A recaída do câncer de pulmão, também conhecida como recidiva ou recorrência, é uma preocupação constante para pacientes que passaram por tratamento de câncer de pulmão. Compreender esse processo e as opções de tratamento disponíveis é fundamental para enfrentar essa fase desafiadora.
No câncer de pulmão de células não pequenas, o risco de recidiva depende de vários fatores, mas os dois mais importantes são:
- O tamanho do tumor primário;
- Se os linfonodos hilares ou mediastinais estão ou não envolvidos por células cancerosas.
Pacientes com linfonodos mediastinais comprometidos por tumor têm um risco maior de recidiva do que aqueles com apenas linfonodos hilares comprometidos do mesmo lado do tumor. Pacientes sem nenhum linfonodo comprometido têm uma evolução melhor do que os demais.
No câncer de pulmão de células pequenas, o fator mais relevante para avaliar o risco de recidiva é saber se o tumor está confinado ao tórax (doença limitada) ou se já atingiu algum órgão do corpo (doença extensa).
O que é a recaída do câncer de pulmão
A recaída ocorre quando o câncer retorna após um período de remissão, que pode variar de semanas a anos após o tratamento inicial. Isso acontece porque pequenas áreas tumorais, indetectáveis pelos exames de imagem, podem permanecer no corpo e se multiplicar ao longo do tempo.
Tipos de recaída
Existem três principais tipos de recaída no câncer de pulmão:
- Recidiva local: O câncer reaparece no mesmo local do tumor original.
- Recidiva regional: O câncer retorna nos linfonodos próximos à região do tumor primário.
- Recidiva metastática: O câncer ressurge em outras partes do corpo, como ossos, fígado ou cérebro.
Fatores de risco para recaída
Alguns fatores podem aumentar o risco de recaída:
- Agressividade do tumor original
- Estágio avançado no diagnóstico inicial
- Resposta incompleta ao tratamento anterior
- Continuidade do tabagismo após o tratamento
Diagnóstico da recaída
O diagnóstico da recaída geralmente ocorre durante as consultas de acompanhamento e pode envolver:
- Exames de imagem (tomografia computadorizada, PET-CT)
- Biópsias
- Análises sanguíneas para marcadores tumorais
Opções de tratamento para recaída
O tratamento da recaída do câncer de pulmão depende de vários fatores, incluindo o tipo de recaída, a localização do novo tumor e os tratamentos anteriores. As principais opções incluem:
Cirurgia
Em casos selecionados de recidiva local, a cirurgia pode ser uma opção para remover o tumor recorrente.
Radioterapia
A radioterapia pode ser utilizada para tratar recidivas locais ou regionais, especialmente quando a cirurgia não é viável.
Quimioterapia
A quimioterapia continua sendo uma opção importante, especialmente para recidivas metastáticas. Novos agentes quimioterápicos podem ser considerados se houver resistência aos medicamentos anteriores.
Imunoterapia
Tratamentos imunoterápicos, como inibidores de checkpoint, têm mostrado resultados promissores em recaídas de câncer de pulmão, especialmente em pacientes com expressão de PD-L1.
Terapia-alvo
Para pacientes com mutações genéticas específicas, terapias-alvo direcionadas podem ser eficazes no tratamento da recaída.
Desafios no tratamento da recaída
O tratamento da recaída do câncer de pulmão enfrenta desafios únicos:
- Resistência a tratamentos anteriores
- Maior fragilidade do paciente devido a terapias prévias
- Possibilidade de efeitos colaterais cumulativos
Qualidade de vida e cuidados paliativos
Em casos de recaída avançada, o foco do tratamento pode mudar para o controle de sintomas e melhoria da qualidade de vida. Os cuidados paliativos desempenham um papel crucial nesse cenário, oferecendo suporte físico e emocional ao paciente e à família.
Perspectivas futuras
A pesquisa contínua em oncologia traz esperança para pacientes com recaída de câncer de pulmão. Novos tratamentos, como terapias combinadas e abordagens personalizadas baseadas no perfil genético do tumor, estão em desenvolvimento e podem oferecer opções mais eficazes no futuro.
A recaída do câncer de pulmão é um desafio significativo, mas com avanços constantes na medicina, as opções de tratamento estão se expandindo. O acompanhamento médico regular e a abordagem multidisciplinar são essenciais para detectar e tratar recaídas precocemente, melhorando as chances de controle da doença e a qualidade de vida dos pacientes.
Atualização: Dra. Suellen Nastri Castro – CRM 151.417 Oncologista clínica – BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo Apoio: Dr. Daniel Vargas Pivato de Almeida – CRM 27.574 Oncologista clínico – Grupo Oncoclínicas – Brasília-DF Vídeo: Dr. Marcelo Corassa