Incidência de câncer prostático nesse grupo é de duas a três vezes maior quando comparada com a de homens brancos.
Novembro traz duas lembranças importantes aos homens negros. A primeira é a celebração nacional, no dia 20, da Consciência Negra, data instituída para promover a reflexão sobre o papel dos afrodescendentes na sociedade e fortalecer a luta contra a discriminação racial. A segunda surge porque durante o mês acontece a campanha Novembro Azul, voltada ao combate do câncer de próstata, que, em homens negros, desenvolve-se com maior frequência e gravidade.
Ainda não se sabe com clareza quais as razões, mas homens negros apresentam risco de duas a três vezes maior que o restante da população masculina, bem como o dobro da probabilidade de morrer por conta da doença. Além disso, a ocorrência desse tipo de câncer nos homens brancos acontece em geral a partir dos 50 anos, ao passo que em negros se dá entre cinco e dez anos mais cedo.
Especialistas recomendam alguns hábitos para diminuir o risco de ocorrência do tumor, como manter uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais e com menos gorduras de origem animal; praticar pelo menos 30 minutos diários de atividades físicas; manter o peso adequado à altura (usando o IMC, índice de massa corpórea como referência); moderar o consumo de álcool e não fumar.
Como exames preventivos, há o toque retal e o PSA, que mede a quantidade de antígeno prostático específico, uma proteína que, dependendo do nível em que se encontra no sangue, pode indicar a presença de câncer ou algum tipo de inflamação na próstata. Para os homens em geral, recomenda-se a realização desses exames a partir dos 50 anos. Para os negros, a indicação é que se faça na mesma faixa etária das pessoas que apresentam casos de câncer de próstata na família, ou seja, a partir dos 40 anos.
Existem outras doenças que afetam os negros com maior frequência, como alguns tipos de melanoma (câncer de pele), anemia falciforme, hipertensão arterial, diabetes, entre outras. É possível prevenir tais enfermidades ou diagnosticá-las precocemente, viabilizando a cura ou o controle, de modo a garantir a qualidade de vida do paciente. Para qualquer medida, porém, é fundamental que cada um fique atento aos sinais do corpo e realize os exames indicados com disciplina. O exame de toque ainda sofre muito preconceito, mas o que está em jogo é a saúde, um bem do qual não devemos abrir mão. Faça sua parte!
O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.