Com o intuito de chamar a atenção da população para um dos cânceres ginecológicos mais letais e difíceis de serem diagnosticados, o Instituto Oncoguia promoveu na última sexta-feira, dia 08/05/2015, um chá da tarde com ex-pacientes e especialistas para falar sobre o tumor.
Na ocasião, a oncologista dra. Solange Moraes Sanches, titular do Departamento de Oncologia Clínica do Hospital A.C. Camargo Cancer Center, explicou sobre a doença que pode atingir qualquer mulher, principalmente após a quinta ou sexta década de vida. “O câncer de ovário não é uma doença silenciosa, mas sussurrante. Diferentemente do câncer de colo de útero, que você pode fazer um papanicolaou para conseguir diagnosticar, ou um câncer de mama, para o qual existe a mamografia, no caso do câncer de ovário as opções são extremamente limitadas.”
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A oncologista explica ainda que os sintomas do câncer de ovário podem ser confundidos com outros distúrbios, tais como as doenças gastrointestinais. “A grande maioria das pacientes sempre chega para a gente com uma endoscopia nas mãos. Não que esteja errado, pois se ela começa a sentir um “estufamento”, ela resolve procurar um gastro. Mas é importante que os médicos notem que, se eles não descobrem nada, é necessário pensar em outras possibilidades e não ficar insistindo num único tratamento.”
Foi o que aconteceu com a funcionária pública Nanci Venturini, de 48 anos, que foi diagnosticada com um câncer de ovário no final de 2011. “Me viraram do avesso até conseguirem achar o que eu tinha. Comecei a sentir um desconforto abdominal absurdamente forte que não passava com nada. Resolvi ir ao hospital e me pediram um raio x e um exame de sangue. Com esse resultado me internaram, pois eu estava com suspeita de ascite”, relata. [relacionados]
A partir de então, diversos procedimentos vieram, desde lavagem intestinal até ultrassonografia, tomografia, endoscopia e colonoscopia. Foram realizados exames de marcadores tumorais e o CA 125 revelou-se muito alto. “Sentia a agitação dos médicos, mas ninguém me falava nada. O médico decidiu por uma videolaparoscopia, a qual foi realizada no sexto dia de internação. Após o procedimento, ele informou que tinha sido retirado o meu ovário esquerdo e mais algumas “bolinhas para biópsia, bem como todo o líquido que estava presente em meu abdômen”, explica.
Na semana seguinte, quando retornou ao hospital para retirar os pontos, a enfermeira disse que o médico queria muito vê-la. “Entrei no consultório do médico e ele, sem rodeios, me disse que o resultado da biópsia tinha saído e que se tratava de um câncer de ovário já em estágio bastante avançado, e que o meu abdômen estava tomado de “pintinhas brancas”. Ele rascunhou um encaminhamento para um médico ginecologista/oncologista do próprio hospital e encerrou a conversa dizendo que esperava ainda me ver bem.”
Nanci precisou passar por cirurgia e sessões de quimioterapia e concluiu o tratamento em 2013. “Por isso, é importante a mulher observar qualquer alteração no corpo dela. Por exemplo, uma dorzinha no baixo ventre que não passa há meses ou um inchaço estranho no abdômen. É fundamental não demorar para procurar ajuda, pois quando diagnosticado a tempo, há chances de tratamento”, enfatiza Solange.
O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.