back to top
InícioErisipela

Erisipela

Erisipela é uma infecção cutânea, causada por bactérias, que afeta principalmente as camadas mais superficiais da pele. É comum em pessoas com sistema imunológico comprometido ou com problemas circulatórios. A erisipela se manifesta por meio de sintomas como vermelhidão, inchaço e dor na área afetada.

Identificar os sinais precocemente é crucial para um tratamento eficaz. Se não tratada, a infecção pode se espalhar rapidamente, causando complicações graves. Felizmente, existem tratamentos eficientes que podem controlar a doença e prevenir recorrências.

Neste artigo, você vai entender o que é a erisipela, seus principais sintomas, as opções de tratamento e as causas que levam ao desenvolvimento dessa condição. Vamos descomplicar o assunto para que você possa se informar e cuidar melhor da sua saúde.

Pontos-chave

  • O que é erisipela: Erisipela é uma infecção bacteriana causada por Streptococcus beta-hemolítico do grupo A que afeta principalmente as camadas superficiais da pele, caracterizada por placas vermelhas com bordas bem definidas.
  • Sintomas principais: Placas vermelhas brilhantes, inchaço, sensação de queimação, coceira, febre e mal-estar são sintomas comuns. Em casos graves, podem surgir bolhas e feridas dolorosas.
  • Diagnóstico e tratamento: O diagnóstico é clínico, baseado em sintomas e, em alguns casos, exames laboratoriais. O tratamento inclui antibióticos como penicilina, analgésicos para alívio da dor e medidas como repouso com pernas elevadas.
  • Fatores de risco: Lesões na pele, doenças crônicas como diabetes e problemas circulatórios, imunossupressão e obesidade aumentam o risco de erisipela.
  • Prevenção: Manter uma boa higiene pessoal, tratar lesões imediatamente, controlar doenças crônicas e usar calçados adequados ajudam na prevenção da erisipela.
  • Complicações: Se não tratada, a erisipela pode levar a complicações graves como abscessos, tromboflebite, fasciíte necrosante, septicemia e linfedema crônico.

O que é erisipela?

A erisipela é uma infecção bacteriana que afeta a pele, principalmente a camada superior e, em alguns casos, a gordura do tecido subjacente. Esta condição é causada por bactérias Streptococcus beta-hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes). Há risco de infecção quando pequenas lesões ou feridas, como picadas de insetos e arranhões, permitem a entrada da bactéria na pele.

Erisipela é frequentemente caracterizada por placas vermelhas brilhantes com bordas bem definidas e elevadas na pele. Essas placas podem causar inchaço, sensação de queimação, sensibilidade e coceira. É comum o aumento da temperatura local nessa região.

Além dos sintomas cutâneos, a erisipela pode causar febre, calafrios, mal-estar, dor de cabeça, náuseas, fadiga e vômitos. Em casos mais graves, podem formar-se bolhas ou até feridas por necrose da pele. Inchaço das pernas acima dos tornozelos é comum, mas a infecção pode também afetar braços, face e tronco.

Identificar prontamente esses sintomas e procurar tratamento adequado é crucial, pois a infecção pode se espalhar e causar complicações. Consultar um profissional de saúde para diagnóstico e manejo correto da erisipela é fundamental.

Sintomas de erisipela

A erisipela se manifesta com vários sintomas que você deve observar atentamente.

Placas vermelhas brilhantes na pele

As placas vermelhas brilhantes são características da erisipela. Elas têm bordas bem definidas e elevadas e geralmente surgem no local da infecção.

Manchas vermelhas com bordas irregulares

As manchas podem ter bordas elevadas e irregulares. Isso distingue a erisipela de outras infecções cutâneas.

Inchaço na pele

Você poderá notar um inchaço significativo na área afetada. Esse inchaço é resultado da resposta inflamatória do corpo à infecção.

Sensação de queimação e sensibilidade

A erisipela pode causar uma sensação de queimação e extrema sensibilidade na pele. Isso pode ser bastante desconfortável e é um sinal comum da infecção.

Coceira no local

Esse tipo de infecção pode causar coceira na região afetada. Isso ocorre devido à irritação e inflamação da pele.

Aumento da temperatura local

O local da infecção tende a ficar mais quente que o restante do corpo. Esse aumento da temperatura é devido à inflamação da pele.

Mal-estar, febre e calafrios

Antes do aparecimento das lesões você pode sentir mal-estar, febre e calafrios. Esses sintomas sistêmicos indicam que o corpo está combatendo uma infecção.

Feridas inflamadas e dolorosas

Além das placas, podem surgir feridas vermelhas inflamadas e dolorosas na pele afetada. Esse é outro sinal de que a infecção está se espalhando.

Bolhas na pele

Nos casos graves, especialmente na erisipela bolhosa, podem surgir bolhas na pele, com líquido no interior.

Erisipela coça?

Sim, a erisipela pode causar coceira no local afetado. Além da sensibilidade e queimação, a coceira é um dos sintomas comuns da doença.

