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Câncer de tireoide | O que é?

O câncer de tireoide é responsável por aproximadamente 1% de todos os tumores malignos do corpo. No entanto, suspeita-se que sua incidência seja maior pelo fato de ser um tumor geralmente pouco agressivo, que pode passar despercebido ao longo da vida.

O câncer de tireoide é três vezes mais comum nas mulheres do que nos homens. Dois em cada três casos ocorrem com pessoas na faixa etária entre 20 e 55 anos de idade.

A glândula tireoide está situada na parte anterior do pescoço. Ela tem a forma aproximada da letra H e contém dois lobos: o direito e o esquerdo, unidos por uma parte central, o istmo.

Localização da glândula tireoide.
Localização da glândula tireoide
Anatomia da glândula tireoide
Anatomia da glândula tireoide com visão do órgão ampliada.

A função da tireoide é produzir hormônios que atuam na regulação do metabolismo. A quantidade de hormônio tireoidiano produzido pela glândula é regulada por outra glândula, a hipófise (localizada no cérebro), que libera o hormônio estimulador da tireoide (TSH).

Somente um em cada 10 a 20 nódulos encontrados na tireoide é de fato maligno, e apenas um em cada 10 nódulos é palpável.

Geralmente ele começa como um tumor pequeno que se manifesta como um nódulo assintomático. Ao começar a crescer, as células malignas podem invadir a cápsula da glândula, membrana que reveste o órgão. Caso o crescimento prossiga, elas se disseminam pela circulação linfática, acometendo os gânglios (linfonodos) do pescoço (mais comuns nos carcinomas papilíferos), ou pela circulação sanguínea, migrando para os pulmões e ossos (mais comum nos carcinomas foliculares).

Crescimento a distância do câncer da tireoide.
Crescimento à distância do câncer da tireoide. Note que o câncer pode disseminar-se pela circulação linfática e comprometer os linfonodos do pescoço ou, através da circulação sanguínea, comprometer os pulmões e ossos.
Crescimento local do câncer da tireoide.
Crescimento local do câncer da tireoide. Note que o tumor, ao crescer, passa a invadir a cápsula da glândula.

Já nos carcinomas anaplásicos, a velocidade de crescimento é tão rápida que, antes mesmo de o diagnóstico ser feito, o tumor já invade estruturas vizinhas, como esôfago, traqueia, nervos e músculos. Do mesmo modo, as células malignas podem cair na circulação sanguínea e chegar aos pulmões, fígado e ossos.

No momento do diagnóstico, os carcinomas papilíferos e os foliculares se acham confinados à tireoide em 65% das vezes; comprometem os linfonodos cervicais em 30% dos casos; e apresentam metástases à distância em apenas 2% a 4% dos pacientes. A chance de cura para os dois primeiros grupos é acima de 80% a 90%.

Carcinoma papilífero

É responsável por 70% a 80% dos casos. Ocorre mais frequentemente em pacientes jovens. Em geral, é pouco agressivo e descoberto incidentalmente durante exames de rotina. Em quase 50% dos casos os dois lobos tireoidianos estão comprometidos.

Carcinoma folicular

É o segundo tipo mais comum, responsável por 10% a 30% dos casos. Costuma ocorrer depois dos 35 anos de idade e, apesar de mais agressivo do que o carcinoma papilífero, tem prognóstico muito favorável. Uma variante do carcinoma folicular é chamada de carcinoma das células de Hurthle. Corresponde a 4% de todos os tumores de tireoide, apresentando comportamento um pouco mais agressivo do que o tipo folicular clássico.

Carcinoma medular

Representa cerca de 5% dos tumores de tireoide. Pode fazer parte de síndromes genéticas (20% dos casos) e secretar calcitonina, uma proteína que participa da calcificação dos ossos. Apresenta comportamento mais agressivo do que os carcinomas papilíferos e foliculares.

Carcinoma anaplásico

Corresponde a 2% de todos os casos. É um dos tumores mais agressivos do corpo humano, caracterizado por crescimento extremamente rápido, com probabilidade alta de obstrução das vias aéreas, invasão da base do crânio e comprometimento de órgãos à distância.

Tipos mais raros

Os tumores mais raros da tireoide são os linfomas e os sarcomas. Caso o crescimento prossiga, elas se disseminam pela circulação linfática, acometendo os linfonodos do pescoço, ou pela circulação sanguínea, migrando para os pulmões e ossos.


Atualização: Dra. Ana Paula Garcia Cardoso – CRM: 116987 Oncologista Clínica no Hospital Israelita Albert Einstein Apoio: Dr. Daniel Vargas Pivato de Almeida – CRM: DF 27574 Oncologista Clínico no Grupo Oncoclínicas, Brasília-DF Fevereiro 2022

Data de publicação: 09/05/2014

Última atualização: 02/08/2024

Dr. Antonio Carlos Buzaid
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Antonio Carlos Buzaid é um destacado oncologista clínico, graduado pela Universidade de São Paulo, com experiência internacional nos EUA, onde foi diretor de centros especializados em melanoma e câncer de pulmão, além de professor na Universidade de Yale. No Brasil, dirigiu centros de oncologia nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, e atualmente é diretor médico geral do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. CRM 45.405
Dr. Fernando Cotait Maluf
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Fernando Cotait Maluf é um renomado oncologista clínico, graduado pela Santa Casa de São Paulo, com doutorado em Urologia pela FMUSP. Ele foi chefe do Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica do Hospital Sírio Libanês e atualmente é diretor associado do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, além de membro do Comitê Gestor do Hospital Israelita Albert Einstein e professor livre-docente na Santa Casa de São Paulo. CRM: 81.930