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Estilo de vida saudável e sobrevida em pacientes com câncer de cólon

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Um estudo com 992 pacientes com câncer de cólon estágio III demonstrou que pacientes com estilo de vida saudável durante e após o tratamento adjuvante (pós-cirurgia) tiveram uma probabilidade de morte 42% menor e uma tendência de menor chance de recorrência da doença em comparação com aqueles que tinham estilos de vida menos saudáveis. O estudo será apresentado na próxima reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO 2017), principal encontro mundial sobre oncologia, que acontece entre os dias 2 e 6 de junho, em Chicago.

“Este estudo mostra claramente que além de bom padrão do tratamento do câncer, que reduziu substancialmente a mortalidade do câncer colorretal, o que os pacientes comem, bebem e fazem depois do diagnóstico pode fazer a diferença”, afirmou o oncologista Antonio Carlos Buzaid, diretor-geral do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes, da Beneficência Portuguesa de São Paulo, e um dos idealizadores do Instituto Vencer o Câncer.

“Os pacientes muitas vezes perguntam o que mais podem fazer, além de seguir corretamente o tratamento, para evitar a recidiva da doença. A boa notícia é que agora temos informações baseadas em estudos que confirmam aquilo que observamos no dia a dia do consultório: manter um estilo de vida saudável oferece sobrevida livre de doença e sobrevida global mais longas, além de melhor qualidade de vida”, acrescentou Buzaid.

Sobre o estudo

Os pacientes fizeram parte de um ensaio clínico que inscreveu participantes entre 1999 e 2001 e analisou o efeito de dois tipos de quimioterapia adjuvante sobre a recorrência e morte por câncer de cólon. O estilo de vida foi avaliado duas vezes, e foi atribuída uma pontuação de 0-6 para determinar o grau em que o estilo de vida dos pacientes corresponde às diretrizes da American Cancer Society para sobreviventes de câncer. Uma pontuação de zero não indicava comportamentos saudáveis, enquanto uma pontuação de seis foi atribuída aos pacientes que mantinham comportamentos saudáveis.

Os pesquisadores avaliaram indivíduos com base em recomendações para manter um peso corporal saudável; praticar atividades físicas regulares; e manter uma dieta rica em grãos integrais, vegetais e frutas, e com baixo consumo de carne vermelha e carne processada. O uso de álcool também foi incluído na avaliação.

Principais conclusões

Durante um seguimento médio de 7 anos, os 91 sobreviventes que tiveram os maiores índices de estilo de vida saudável (5-6 pontos) tiveram um risco de morte 42% menor e uma tendência para reduzir a chance de recorrência em comparação com os 262 sobreviventes com a menor pontuação em relação ao estilo de vida (0-1 pontos). Quando o consumo de álcool foi incluído na pontuação, os 162 sobreviventes com maior pontuação de estilo de vida tiveram chance de morte 51% menor e 36% menos chance de recorrência do câncer em comparação com os 187 sobreviventes com a menor pontuação em relação ao estilo de vida saudável. As associações não foram impulsionadas por qualquer fator de estilo de vida em particular: peso corporal, atividade física regular e dieta saudável foram igualmente importantes.

Os pesquisadores também observaram que muitos sobreviventes de câncer têm outros problemas de saúde, como diabetes ou doenças cardíacas, e um estilo de vida saudável pode ajudar a melhorar o quadro geral de saúde.

“Vale ressaltar que um estilo de vida saudável não deve ser considerado um substituto para a quimioterapia padrão e outros tratamentos para o câncer de cólon, que têm contribuído para melhorar a sobrevida dos pacientes. A mensagem é que os pacientes com câncer de cólon devem ser otimistas, ter uma dieta saudável e se exercitar regularmente, o que pode não só mantê-los saudáveis, mas também diminuir ainda mais as chances do câncer recidivar”, concluiu Buzaid.

Logotipo do Instituto Vencer o Câncer

O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.

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