Diagnóstico de erisipela

Identificar a erisipela é crucial para iniciar o tratamento adequado. O diagnóstico geralmente é clínico, baseado na observação dos sintomas, no exame físico e no histórico médico do paciente. Durante a consulta, o médico examina as lesões na pele e avalia sintomas como febre, inchaço e dor.

Exame físico

O exame físico envolve a avaliação das áreas afetadas. A presença de placas vermelhas com bordas bem definidas, pele brilhante e inchada e temperatura elevada na região indica erisipela. O médico também verifica se há linfonodos inchados próximos às lesões.

Exames laboratoriais

Em alguns casos, são necessários exames laboratoriais para avaliar melhor a infecção. Hemograma completo pode mostrar sinais de infecção, como aumento dos glóbulos brancos. Exames de cultura do sangue podem identificar a bactéria Streptococcus pyogenes.

Diagnóstico diferencial

É essencial diferenciar a erisipela de outras condições cutâneas. O médico pode considerar celulite, dermatite de estase e reações alérgicas. Isso ajuda a evitar tratamentos inadequados, que podem agravar a condição.

Critérios clínicos

Os critérios clínicos para diagnóstico incluem lesões avermelhadas na pele, com bordas elevadas e bem definidas, calor local, febre e sintomas sistêmicos. Caso os sintomas e sinais correspondam, o médico pode iniciar o tratamento imediatamente para prevenir complicações.

Causas da erisipela

Bactéria causadora

A principal causa da erisipela é a infecção pela bactéria estreptococo beta-hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes). Essa bactéria penetra na pele por meio de pequenas feridas ou abrasões, desencadeando a infecção.

Fatores de risco

Diversos fatores aumentam o risco de contrair erisipela:

  • Lesões na pele: Cortes, úlceras e picadas de insetos facilitam a entrada da bactéria.
  • Doenças crônicas: Problemas circulatórios e diabetes, que pode comprometer o sistema imunológico.
  • Imunossupressão: Pacientes imunocomprometidos têm dificuldade em combater infecções.
  • Obesidade: O excesso de peso pode causar problemas circulatórios e aumentar o risco de infecções cutâneas.

Como ocorre a infecção

A infecção inicia quando a bactéria entra na pele, geralmente por meio de lesões. Essa entrada permite que a bactéria se multiplique, causando inflamação e infecção local.

A erisipela é contagiosa?

A erisipela, por si só, não é diretamente contagiosa. No entanto, a bactéria Streptococcus pyogenes pode ser transmitida de pessoa para pessoa, em ambientes lotados, através de tosse, espirro ou contato com secreções de feridas. Isso pode ocasionar outros tipos de infecção, como faringite por estreptococo. Manter boa higiene ajuda na prevenção dessa transmissão.

Formas graves de erisipela

Existem diferentes tipos de erisipela, cada um com suas próprias características e implicações. Compreender os tipos ajuda a direcionar o tratamento adequado e a monitorar a evolução da doença.

Erisipela bolhosa

A erisipela bolhosa é marcada pela formação de bolhas cheias de líquido na área afetada. Essas bolhas podem se romper, levando à formação de úlceras. Esse tipo de erisipela geralmente indica uma infecção mais grave e requer um tratamento mais intenso. As bolhas podem diminuir a integridade da pele, facilitando a entrada de outras infecções.

Erisipela necrotizante

A erisipela necrotizante é uma forma rara e extremamente grave da doença. Caracteriza-se pela morte dos tecidos na área afetada devido à infecção bacteriana severa. Esse tipo de erisipela pode causar danos permanentes à pele e tecidos subjacentes, exigindo intervenções médicas urgentes. A necrose pode levar à necessidade de remoção cirúrgica do tecido morto para evitar a propagação da infecção.

Quando procurar um médico?

Se apresentar vermelhidão ou inchaço na pele, pode ser sinal de erisipela. Esses sintomas geralmente aparecem de forma súbita e podem causar dor. Algumas pessoas também têm febre e calafrios. Se suspeitar dessa condição, é importante consultar um médico para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado.

Procure ajuda médica imediatamente se os sintomas se agravarem. Por exemplo, se a área afetada estiver muito dolorosa, com bolha ou houver sinais de infecção sistêmica, como febre alta e mal-estar geral, pois esses sinais podem indicar complicações sérias.

Pessoas com condições de saúde pré-existentes, como diabetes ou problemas circulatórios, devem ser ainda mais vigilantes. Se tiver diabetes, insuficiência venosa crônica ou obesidade, o risco de complicações aumenta, e a erisipela pode se espalhar rapidamente. Nesse caso, o acompanhamento médico é fundamental para controlar a infecção e prevenir outras complicações.

Lembre-se de que a erisipela pode ser prevenida com cuidados básicos. Mantenha a pele limpa e hidratada, trate feridas e infecções na pele prontamente e siga as orientações de seu médico, especialmente se tiver fatores de risco como os mencionados acima.

Tratamento da erisipela

O tratamento da erisipela é crucial para evitar complicações graves. Após o diagnóstico, geralmente se inicia um tratamento com antibióticos para combater a infecção bacteriana.

