O linfoma não Hodgkin é um tipo de câncer que se desenvolve nas células do sistema linfático, responsáveis pela defesa do nosso corpo. Ele pode surgir em qualquer parte do corpo, já que o tecido linfático está amplamente distribuído. Com o envelhecimento, o risco de desenvolver esse tipo de linfoma aumenta, e nos últimos 25 anos, o número de casos dobrou, especialmente em pessoas com mais de 60 anos.
Os sintomas mais comuns incluem aumento dos gânglios linfáticos, febre, suores noturnos, perda de peso e fadiga. Esses sinais podem variar dependendo do tipo e da velocidade de crescimento do linfoma, que pode ser lento ou rápido. É importante estar atento a essas manifestações, pois o diagnóstico precoce pode fazer a diferença no tratamento e prognóstico da doença.
Pontos-chave
- O linfoma não Hodgkin é um câncer do sistema linfático, com aumento da incidência em pessoas acima de 60 anos.
- Os sintomas incluem gânglios aumentados, febre, suores noturnos, perda de peso e fadiga, variando conforme o subtipo e o ritmo de crescimento.
- Fatores de risco incluem idade, sexo, imunossupressão, doenças autoimunes e exposição a vírus, bactérias, radiação e substâncias tóxicas.
- O diagnóstico inclui biópsia de linfonodos, exames de imagem e estadiamento para definir a extensão do linfoma.
- O tratamento depende do tipo e estágio, sendo comum o uso de quimioterapia, radioterapia e, em casos específicos, anticorpos monoclonais, terapia-alvo e transplante de células-tronco.
O que é linfoma não Hodgkin?
O linfoma não Hodgkin é um tipo de câncer. Origina-se nos linfócitos, células do sistema linfático que incluem linfonodos, timo, baço e outros tecidos. Este sistema desempenha um papel vital no seu sistema imunológico e na defesa contra infecções.
Definição e origem
Caracteriza-se por uma multiplicação celular descontrolada, onde os linfócitos se espalham de forma desordenada. Existem mais de 50 subtipos, geralmente derivados de células B ou células T. Segundo o INCA, o aumento na incidência de casos dobrou nos últimos 25 anos, especialmente em pessoas acima de 60 anos.
Tipos de células afetadas
A maioria dos linfomas não Hodgkin provém de células B. Os restantes tipicamente desenvolvem-se a partir de linfócitos T ou de células Natural Killer (NK). Cada subtipo apresenta um padrão celular distinto ao microscópio, implicando diferentes sintomas e progressão.
Locais de incidência
Pode iniciar-se em qualquer parte do corpo devido à presença onipresente do tecido linfático. As áreas mais comumente afetadas incluem linfonodos, medula óssea, trato gastrointestinal, pele e sistema nervoso central. Esta distribuição dificulta o diagnóstico precoce, essencial para um prognóstico mais favorável.
Causas e fatores de risco
Causas
As causas específicas do linfoma não Hodgkin ainda são incertas. Contudo, infecções por vírus, como o Epstein-Barr, HIV e HTLV, assim como a bactéria Helicobacter pylori, estão correlacionadas ao aumento do risco de desenvolvimento dessa neoplasia.
Fatores de risco
- Infecções virais e bacterianas: Vírus da hepatite C, Epstein-Barr, vírus HIV e HTLV e infecções bacterianas como Helicobacter pylori mostram associação significativa com essa doença.
- Sexo e idade: A incidência é maior em homens e aumenta significativamente em indivíduos acima de 60 anos.
- Imunossupressão: Deficiências no sistema imunológico, causadas por doenças genéticas, uso de imunossupressores ou infecção por HIV, elevam o risco.
- Exposição a substâncias tóxicas: Contato com pesticidas, solventes e radiação pode ser um fator contribuinte.
Esses fatores são importantes para entender o comportamento da doença e guiar estratégias de prevenção e diagnóstico.
Sinais e sintomas
Os sintomas do linfoma não Hodgkin podem variar bastante, dependendo da localização e do estágio da doença. A observação cuidadosa de sintomas comuns e específicos ajuda na identificação precoce e no início do tratamento adequado.
Manifestações comuns
O inchaço indolor dos gânglios linfáticos no pescoço, axilas e virilha surge frequentemente. Febre, suores noturnos intensos e perda de peso sem motivo aparente são indicadores relevantes. A anemia pode provocar fraqueza e cansaço persistentes, enquanto linfonodos aumentados no tórax podem causar tosse e dificuldades respiratórias.
