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Leucemia

A leucemia é um tipo de câncer que afeta o sangue e a medula óssea, onde ocorre a produção de células sanguíneas. Essa doença se caracteriza pela produção excessiva de leucócitos imaturos ou anormais, conhecidos como células leucêmicas. Essas células não funcionam adequadamente e acabam por substituir as células sanguíneas normais, levando a uma série de sintomas preocupantes.

Entre os sinais mais comuns estão fadiga, palidez, febre, hemorragias e equimoses frequentes, além de um aumento no risco de infecções. Esses sintomas surgem porque as células leucêmicas suprimem a produção de células sanguíneas saudáveis, essenciais para o bom funcionamento do organismo. O diagnóstico é geralmente realizado por meio de exames de sangue ou biópsia da medula óssea, procedimentos que ajudam a identificar a presença dessas células anormais.

Pontos-chave

  • A leucemia é um câncer que afeta sangue e medula óssea, comprometendo funções importantes.
  • Sintomas incluem fadiga, febre, hemorragias, infecções frequentes, palidez e equimoses.
  • O diagnóstico é feito por exames de sangue e biópsia da medula óssea.
  • Tratamentos variam entre quimioterapia, transplantes, imunoterapia, terapia-alvo e terapias inovadoras como CAR-T.
  • Prevenção envolve hábitos saudáveis e evitar exposição a agentes químicos.

O que é leucemia?

A leucemia, um câncer das células-tronco da medula óssea, afeta a produção de células sanguíneas, especialmente leucócitos. Essas células anormais sofrem mutações genéticas. Elas substituem as células saudáveis e comprometem funções vitais.

Características da leucemia

A doença manifesta-se pelo acúmulo de células cancerosas que se multiplicam rapidamente e morrem menos. No Brasil, aproximadamente 10 mil novos casos surgem anualmente (Instituto Nacional de Câncer). Os sintomas incluem fadiga, palidez, febre,  hemorragias e equimoses, e o risco de infecções aumenta.

Diagnóstico

O diagnóstico envolve exames de sangue e biópsias da medula óssea. Análises laboratoriais incluem hemograma, avaliação da função dos rins e do fígado, entre outros, podendo-se identificar a presença de células leucêmicas. A biópsia da medula óssea confirma o diagnóstico e caracteriza o tipo de leucemia, sendo crucial para um diagnóstico e tratamento preciso.

Tipos de leucemia

Leucemias agudas

Leucemia linfocítica aguda (LLA)

A leucemia linfocítica aguda é mais prevalente em crianças e adolescentes, mas ocorre em adultos. Caracteriza-se por um crescimento rápido de células imaturas, impossibilitando a maturação celular. Isso resulta em anemia, infecções constantes e hemorragias. Subtipos incluem LLA de células B e LLA de células T.

Leucemia mieloide aguda (LMA)

Predominante entre adultos, a leucemia mieloide aguda também envolve o crescimento acelerado de células imaturas. Afeta principalmente a linhagem mieloide, levando a complicações semelhantes a outras leucemias agudas. Subtipos incluem leucemia mielomonocítica aguda e leucemia promielocítica aguda.

Sintomas da leucemia

O diagnóstico de leucemia revela uma série de sintomas que impactam o bem-estar. As células doentes se acumulam na medula óssea e afetam a produção saudável de células sanguíneas. A redução de glóbulos vermelhos resulta em sintomas evidentes de anemia, como cansaço, fraqueza e palpitações.

Fadiga e fraqueza

Os quadros de fadiga e fraqueza são prevalentes devido à diminuição das hemácias. Essa redução compromete o transporte de oxigênio pelo corpo, resultando em cansaço extremo. A sensação de esgotamento pode ser acompanhada pela falta de ar, exacerbando o mal-estar diário.

Febre e suores noturnos

A febre persistente aliada aos suores noturnos são sinais comuns de leucemia. Sem uma causa aparente, esses sintomas podem ser atribuídos a reações inflamatórias desencadeadas pela presença de células leucêmicas. Relatam-se episódios recorrentes de febre, elevando a preocupação com infecções.

Infecções frequentes

A propensão aumentada a infecções, particularmente na garganta e nos pulmões, decorre da queda de glóbulos brancos normais. O sistema imunológico fica debilitado, abrindo margem para infecções frequentes e de difícil controle, que trazem risco significativo à saúde.

Sangramentos e manchas roxas

Os sangramentos nas gengivas e no nariz, além das equimoses e petéquias na pele, são fenômenos observados com frequência. A baixa contagem de plaquetas dificulta a coagulação sanguínea, originando esses sinais que evidenciam uma possível queda na capacidade do sangue para estancar pequenas rupturas vasculares.

Outros sintomas

Os sinais gerais de leucemia podem incluir linfonodos inchados, geralmente indolores, febre, perda de peso inexplicável e desconforto abdominal por inchaço do baço ou do fígado. As dores nos ossos e articulações são indicativas do avanço da doença e merecem atenção especial durante o exame clínico.

Causas e fatores de risco

A leucemia é um câncer que afeta a medula óssea e o sangue, caracterizado por mutações genéticas que transformam células normais em cancerígenas. Compreender as causas e os fatores de risco é essencial para a prevenção e o tratamento.

