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Rim também é vítima do nosso estilo de vida

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Não é apenas o pulmão que sofre com o tabagismo, nem só o coração que vai dar sinais por causa da obesidade.

O Brasil deve ter 600 mil novos casos de câncer em 2018, conforme estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA). O câncer de rim corresponde a 3% de todos os tumores malignos – e sua incidência tem aumentado 2% a cada ano. Os homens são as principais vítimas: é duas vezes mais comum em homens que em mulheres.

“Como em outros cânceres, um dos principais fatores de risco, se não o principal, é o tabagismo. O cigarro está associado a uma maior incidência de câncer de rim nas populações”, diz o oncologista Fabio Schutz, integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer. Os fumantes correm risco duas ou três vezes maior do que os não fumantes, porque os agentes cancerígenos presentes na fumaça do cigarro entram na circulação sanguínea e chegam aos rins em altas concentrações. Dessa forma, as células renais acabam expostas à ação carcinogênica dessas substâncias.

Osmar Rosa Vilela, 58 anos, não pode afirmar com certeza, mas acredita que o fato de ter fumado por 30 anos deve ter influenciando para o surgimento do câncer que descobriu no rim esquerdo em novembro de 2013. “Eu tive que tirar com urgência o rim esquerdo”, recorda. Em abril de 2014, teve o diagnóstico de metástase e começou o tratamento com medicação via oral. “No início foi bastante difícil, tive muitas reações; hoje estou bem, tenho controle da doença”.

Vilela deixou de ser fumante há 13 anos, desde que teve um infarto em 2006. Além do tabagismo, o paciente percebe claramente a influência da alimentação em seu organismo. “Minha vida depende muito do que eu como; dependendo da alimentação, tenho reações”, comenta, explicando que durante a entrevista estava um pouco sem voz porque no final de semana anterior foi a um casamento e abusou. “Comi a mais, gordura…”.

Para se manter na linha, desde que se descobriu cardiopata conta com a esposa, que controla o sal, gordura, frituras. “Hoje, quando eu como, já sei o que serei no outro dia – se vou sofrer um pouquinho ou não. Se eu abuso, o corpo reage”.

A alimentação também é importante para prevenção do câncer de rim, como de outros tumores. “Além do cigarro, a obesidade também está associada a uma maior incidência de câncer de rim”, avisa o oncologista. Há indícios de que pessoas obesas tenham alterações hormonais que levam a maior risco de ter câncer renal. “Além da questão hormonal, há outros problemas, como hipertensão, problemas inflamatórios no rim, diabetes, infecções renais urinárias, que podem levar a câncer de rim”, complementa Schutz.

O médico destaca que em relação ao câncer renal, esses são os principais fatores modificáveis – que se pode mudar para prevenir o tumor. Por isso, recomenda que para a prevenção se siga as orientações para uma boa saúde em geral: manter o peso controlado, ter hábitos de vida saudável, não fumar e não beber em excesso.

Fatores não-modificáveis

Além dos fatores de risco que podem ser mudados para prevenir o câncer renal, existem os não-modificáveis: genéticos (síndromes ou mutações genéticas) e hereditários (história familiar). O câncer de rim geralmente acomete pessoas entre os 55 e 75 anos de idade, sendo relativamente raro pacientes com menos de 45 anos. “Câncer de rim em pessoas jovens possivelmente está associado a alterações genéticas; nesses casos, investigamos síndrome genética familiar”, conta Schutz.

A síndrome genética mais comum, responsável por 1% a 2% dos cânceres de rim, é conhecida pelo nome do gene von Hippel-Lindau, que deixa de fazer seu papel como protetor das células contra o crescimento sem controle.

No quesito hereditariedade, há maior risco de desenvolver a doença quem tem um ou vários parentes de primeiro grau com câncer de rim.

Logotipo do Instituto Vencer o Câncer

O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.

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