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Paciente que faz quimioterapia não pode tomar vacina contra o sarampo

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Roraima e Amazonas são os dois estados brasileiros que estão com surtos de sarampo, segundo o Ministério da Saúde. Os dados mostram que 519 casos foram confirmados no Amazonas e 272 em Roraima. Também há registros de casos no Pará, Rondônia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. A vacinação é fundamental para controlar o avanço da doença no país. No entanto, nem todas as pessoas podem ser imunizadas. Pacientes que estão fazendo tratamento do câncer com quimioterapia não podem tomar a vacina contra o sarampo. “Quem faz quimioterapia ou está em situação de imunodepressão não pode tomar a vacina. A quimioterapia, que serve para matar as células do câncer, tem como efeito colateral a diminuição das defesas imunes do próprio indivíduo. Essas pessoas ficam mais vulneráveis a infecções. A vacina contra o sarampo é feita de vírus atenuado e por ser assim há risco de provocar a doença no paciente que faz quimioterapia se ele a tomar” explica o oncologista Manoel Carlos Leonardi de Azevedo Souza.

O paciente oncológico pode se proteger contra o sarampo adotando algumas medidas, como: evitar o contato com pessoas com a doença, não ir aos locais onde há surtos de sarampo, lavar as mãos antes das refeições e toda vez que entrar em contato com outras pessoas. É fundamental também que seus familiares estejam vacinados. “É importante ter a população vacinada. Há um conceito que a gente chama de rebanho. Se você vacina um número x de pessoas de um determinado lugar, toda a população estará coberta”, ressalta o oncologista.

Se o paciente oncológico pegar sarampo o médico que o acompanha adotará medidas para evitar complicações. O tratamento com a quimioterapia, por exemplo, terá de ser suspenso até ele se recuperar. “O sarampo pode provocar insuficiência respiratória. Se ele (paciente oncológico) pegar sarampo a gente terá de tratar. Nós sabemos que o tratamento se baseia na diminuição dos sintomas e no suporte aos danos que vírus causa. Ele tem de ser acompanhado pela equipe médica”, completa o médico.

Por isso, para evitar problemas futuros é fundamental que o calendário de vacinação seja seguido por todos que não tenham nenhuma contraindicação. “Algumas vacinas podem ter efeitos colaterais, mas proporcionam muitos ganhos. Quando a gente coloca na balança os ganhos são muito maiores a ponto de proteger uma população de doenças devastadoras como a varíola e o sarampo. A vacinação é um procedimento médico. As vacinas do calendário vacinal estão adequadas. Não tomar a vacina é desrespeitar uma recomendação médica. É colocar em risco a população”, enfatiza o oncologista Manoel Carlos.

A vacina contra o sarampo está disponível na rede pública de saúde em todos os estados brasileiros. São duas: a tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba) e a tetra viral (contra sarampo, rubéola, caxumba e varicela).

Crianças de 12 meses a menores de 5 anos de idade devem tomar uma dose aos 12 meses da tríplice viral e outra aos 15 meses da tetra viral. Crianças de 5 a 9 anos que não foram vacinadas devem tomar duas doses da vacina tríplice com intervalo de 30 dias entre elas. Adultos que não receberam a vacina na infância também podem ser imunizados: o SUS oferece duas doses da vacina para pessoas com até 29 anos e uma dose única para quem tem entre 30 e 49 anos.

Entre 6 e 31 de agosto, o Ministério da Saúde fará a Campanha Nacional de Vacinação. O dia D, de mobilização, será 18 de agosto e o público-alvo serão as crianças de 1 ano a menores de 5 anos.

Além de pessoas que fazem quimioterapia, não devem ser imunizadas gestantes, pessoas com imunidade baixa causada por doença ou medicação, crianças expostas ou infectadas por HIV e quem teve alergia grave quando tomou alguma dose da vacina.

Logotipo do Instituto Vencer o Câncer

O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.

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