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Leucoplasia

A leucoplasia é uma condição que se manifesta como manchas ou placas brancas com bordas irregulares, geralmente aderidas à mucosa da boca ou da vagina. Embora a maioria das leucoplasias sejam alterações benignas, algumas podem evoluir para câncer, especialmente se forem do tipo proliferativo, que apresenta um risco de 70 a 100% de transformação em carcinoma de células escamosas.

Fatores como tabagismo e consumo de álcool estão frequentemente associados ao desenvolvimento de leucoplasia. É importante estar atento às características dessas lesões, pois as formas não homogêneas, como a leucoplasia nodular, têm maior probabilidade de se tornarem malignas. A avaliação médica e odontológica é essencial para diferenciar a leucoplasia de outras condições e determinar o melhor curso de ação.

Pontos-chave

  • A leucoplasia é caracterizada por manchas ou placas brancas na mucosa, com potencial de malignização em casos proliferativos.
  • Tabagismo e consumo de álcool são os principais fatores de risco associados.
  • Lesões não homogêneas, como a leucoplasia nodular, têm maior probabilidade de se tornarem malignas.
  • O diagnóstico é feito por avaliação clínica e biópsia, diferenciando-a de outras condições.
  • O acompanhamento médico é essencial para prevenção e tratamento adequado.

O que é leucoplasia?

A leucoplasia é caracterizada por manchas ou placas brancas na mucosa, normalmente na boca ou vagina. Surge como resposta a irritantes crônicos como tabaco e álcool. Apesar de muitas lesões serem benignas, algumas têm potencial maligno e podem evoluir para câncer.

O que é a leucoplasia pilosa oral (LPO)?

A leucoplasia pilosa oral (LPO) refere-se a uma condição viral associada ao vírus Epstein-Barr, frequentemente vista em pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos, como portadores do vírus HIV. As lesões normalmente aparecem nas bordas laterais da língua e têm um aspecto verrucoso.

O que é a leucoplasia verrucosa proliferativa (LVP)?

Leucoplasia verrucosa proliferativa (LVP) é uma forma rara de leucoplasia, altamente propensa a malignização.Caracteriza-se por lesões verrucosas que se espalham em vários focos ao longo do tempo. A LVP requer monitoramento rigoroso devido ao seu alto potencial de transformação em carcinoma oral.

Causas da leucoplasia

A leucoplasia se manifesta principalmente como manchas ou placas brancas na mucosa oral, e diferentes fatores contribuem para seu aparecimento.

Uso de tabaco

O uso frequente de tabaco, principalmente cigarro, constitui a principal causa da leucoplasia. Fumar provoca irritação nos tecidos bucais, aumentando significativamente a probabilidade de desenvolvimento dessa condição. Estudos indicam que fumantes têm uma maior incidência de leucoplasia em comparação a não fumantes.

Consumo de bebidas alcoólicas

O consumo regular e elevado de álcool é outro fator de risco significativo. Esse processo eleva o risco de transformações celulares, possivelmente evoluindo para condições pré-cancerígenas.

Uso de tabaco de mastigar

O hábito de mastigar tabaco também é comum entre as causas da leucoplasia. Esse tipo de tabaco gera irritação crônica nos tecidos da boca, contribuindo para o aparecimento das lesões leucoplásicas. A mastigação constante prolonga a exposição dos tecidos a substâncias irritantes, reforçando a relação entre o tabaco mastigável e o desenvolvimento da leucoplasia.

Sintomas principais

Manchas ou placas brancas

A leucoplasia oral se destaca pela presença de manchas ou placas brancas ou acinzentadas na mucosa bucal. Essas placas aparecem comumente na língua, gengivas, parte interna das bochechas e, ocasionalmente, no palato.

Textura das lesões

As lesões podem ter uma textura irregular ou lisa e, importante destacar, não se removem por raspagem ou escovação.

Áreas duras ou grossas

Áreas afetadas por leucoplasia podem se tornar duras ou grossas. Este sinal é indicativo da condição.

Diagnóstico da leucoplasia

O diagnóstico da leucoplasia é primariamente clínico, feito excluindo outras condições de coloração branca da boca. A confirmação da natureza da lesão é possível apenas por biópsia e análise histopatológica, que definem a gravidade da alteração epitelial.

Qual é o médico recomendado?

Para avaliar e investigar a leucoplasia, você procuraria um dentista estomatologista, já que são especialistas em doenças na boca e frequentemente identificam lesões orais em exames de rotina. Em casos suspeitos ou confirmados de malignidade, oncologistas e cirurgiões de cabeça e pescoço devem ser considerados.

