Maria Aparecida Souza tem 59 anos e há 4 anos e meio descobriu que estava com câncer de mama. “Eu perdi o chão, não foi fácil, uma luta e tanto”, lembra. Ela passou por cirurgia, fez 6 sessões de quimioterapia e 30 de radioterapia. E nessa jornada, contou com um importante apoio: o dos voluntários. “Conheci o grupo na sessão de quimioterapia. Foi um porto seguro pra mim porque eu me vi ali, perdida, e as meninas vieram com aquele sorriso… me fortaleceram”.
Hoje, Maria Aparecida é voluntária no hospital Pérola Byington, em São Paulo. Ela trabalha no cantinho da beleza, o lugar onde as pacientes fazem maquiagem, colocam perucas, ganham lenços e recebem carinho.
Sonia Regina Agra também é voluntária. Toda quarta-feira, ela vai ao hospital para cortar cabelo de doadores. Os cabelos cortados se transformam em perucas que são doadas para pacientes. “A gente faz a mulher sair bem daqui. A gente conversa, coloca a peruca, corta, ou coloca um lenço”, conta.
As pacientes também podem fazer maquiagem. A maquiadora Abigail Oliveira Miranda, de 25 anos, é cadeirante e dedica um dia da semana para maquiar voluntariamente as pacientes do hospital. “A primeira vez que eu vim aqui foi para doar cabelo. A sala era pequena e era difícil para eu entrar com minha cadeira de rodas. Agora temos um espaço maior e virei voluntária. As pacientes dizem que a maquiagem que faço levanta a autoestima delas”.
Na sala de quimioterapia, as voluntárias oferecem café e chá para as pacientes que estão recebendo a medicação. Também promovem bingos e tornam o ambiente mais leve e alegre. “Eu passei a ouvir, a segurar nas mãos e nos pés dessas pacientes guerreiras. É um conforto para elas e eu também saio daqui totalmente fortalecida”, afirma a voluntária Ângela Pineda Barreira Ferreira, de 76 anos.
O Pérola Byington tem 40 voluntários que promovem atividades com as pacientes. Dança, música, Reiki, história ou uma simples conversa transformam o dia a dia de quem está em tratamento.
“O voluntariado é uma parte essencial de qualquer hospital. Eu diria que é o coração que bomba continuamente alegria, solidariedade, humanismo, acolhimento; é o abraço, o beijo e o carinho. É essencial em qualquer centro de saúde, em qualquer projeto que lide com vida humana. O voluntariado é uma das áreas mais nobres”, afirma o oncologista Fernando Maluf, fundador do Instituto Vencer o Câncer. “O ambiente hospitalar fica mais humanizado. Os voluntários levam apoio e conforto não só para os pacientes, mas para os familiares também”, acrescenta a diretora do Instituto Vencer o Câncer, Rita de Cássia Domingues.
Todo 5 de dezembro é comemorado o Dia Internacional do Voluntário. A data foi instituída pela Assembleia Geral da ONU em 1985 para celebrar e incentivar a ação solidária dos voluntários em todo o mundo. A ONU mantém um Programa de Voluntários em 130 países, incluindo o Brasil.
Fonte: Matéria publicada no Estadão Shopping
O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.