Manifestações em subtipos específicos
Certos subtipos de linfoma não Hodgkin apresentam sintomas distintos. Tumores no abdômen podem causar dor abdominal ou inchaço. Subtipos mais raros afetam a pele, gerando lesões ou feridas. Alterações na medula óssea provocam anemia e palidez, enquanto o envolvimento do sistema nervoso central leva a dores de cabeça e problemas neurológicos.
Diagnóstico e classificação
Entender o diagnóstico e a classificação do linfoma não Hodgkin é crucial para um tratamento eficaz e direcionado.
Biópsia e exames diagnósticos
A biópsia de linfonodo é o procedimento primário para diagnosticar o linfoma não-Hodgkin. Envolve a remoção de um gânglio linfático afetado seguido de análise microscópica. Exames complementares incluem biópsia de medula óssea, punção lombar e estudos de imunofenotipagem e citometria de fluxo.
Exames de imagem, como tomografia, ressonância e PET-CT, ajudam a avaliar a extensão da doença e a detectar áreas afetadas. Testes adicionais como exames de sangue, avaliam função hepática e renal e ajudam a detectar infecções por vírus como HIV e hepatites B e C.
Estadiamento do linfoma
O estadiamento determina a extensão do linfoma no corpo. O sistema mais utilizado, a Classificação de Lugano, considera sintomas, exames físicos e resultados de imagem, como tomografia do tórax e PET-CT, que avaliam a atividade metabólica dos tumores. Estágios avançados costumam indicar a disseminação da doença.
Após o diagnóstico, o patologista analisa as amostras da biópsia para classificar o tipo de linfoma, usando sistemas como a Classificação da OMS. Essa classificação auxilia na escolha do tratamento mais adequado e na previsão do prognóstico da doença.
Tratamento do linfoma não Hodgkin
Opções de tratamento
As opções de tratamento para linfoma não Hodgkin variam com base no tipo, estágio e saúde geral. A quimioterapia costuma ser o tratamento padrão, com a escolha do protocolo de tratamento a depender do subtipo específico de linfoma. Ciclos de tratamento permitem a recuperação do corpo.
A administração de quimioterapia pode ser oral, intravenosa ou intratecal, dependendo da localização do linfoma. Em casos específicos, anticorpos monoclonais como Rituximabe, Obinutuzumabe ou Ofatumumabe auxiliam o sistema imunológico na identificação e destruição de células cancerígenas.
A radioterapia é uma alternativa para alguns subtipos, em geral mais eficaz em estágios iniciais.
Tratamento para casos persistentes ou recorrentes
Em casos persistentes ou recorrentes, tratamentos distintos são adotados. Terapias de manutenção previnem recidivas após tratamento inicial. Terapias adaptadas, como anticorpos monoclonais combinados com quimioterapia, são comuns em linfomas agressivos.
Pacientes não candidatos a transplantes de células-tronco ou terapia com células CAR-T podem seguir tratamentos paliativos. A escolha do tratamento depende dos fatores como resposta a tratamentos anteriores e características do linfoma e do paciente.
Prognóstico e efeitos tardios
O prognóstico do linfoma não Hodgkin depende do subtipo e estágio da doença. As chances de cura alcançam cerca de 70%. Linfomas agressivos muitas vezes respondem bem à quimioterapia convencional. No entanto, se a cura não for alcançada, a sobrevida pode ser significativamente reduzida.
Crianças e adolescentes com linfoma não Hodgkin apresentam taxas de sobrevida em cinco anos variando entre 70% e mais de 90%. Estágios iniciais, I e II, estão associados a resultados mais positivos em comparação a estágios avançados.
Tratamentos como quimioterapia e radioterapia podem causar efeitos tardios como infertilidade e problemas cardíacos. Após 10 anos, o risco de câncer secundário aumenta, especialmente para aqueles que receberam radioterapia no tórax.
É fundamental um acompanhamento médico regular após o tratamento. Isso ajuda a identificar e tratar efeitos tardios precocemente, garantindo melhor qualidade de vida aos sobreviventes.
Avanços na pesquisa e tratamentos futuros
Diagnóstico avançado
Avanços no diagnóstico de linfoma não Hodgkin permitiram o uso de exames para identificar tipo e estágio da doença. Biópsia excisional de gânglio linfático e punção de medula óssea são essenciais. Análises genômicas auxiliam na origem celular e prognóstico.
Pesquisa e desenvolvimento
Pesquisas focam em terapias-alvo e imunoterapias para tratar linfoma não Hodgkin. Estudos avaliam a eficácia de novos medicamentos e combinações, visando tratamentos mais eficazes com menos efeitos colaterais. A inovação em biotecnologia continua a avançar o campo da oncohematologia.