempre com sensibilidade e respeito pela individualidade.

Cuidado existencial e espiritual

O cuidado existencial e espiritual é uma parte essencial dos cuidados paliativos, oferecendo suporte para que o paciente encontre significado e paz, mesmo diante de uma doença avançada. Esse cuidado visa proporcionar conforto emocional, ajudando o paciente a lidar com questões relacionadas ao sentido da vida, crenças pessoais e valores espirituais, promovendo um ambiente de compreensão e acolhimento.

Quando iniciar os cuidados paliativos

Os cuidados paliativos devem começar assim que uma doença grave for diagnosticada. Isso inclui câncer, doenças renais, cardíacas e diabetes. Esses cuidados complementam tratamentos específicos da doença e visam a qualidade de vida desde o início do diagnóstico.

Situações de indicação

Cuidados paliativos são indicados para todos os pacientes com alguma doença grave ameaçadora à vida e também para seus familiares. No câncer avançado, por exemplo, ajudam no manejo eficaz da dor e outros sintomas, enquanto o tratamento oncológico busca controle da doença. Essas práticas também se aplicam a outras doenças que ameaçam a vida, prolongando a sobrevivência com qualidade.

Importância do início precoce

Iniciar cuidados paliativos cedo melhora o bem-estar geral do paciente e de seus familiares. A intervenção precoce alivia sintomas, previne complicações e pode estender a vida, conforme aponta a Organização Mundial da Saúde. Combinar esses cuidados com tratamentos específicos para a doença ajuda a gerenciar melhor a doença e promove conforto e dignidade.

Equipe multiprofissional

Nos cuidados paliativos, a equipe multiprofissional desempenha um papel crucial ao integrar especialistas de várias áreas para atender às necessidades complexas dos pacientes com câncer e outras doenças graves. Essa abordagem visa proporcionar um cuidado abrangente que abarca desde o diagnóstico até os estágios avançados da doença.

Papel de cada membro da equipe

  • Médicos: Especialistas em cuidados paliativos, oncologistas e outros focam no alívio dos sintomas e no tratamento da doença. Realizam avaliações sobre a eficácia dos tratamentos em curso e ajustam intervenções conforme necessário para maximizar o bem-estar do paciente.
  • Enfermeiros e enfermeiros especializados: Providenciam o cuidado direto ao paciente, supervisionam a administração de medicamentos e ajustam as doses para gerir os sintomas, como no caso de dor intensa.
  • Fisioterapeutas: Auxiliam na reabilitação, na manutenção da mobilidade e da capacidade respiratória, bem como no alívio de sintomas como dor e falta de ar.
  • Nutricionistas certificados: Trabalham para assegurar uma alimentação adequada considerando as especificidades próprias da condição oncológica, adaptando dietas que melhoram a saúde geral e a resposta ao tratamento.
  • Psicólogos: Oferecem suporte emocional, ajudando o paciente e sua família a lidar com o estresse, ansiedade e depressão, promovendo estratégias de enfrentamento para melhorar a qualidade de vida.
  • Assistentes sociais: Prestam apoio em questões práticas e burocráticas, auxiliando na obtenção de recursos e orientando a família sobre cuidados e suporte disponíveis, além de ajudar na organização do suporte familiar.
  • Terapeutas ocupacionais: Contribuem para a manutenção da autonomia do paciente nas atividades diárias, desenvolvendo estratégias que permitam ao paciente realizar tarefas com mais facilidade e conforto.
  • Capelães: Fornecem apoio espiritual e existencial, respeitando as crenças individuais do paciente e sua família, ajudando-os a encontrar paz e significado durante o processo de tratamento.

Benefícios da abordagem multidisciplinar

A abordagem multidisciplinar nos cuidados paliativos aumenta significativamente a qualidade de vida dos pacientes, pois integra múltiplos saberes e experiências e permite cuidar do paciente integralmente. Essa colaboração entre profissionais permite que cada aspecto da saúde do paciente—físico, mental, emocional e social—seja endereçado de forma abrangente, garantindo um suporte contínuo e adaptado às necessidades individuais.

