Consultar o dentista duas semanas antes do início do tratamento pode reduzir as chances de complicações na boca.
Muitos pacientes que estão em tratamento contra o câncer sofrem com aftas. Os medicamentos da quimioterapia podem alterar a quantidade de saliva, deixá-la mais espessa e levar, inclusive, a quadros permanentes de disfunção das glândulas salivares. Quando o paciente passa por radioterapias (principalmente no pescoço ou na face), sintomas como xerostomia (boca seca) também podem aparecer, e normalmente demoram de seis meses a um ano para melhorar.
Para que sintomas como gengivas doloridas, xerostomia, inchaço na língua ou infecções não comprometam a qualidade de vida, é fundamental que a saúde da boca esteja em dia. A orientação é que, quando possível, o paciente consulte um especialista – no caso, o dentista – duas semanas antes do início da quimioterapia ou o mais rápido possível para evitar que problemas mais graves possam surgir. O profissional irá orientar sobre os cuidados que devem ser tomados para reduzir esses efeitos colaterais.
Em casa, o paciente também pode adotar algumas medidas para manter a saúde da boca. Uma delas é fazer uma boa higienização, de 4 a 6 vezes por dia, com uma escova com cerdas macias. O ideal é que a escovação seja feita logo após as refeições, já que a acidez da boca aumenta depois de comer, passando a escova de forma leve para evitar o surgimento de inflamações e machucados. Se já houver feridas, a recomendação é não mexer e não passar pomadas sem orientação do médico ou do dentista. Esse tipo de medida pode até retardar a cicatrização.
Por fim, o paciente deve manter o corpo, em especial a boca, sempre hidratados, ingerindo grande quantidade de líquidos. Caso seja necessário, sob orientação médica, poderá utilizar salivas artificiais ou enxaguatórios especiais, que irão deixar a boca hidratada por mais tempo – além de garantirem uma boa higiene bucal. Enxaguantes orais feitos à base de álcool devem ser evitados.
O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.