São múltiplos os problemas de pele das pessoas com câncer:
- Alterações produzidas pela radioterapia
Ao mesmo tempo em que a radioterapia mata células tumorais, também destrói as células da pele nas quais os raios incidem, causando secura, vermelhidão, ardência, descamação e dor. Embora esses sintomas possam surgir uma ou duas semanas depois do início do tratamento, eles em geral atingem o pico nas últimas aplicações e regridem lentamente no decorrer de duas ou três semanas, após o término da radioterapia.
- Extravasamento de quimioterápicos
Quando escapam da veia e invadem o tecido subcutâneo, muitos dos quimioterápicos causam irritação e dor no local. Se você sentir dor no local da agulha durante a infusão de quimioterápicos, chame a enfermeira, pois a aplicação precisa ser interrompida imediatamente.
O tratamento da inflamação que se origina no local precisa de orientação médica ou de enfermeiras especializadas.
- Feridas necróticas
São aquelas que contêm tecido morto, e dependem da retirada cirúrgica e de outros métodos para facilitar a cicatrização. Úlceras de pressão formam-se em áreas da pele submetidas à pressão constante: joelhos, calcanhares e, especialmente, na região sacra dos pacientes acamados. Curativos protetores e colchões especiais podem prevenir essas lesões e acelerar sua cicatrização.
- Prurido
Coceira na pele pode acometer portadores de leucemias, linfomas, mieloma múltiplo, insuficiência hepática e renal, bem como ser sintoma de reações de alergia a drogas e de secura da pele causada pela radioterapia e por outros tratamentos.
- Alterações específicas na pele e unha por drogas oncológicas
Algumas drogas quimioterápicas podem produzir alterações nas unhas, como formação de linhas e aumento da pigmentação. Essas alterações são reversíveis após a suspensão da quimioterapia.
Outro efeito colateral induzido por drogas-alvo, como os inibidores do receptor do fator de crescimento epidérmico (comumente conhecido como EGFR), é uma erupção na pele semelhante à acne.
Também pode aparecer uma inflamação ao redor das unhas, chamada de paroníquia.
Os inibidores do EGFR mais comumente usados na oncologia são erlotinibe, gefitinibe e cetuximabe. Outra droga, a bleomicina, usada em particular para tratamentos dos tumores de testículo, pode causar manchas escurecidas na pele, como se fossem arranhadura de gato.
Para proteger a pele, é recomendável:
- Mantê-la bem hidratada, mas usando os cremes hidratantes indicados por seu médico. Jamais passe cremes hidratantes na região irradiada nas horas que antecedem a radioterapia.
- Usar roupas e calçados confortáveis que não causem compressões exageradas.
- Evitar roupas e lençóis que não sejam 100% de algodão.
- Tomar banhos rápidos com água morna. Banhos muito quentes e demorados ressecam a pele e agravam o prurido.
- Não esfregar o corpo com esponjas.
- Não expor à luz solar a área que está sendo irradiada nem aplicar gelo ou filtros solares.
- Ter cuidado para não apagar as marcas dos campos de radioterapia desenhadas na pele.
- Ficar atento às áreas que contêm dobras de pele e, portanto, sofrem mais com a radioterapia, como orelhas, axilas, o sulco embaixo das mamas, regiões inguinais etc.
O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.