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O que vai acontecer com seu corpo durante a químio e a rádio? – Pele

Se você está começando um tratamento contra o câncer, não desanime. Atualmente, muitos tumores podem ser curados, com maior probabilidade de sucesso quanto mais cedo for diagnosticado. Segundo informações do Inca (Instituto Nacional do Câncer), mais da metade dos casos de câncer já tem cura.

Mas temos que encarar a realidade: o tratamento ainda é difícil. Quimioterapia e radioterapia atacam várias células, sejam elas cancerígenas ou não. Então, é normal que o paciente se sinta indisposto, com náuseas, boca seca e pele sensível.

Veja aqui os principais medos e dúvidas de quem vai enfrentar a químio

A dra. Solange Sanches, titular do departamento de oncologia clínica do A.C. Camargo, e o dr. Felipe Cruz, coordenador de oncologia clínica do centro de pesquisas do IBCC (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer), listaram alguns dos efeitos colaterais mais comuns na rotina de quem está lutando contra o câncer. Neste post, colocamos as principais ocorrências dermatológicas.

Lembre-se: os efeitos são reversíveis e existem medidas que podem ser feitas durante o tratamento para amenizá-los. Sempre converse com seu médico para encontrar as melhores opções.

Queda de cabelo

A queda de cabelo (alopecia) ocorre porque a quimioterapia afeta principalmente células que se multiplicam com frequência, como as do cabelo. O mais comum é ele começar a cair depois da terceira ou quarta sessão, e pode se soltar aos poucos ou em grandes tufos.

É importante ressaltar que nem todo tipo de químio faz com que o cabelo caia. Comumente pacientes passam a identificar sua químio pela cor do quimioterápico. Às vezes você pode ouvir relato de alguém que “tomou a vermelha” e o cabelo caiu, mas não se apegue a isso, pois depende do medicamento usado, e não da sua cor. Os tipos de câncer que exigem um tratamento mais “forte”, como de mama, leucemias e linfomas, são muitas vezes combatidos com remédios que ocasionam a queda, mas nem isso é regra geral. Samantha tratou um linfoma e seu cabelo não caiu.

Mas depois de 2 ou 3 meses após o término das sessões, seu cabelo irá crescer novamente. Dica: sempre proteja o couro cabeludo com protetor solar, juntamente com lenços ou chapéus. Além disso, procure usar fronha de cetim ao invés de usar fronha de algodão no travesseiro, pois esse material pode irritar o couro cabeludo. O cetim cria menos fricção, portanto, é mais confortável.

Já a radioterapia só afeta a área do corpo em que o tumor está localizado. Você não terá queda de cabelo a menos que o seu tratamento tenha como alvo a cabeça. Se o cabelo cair, ele provavelmente voltará a crescer após o término do tratamento, mas em casos em que as doses de radiação são elevadas, a perda pode ser permanente.

Queda das unhas

As unhas tendem a ficar extremamente frágeis durante o tratamento quimioterápico e em alguns casos podem até cair. É importante mantê-las saudáveis, limpas e aparadas, pois servem como defesa para entrada de infecções.

Pode parecer estranho, mas o Dr. Felipe explica que uma boa maneira de evitar contaminações é limpar as unhas com água e vinagre. Basta fazer uma solução com meio copo de água e meio de vinagre e deixar as mãos por 30 segundos. É importante fazer a limpeza pelo menos duas vezes por dia. “O vinagre é um poderoso anti-séptico e não arde, ao contrário do álcool, que pode arder se a região das unhas já estiverem sensíveis”.

Descamação nas solas das mãos e dos pés

Assim como células do cabelo, células da pele também se multiplicam rapidamente, por isso a químio pode afetar células do epitélio. De 6 a 64% dos pacientes em quimioterapia podem sofrer esse efeito colateral. O quimioterápico capecitabina, que pode ser utilizado para o tratamento de câncer colorretal e mama metastático é responsável pelo maior número de casos. A principal arma para amenizar o problema é usar um hidratante diário neutro que tenha em sua composição ureia, pois ela ajuda na hidratação celular. Converse com seu médico sobre a possibilidade. A dica vale para os pacientes em rádio, também, já que a área irradiada pode ficar sensível.

Alteração cutânea

Tanto a químio como a rádio deixam a pele extremamente sensível. Pouca exposição já pode queimar ou deixar manchas. Em dias quentes, evite sair à rua entre 10 e 16 horas. Não economize na aplicação do protetor solar (por exemplo, a quantidade para passar nos braços deve ser cerca de uma colher de sopa cheia; no rosto, uma de chá). Mesmo usando protetor, não dispense chapéu nem óculos escuros.

Veias escuras

As suas veias poderão parecer mais escuras quando você tomar quimioterapia intravenosa. Isso ocorre porque a maioria dos quimioterápicos irritam a camada interna dos vasos, então elas tendem a ficar mais endurecidas, finas e mudam de pigmentação. Mas não se preocupe, assim que terminar o tratamento tudo volta ao normal.

Daí vem a importância de bons enfermeiros e enfermeiras que garantam um bom acesso venoso. Dependendo do paciente e do protocolo de químio a ser implantado, o médico pode solicitar a colocação de um cateter, dispositivo utilizado para administração de medicamentos e coleta de sangue. O reservatório fica oculto logo abaixo da pele na região torácica e deixa uma veia sempre acessível, evitando a necessidade de se fazer sempre novas punções para procurar veias.

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