Exames necessários

Uma avaliação inicial por um dentista estomatologista geralmente inclui um exame clínico detalhado para detectar anormalidades. Caso uma lesão suspeita seja identificada, a biópsia é o próximo passo. A análise histopatológica da biópsia ajuda a avaliar a disfunção nas células, crucial na determinação do risco de transformação maligna. Avaliar a severidade dessa disfunção – leve, moderada ou severa – e o risco de malignização proporciona o entendimento necessário para tratamento adequado.

Tratamento da leucoplasia

A leucoplasia requer intervenções adequadas para evitar complicações. As estratégias de tratamento variam conforme a causa subjacente e a gravidade das lesões.

Tratamento sistêmico

O tratamento sistêmico é usado quando a leucoplasia resulta de infecções virais. São prescritos antivirais como valaciclovir e fanciclovir, que restringem a propagação do vírus Epstein-Barr, associado a casos de leucoplasia pilosa oral. Mesmo não erradicando o vírus, esses medicamentos reduzem sua replicação, prevenindo novas lesões.

Tratamento tópico

O tratamento tópico envolve a aplicação direta de substâncias sobre as lesões. Medicamentos como podofilina e ácido retinoico são usados para eliminar lesões. A podofilina inibe a multiplicação celular, enquanto o ácido retinoico promove a descamação das células. 

Cirurgia

Em casos mais graves, intervenções cirúrgicas podem ser necessárias para remover completamente as placas leucoplásicas.

Prevenção da leucoplasia

Implementar estratégias para prevenir a leucoplasia inclui reduzir a exposição a fatores de risco conhecidos. O tabagismo, um dos principais fatores, está fortemente associado ao desenvolvimento da condição. Evitar produtos de tabaco como cigarros, charutos e cachimbos é essencial.

O consumo de álcool também contribui para o risco de leucoplasia, potencializando os efeitos nocivos do tabaco. Reduzir ou eliminar a ingestão de bebidas alcoólicas ajuda a minimizar o risco.

Ajustar próteses dentárias e tratar dentes danificados são cuidados necessários. Irritações mecânicas, como bordas de dentes quebrados ou próteses mal adaptadas, podem provocar lesões na mucosa. Manter uma higiene bucal adequada é crucial para prevenir a irritação crônica.

Proteger-se contra a radiação ultravioleta é importante, especialmente nos lábios. A exposição solar excessiva é um fator de risco para mudanças celulares que podem levar à leucoplasia. Pessoas que utilizam próteses ou aparelhos ortodônticos devem garantir que estejam bem ajustados para evitar irritações.

Realizar exames bucais regulares com profissionais de saúde é essencial. Avaliações precoces ajudam a identificar alterações na mucosa oral antes que se tornem graves. Consultas periódicas com dentistas e especialistas em saúde oral permitem medidas preventivas eficazes e o monitoramento da condição.

Essas práticas reduzem significativamente o risco de leucoplasia, contudo, a vigilância contínua é necessária, pois a condição pode reincidir. Uma biópsia pode ser indicada para avaliar lesões persistentes e assegurar que não evoluam para condições mais severas, como o câncer.

Leucoplasia e risco de câncer

Entender a leucoplasia e os riscos associados é crucial para sua saúde oral. Embora muitas lesões sejam benignas, a possibilidade de transformação maligna exige atenção. A identificação precoce e o tratamento adequado são fundamentais para minimizar complicações. Ao reduzir fatores de risco como tabagismo e consumo de álcool, você pode proteger sua saúde bucal. Consultas regulares com profissionais de saúde são essenciais para monitorar alterações na mucosa oral. Mantenha-se informado e vigilante para garantir que quaisquer lesões sejam avaliadas e tratadas prontamente, evitando o avanço para condições mais graves.

Data de publicação: 29/11/2024

Dr. Antonio Carlos Buzaid
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Antonio Carlos Buzaid é um destacado oncologista clínico, graduado pela Universidade de São Paulo, com experiência internacional nos EUA, onde foi diretor de centros especializados em melanoma e câncer de pulmão, além de professor na Universidade de Yale. No Brasil, dirigiu centros de oncologia nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, e atualmente é diretor médico geral do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. CRM 45.405
Dr. Fernando Cotait Maluf
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Fernando Cotait Maluf é um renomado oncologista clínico, graduado pela Santa Casa de São Paulo, com doutorado em Urologia pela FMUSP. Ele foi chefe do Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica do Hospital Sírio Libanês e atualmente é diretor associado do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, além de membro do Comitê Gestor do Hospital Israelita Albert Einstein e professor livre-docente na Santa Casa de São Paulo. CRM: 81.930