O câncer de tireoide é responsável por aproximadamente 1% de todos os tumores malignos do corpo. No entanto, suspeita-se que sua incidência seja maior pelo fato de ser um tumor geralmente pouco agressivo, que pode passar despercebido ao longo da vida.
O câncer de tireoide é três vezes mais comum nas mulheres do que nos homens. Dois em cada três casos ocorrem com pessoas na faixa etária entre 20 e 55 anos de idade.
A glândula tireoide está situada na parte anterior do pescoço. Ela tem a forma aproximada da letra H e contém dois lobos: o direito e o esquerdo, unidos por uma parte central, o istmo.
A função da tireoide é produzir hormônios que atuam na regulação do metabolismo. A quantidade de hormônio tireoidiano produzido pela glândula é regulada por outra glândula, a hipófise (localizada no cérebro), que libera o hormônio estimulador da tireoide (TSH).
Somente um em cada 10 a 20 nódulos encontrados na tireoide é de fato maligno, e apenas um em cada 10 nódulos é palpável.
Geralmente ele começa como um tumor pequeno que se manifesta como um nódulo assintomático. Ao começar a crescer, as células malignas podem invadir a cápsula da glândula, membrana que reveste o órgão. Caso o crescimento prossiga, elas se disseminam pela circulação linfática, acometendo os gânglios (linfonodos) do pescoço (mais comuns nos carcinomas papilíferos), ou pela circulação sanguínea, migrando para os pulmões e ossos (mais comum nos carcinomas foliculares).
Já nos carcinomas anaplásicos, a velocidade de crescimento é tão rápida que, antes mesmo de o diagnóstico ser feito, o tumor já invade estruturas vizinhas, como esôfago, traqueia, nervos e músculos. Do mesmo modo, as células malignas podem cair na circulação sanguínea e chegar aos pulmões, fígado e ossos.
No momento do diagnóstico, os carcinomas papilíferos e os foliculares se acham confinados à tireoide em 65% das vezes; comprometem os linfonodos cervicais em 30% dos casos; e apresentam metástases à distância em apenas 2% a 4% dos pacientes. A chance de cura para os dois primeiros grupos é acima de 80% a 90%.
Carcinoma papilífero
É responsável por 70% a 80% dos casos. Ocorre mais frequentemente em pacientes jovens. Em geral, é pouco agressivo e descoberto incidentalmente durante exames de rotina. Em quase 50% dos casos os dois lobos tireoidianos estão comprometidos.
Carcinoma folicular
É o segundo tipo mais comum, responsável por 10% a 30% dos casos. Costuma ocorrer depois dos 35 anos de idade e, apesar de mais agressivo do que o carcinoma papilífero, tem prognóstico muito favorável. Uma variante do carcinoma folicular é chamada de carcinoma das células de Hurthle. Corresponde a 4% de todos os tumores de tireoide, apresentando comportamento um pouco mais agressivo do que o tipo folicular clássico.
Carcinoma medular
Representa cerca de 5% dos tumores de tireoide. Pode fazer parte de síndromes genéticas (20% dos casos) e secretar calcitonina, uma proteína que participa da calcificação dos ossos. Apresenta comportamento mais agressivo do que os carcinomas papilíferos e foliculares.
Carcinoma anaplásico
Corresponde a 2% de todos os casos. É um dos tumores mais agressivos do corpo humano, caracterizado por crescimento extremamente rápido, com probabilidade alta de obstrução das vias aéreas, invasão da base do crânio e comprometimento de órgãos à distância.
Tipos mais raros
Os tumores mais raros da tireoide são os linfomas e os sarcomas. Caso o crescimento prossiga, elas se disseminam pela circulação linfática, acometendo os linfonodos do pescoço, ou pela circulação sanguínea, migrando para os pulmões e ossos.
Atualização: Dra. Ana Paula Garcia Cardoso – CRM: 116987 Oncologista Clínica no Hospital Israelita Albert Einstein Apoio: Dr. Daniel Vargas Pivato de Almeida – CRM: DF 27574 Oncologista Clínico no Grupo Oncoclínicas, Brasília-DF Fevereiro 2022