Apesar de ser o tumor ginecológico mais complicado, ainda não existe um exame preventivo para diagnóstico precoce da doença, ao contrário do que ocorre com o Papanicolaou para o câncer de colo de útero.
Infelizmente, todos os estudos que avaliaram o papel da detecção precoce do câncer de ovário por meio de exames de imagem e de dosagens no sangue de CA125, em mulheres sem síndromes genéticas ou história familiar da doença, mostraram resultados desapontadores.
Em pacientes que são portadoras de síndromes genéticas, como a mutação dos genes BRCA1 ou BRCA2, ou de síndromes como a de Lynch II, é recomendável a retirada dos ovários preventivamente (ooforectomia profilática), medida radical, porém considerada a mais eficiente para a prevenção do câncer de ovário.
Não há indicação de retirada do útero na mesma cirurgia de maneira rotineira. A idade para a indicação da cirurgia preventiva pode variar a depender do tipo de síndrome genética, habitualmente entre 35 e 45 anos.
Em pacientes com história familiar de vários casos de câncer de ovário e/ou de mama ou com diagnóstico de mutação dos genes BRCA1 ou BRCA2, mas que não querem ser submetidas à cirurgia preventiva de retirada dos ovários, a ultrassonografia transvaginal e pesquisa do marcador tumoral CA125 pode ser indicada a cada seis meses ou anualmente.
Há controvérsias sobre a idade em que esses exames devem ser realizados. Muitos médicos iniciam a prevenção a partir dos 30 anos.
Contudo, é importante compreender que a realização desses exames de maneira regular não traz uma chance elevada de detectar o câncer de ovário de maneira precoce.
Atualização: Dra. Ana Paula Garcia Cardoso – CRM: 116987 Oncologista Clínica no Hospital Israelita Albert Einstein Apoio: Dra. Jéssica Ribeiro Gomes – CRM: 159784 Oncologista Clínica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo Fevereiro 2022