Fatores de risco

A genética desempenha um papel importante no risco da leucemia. Síndromes genéticas como a Síndrome de Down e a Síndrome de Li Frauameni aumentam significativamente a predisposição; crianças com essa síndrome têm até 25 vezes mais chances de desenvolver leucemia. Outros fatores de risco críticos são a exposição a agentes ambientais como benzeno e formaldeído, comuns em indústrias químicas e o tabagismo.

Possíveis causas ocupacionais

Certos empregos aumentam o risco de leucemia devido à exposição a substâncias químicas nocivas. Trabalhadores na indústria química, agrícola e no setor de petróleo enfrentam maior exposição a compostos como benzeno, solventes e agrotóxicos, contribuindo para o desenvolvimento da doença. Prevenção demanda medidas de segurança adequadas no ambiente de trabalho para minimizar riscos.

Diagnóstico de leucemia

O diagnóstico de leucemia envolve diversas etapas para determinar a presença e tipo da doença. Geralmente, você passará por exames de sangue e uma biópsia de medula óssea. Essas análises ajudam a confirmar o diagnóstico e a guiar o tratamento mais adequado.

Sintomas e exame físico

Os sintomas de leucemia incluem hemorragias, palidez, infecções frequentes, febre, cansaço, perda de peso, equimoses e dor óssea. Durante o exame físico, o médico verificará sinais como linfonodos inchados e aumento do fígado ou baço. A anemia também pode causar palidez visível.

Análises de sangue

Um hemograma completo avalia seus níveis de glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas. Na leucemia, frequentemente há um aumento significativo de leucócitos e diminuição das plaquetas e hemoglobina. A avaliação de esfregaço de sangue periférico examina as células sanguíneas de perto para identificar alterações.

Biópsia da medula óssea

A biópsia é essencial para a confirmação do diagnóstico. Coleta-se uma amostra do interior do osso para análise citológica e avaliação citogenética. Essa análise inclui testes moleculares para detectar mutações genéticas e imunofenotipagem para caracterizar o subtipo de leucemia.

Exames adicionais

Técnicas avançadas de citogenética e exames como FISH e PCR identificam alterações genéticas específicas, necessárias para a classificação da leucemia e orientação do tratamento. Essas análises permitem investigar mutações que informam o prognóstico e as escolhas de tratamento.

Tratamentos para leucemia

Quimioterapia

A quimioterapia é a abordagem central e visa destruir células leucêmicas. Administra medicamentos específicos, intravenosos ou orais, para eliminar células cancerígenas. Em leucemias agudas, divide-se em indução de remissão e consolidação, prevenindo recaídas. Este tratamento exige internação hospitalar para monitoramento (Fonte: Instituto Nacional de Câncer).

Transplante de medula óssea

O transplante de medula óssea substitui células doentes por saudáveis após a quimioterapia. O paciente recebe a infusão de células-tronco, revitalizando a função sanguínea. Esta opção é essencial para leucemias de rápido crescimento ou refratárias ao tratamento convencional.

Imunoterapia e terapias alvo

A imunoterapia estimula o sistema imunológico para atacar células leucêmicas. Terapias alvo agem contra mecanismos específicos da célula cancerosa. Exemplos incluem inibidores de BCL2 e de FLT3, que demonstram sucesso no controle da doença, selecionados conforme o perfil clínico do paciente.

Terapia com células CAR-T

Esta abordagem inovadora em leucemias resistentes usa células T geneticamente modificadas para combater a doença. Modifica-se as células para reconhecer e destruir células cancerígenas. A terapia CAR-T é promissora em casos refratários ou recidivantes.

Prevenção e conscientização

Na prevenção da leucemia, ações específicas podem reduzir o risco e melhorar a detecção precoce. Conhecer os fatores de risco e os sinais iniciais auxilia em um diagnóstico precoce e em um tratamento mais eficaz.

Evitar exposição a substâncias químicas

Evitar substâncias como benzeno, largamente usado na indústria química, siderúrgica e petroquímica. Outros produtos químicos também devem ser evitados, tais como formaldeído e pesticidas (agrotóxicos). Há um consenso científico sobre a associação entre a exposição ao benzeno e a ocorrência de leucemia, destacando a importância da prevenção.

Data de publicação: 29/11/2024

Dr. Antonio Carlos Buzaid
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Antonio Carlos Buzaid é um destacado oncologista clínico, graduado pela Universidade de São Paulo, com experiência internacional nos EUA, onde foi diretor de centros especializados em melanoma e câncer de pulmão, além de professor na Universidade de Yale. No Brasil, dirigiu centros de oncologia nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, e atualmente é diretor médico geral do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. CRM 45.405
Dr. Fernando Cotait Maluf
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Fernando Cotait Maluf é um renomado oncologista clínico, graduado pela Santa Casa de São Paulo, com doutorado em Urologia pela FMUSP. Ele foi chefe do Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica do Hospital Sírio Libanês e atualmente é diretor associado do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, além de membro do Comitê Gestor do Hospital Israelita Albert Einstein e professor livre-docente na Santa Casa de São Paulo. CRM: 81.930