Antibióticos

Antibióticos são a base do tratamento da erisipela. A penicilina é frequentemente prescrita devido à sua eficácia contra o Streptococcus pyogenes. Em casos de alergia à penicilina, outros antibióticos são utilizados.A duração do tratamento varia de 7 a 14 dias, dependendo da gravidade.

Analgésicos

Para aliviar a dor e reduzir a febre, analgésicos como paracetamol ou dipirona são recomendados. Esses medicamentos ajudam a melhorar o conforto do paciente sem interferir no tratamento antibiótico.

Repouso com as pernas elevadas

Repousar com as pernas elevadas é indicado, especialmente quando a infecção afeta membros inferiores. Elevar as pernas reduz o inchaço e facilita a recuperação. Evitar atividades extenuantes e manter a área afetada limpa e seca são práticas complementares importantes.

Prevenção da erisipela

Cuidados com a pele

Manter a pele limpa e hidratada é essencial. Limpe qualquer ferida com sabão neutro e água. Hidrate regularmente para evitar rachaduras e ressecamento que facilitam a entrada de bactérias.

Higiene pessoal

A higiene pessoal ajuda a evitar infecções. Lave as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente após manipular feridas ou estar em contato com superfícies sujas. 

Tratamento de lesões

Trate imediatamente qualquer lesão na pele, mesmo as pequenas. Cubra feridas, arranhões e picadas de insetos com curativos esterilizados para evitar a entrada de bactérias. Troque os curativos regularmente.

Controle de doenças crônicas

Controle doenças crônicas como diabetes e problemas circulatórios. Manter essas condições sob controle reduz o risco de infecções cutâneas. Tome medicamentos conforme prescrito e realize check-ups regulares.

Uso de calçados adequados

Utilizar calçados adequados evita machucados nos pés. Evite andar descalço em áreas públicas ou de risco de ferimentos. Prefira sapatos que protejam bem os pés, principalmente se tiver micose ou pé de atleta.

Evite manipular unhas excessivamente

Evite manipular ou cortar as unhas excessivamente. Utilize instrumentos esterilizados e considere regularmente fazer uma consulta com um podólogo, especialmente se tiver problemas frequentes nas unhas.

Tratar infecções fúngicas

Trate infecções fúngicas como a micose de unha ou pé de atleta. Use medicamentos apropriados, seguindo, rigorosamente, as orientações médicas para eliminar completamente o fungo e prevenir novas infecções.

Consultas médicas regulares

Realizar consultas médicas regulares ajuda a identificar e tratar precocemente qualquer problema de pele. Se tiver histórico de erisipela ou fatores de risco, informe seu médico para um acompanhamento mais rigoroso.

Possíveis complicações da erisipela

A erisipela pode gerar diversas complicações sérias quando não tratada adequadamente. Uma complicação comum é a formação de abscessos, que são coleções de pus na área afetada. Outra complicação potencial é a tromboflebite, uma condição em que se formam coágulos sanguíneos pela inflamação das veias das pernas.

A infecção pode evoluir para a fasciíte necrosante, uma doença grave que causa morte do tecido. Essa condição requer intervenção cirúrgica imediata. Outras complicações incluem a septicemia, que é a disseminação da infecção pelo corpo através do sangue, podendo levar a falência múltipla de órgãos.

Pessoas com erisipela também correm o risco de recorrência, especialmente se tiverem fatores predisponentes como problemas circulatórios ou sistema imunológico comprometido. A infecção repetitiva pode causar linfedema crônico, uma condição caracterizada por inchaço permanente dos tecidos.

Por isso, a monitorização contínua da condição de saúde e o tratamento preventivo para evitar novas infecções são cruciais.

Erisipela pode ser câncer?

Embora a erisipela seja uma infecção cutânea séria, ela não deve ser confundida com câncer. No entanto, é crucial estar atento aos sintomas e procurar atendimento médico rapidamente para evitar complicações. Manter uma boa higiene, tratar feridas prontamente e seguir as orientações médicas são medidas eficazes para prevenir essa condição. Lembre-se de que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para uma recuperação rápida e segura. Fique atento aos sinais e cuide bem da sua pele para evitar problemas futuros.

Data de publicação: 06/11/2024

Dr. Antonio Carlos Buzaid
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Antonio Carlos Buzaid é um destacado oncologista clínico, graduado pela Universidade de São Paulo, com experiência internacional nos EUA, onde foi diretor de centros especializados em melanoma e câncer de pulmão, além de professor na Universidade de Yale. No Brasil, dirigiu centros de oncologia nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, e atualmente é diretor médico geral do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. CRM 45.405
Dr. Fernando Cotait Maluf
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Fernando Cotait Maluf é um renomado oncologista clínico, graduado pela Santa Casa de São Paulo, com doutorado em Urologia pela FMUSP. Ele foi chefe do Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica do Hospital Sírio Libanês e atualmente é diretor associado do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, além de membro do Comitê Gestor do Hospital Israelita Albert Einstein e professor livre-docente na Santa Casa de São Paulo. CRM: 81.930