Cuidados paliativos no Brasil

Acesso e disponibilidade

Quase 600 mil adultos e 34 mil crianças no Brasil necessitam de cuidados paliativos. No entanto, a oferta é insuficiente, com somente 191 serviços em 2019. Há um serviço para cada 1,6 milhão de pessoas no setor público e um para cada 1,4 milhão no privado. Este número está bem abaixo do recomendado pela Associação Europeia de Cuidados Paliativos, que sugere dois serviços especializados para cada 100 mil habitantes. A maioria desses serviços está na Região Sudeste, enquanto a Região Norte possui apenas sete serviços (Academia Nacional de Cuidados Paliativos, 2019).

Iniciativas e desafios

Não há uma Política Nacional de Cuidados Paliativos no Brasil, o que dificulta a inclusão em todos os níveis de atenção à saúde. O Ministério da Saúde incluiu cuidados paliativos na Política Nacional de Atenção Oncológica, mas outras doenças são excluídas. Outras dificuldades incluem escassez de profissionais especializados e desconhecimento da população sobre o real papel dos cuidados paliativos.

Perguntas frequentes

O que são cuidados paliativos?

Cuidados paliativos são uma abordagem de saúde que busca melhorar a qualidade de vida de pacientes com doenças graves e progressivas, aliviando sintomas físicos, emocionais, sociais e espirituais. São implementados desde o diagnóstico e ao longo do tratamento para prevenir e aliviar o sofrimento do paciente e de seus familiares.

Quando devem ser iniciados os cuidados paliativos?

Os cuidados paliativos devem ser iniciados assim que uma doença grave, como câncer ou insuficiência cardíaca, for diagnosticada. A intervenção precoce ajuda a melhorar o bem-estar do paciente, aliviando sintomas e prevenindo complicações, enquanto promove conforto e dignidade.

Quem pode receber cuidados paliativos?

Qualquer paciente com uma doença grave e progressiva pode se beneficiar de cuidados paliativos. Isso inclui condições como câncer, doenças cardíacas, renais ou demência, mesmo enquanto recebem tratamentos específicos para a doença. O objetivo é oferecer suporte integral ao paciente e à família.

Quem compõe a equipe de cuidados paliativos?

A equipe de cuidados paliativos é multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, assistentes sociais, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, capelães, entre outros. Esses profissionais trabalham juntos para atender às várias necessidades dos pacientes e de seus familiares, garantindo um cuidado integrado e adaptado às necessidades individuais.

Onde estão disponíveis os cuidados paliativos no Brasil?

No Brasil, a oferta de cuidados paliativos é insuficiente e predominantemente concentrada na Região Sudeste. Existem apenas 191 serviços disponíveis, e há uma necessidade maior, especialmente em outras regiões. A desigualdade na distribuição é um desafio significativo para o acesso.

Por que é essencial identificar e tratar a dor desde o início?

Identificar e tratar a dor precocemente em cuidados paliativos é crucial para melhorar a qualidade de vida do paciente. O controle adequado dos sintomas reduz o sofrimento, previne complicações e permite que os pacientes vivam de forma mais confortável e digna.

Existe política nacional para cuidados paliativos no Brasil?

Ainda não há uma Política Nacional de Cuidados Paliativos abrangente no Brasil. Enquanto os cuidados paliativos foram incluídos na Política Nacional de Atenção Oncológica, outras doenças continuam à margem, o que representa uma barreira para sua inclusão em todos os níveis de atenção à saúde.

Data de publicação: 06/11/2024

Dr. Antonio Carlos Buzaid
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Antonio Carlos Buzaid é um destacado oncologista clínico, graduado pela Universidade de São Paulo, com experiência internacional nos EUA, onde foi diretor de centros especializados em melanoma e câncer de pulmão, além de professor na Universidade de Yale. No Brasil, dirigiu centros de oncologia nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, e atualmente é diretor médico geral do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. CRM 45.405
Dr. Fernando Cotait Maluf
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Fernando Cotait Maluf é um renomado oncologista clínico, graduado pela Santa Casa de São Paulo, com doutorado em Urologia pela FMUSP. Ele foi chefe do Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica do Hospital Sírio Libanês e atualmente é diretor associado do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, além de membro do Comitê Gestor do Hospital Israelita Albert Einstein e professor livre-docente na Santa Casa de São Paulo. CRM: 81.930