As festas de fim de ano são momentos de encontro, celebração e afeto, mas também podem trazer dúvidas sobre alimentação, especialmente para pacientes com câncer ou pessoas que desejam manter hábitos mais saudáveis.
Durante o tratamento oncológico, alterações no apetite, no paladar e na digestão exigem atenção especial, enquanto, para a população em geral, o período é marcado pelo aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, açúcar e gordura.
Separamos, abaixo, algumas reportagens com a participação de nutricionistas e nutróloga do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer. Com informação de qualidade e escolhas conscientes, é possível montar uma ceia saborosa, nutritiva e compatível com a saúde, sem abrir mão do prazer à mesa.
Alimentação de pacientes oncológicos nas festas de fim de ano
A alimentação de pacientes oncológicos nas festas de fim de ano exige planejamento e individualização. A ceia deve respeitar os sintomas e limitações de cada pessoa, priorizando preparações mais leves, alimentos de fácil digestão e opções que ajudem a manter o estado nutricional.
Proteínas magras, legumes, verduras, frutas e preparos caseiros ganham destaque, enquanto excessos, bebidas alcoólicas e alimentos muito gordurosos ou condimentados devem ser evitados para reduzir desconfortos e efeitos colaterais do tratamento.
Uma ceia especial para quem está em tratamento
Para quem está em quimioterapia, a ceia de Natal pode e deve ser adaptada. A orientação é preferir texturas mais macias, sabores suaves e refeições fracionadas, que ajudam a lidar com náuseas, alterações no paladar e dificuldade de mastigação.
Preparações simples, bem cozidas e com ingredientes frescos favorecem a tolerância alimentar, além de contribuírem para manter a ingestão adequada de nutrientes em um período que costuma ser mais desafiador para o paciente.
Romã, a “fruta da sorte”, pode ser uma boa opção para as Festas
Entre os alimentos tradicionais das festas, a romã costuma ganhar destaque simbólico no fim do ano e também chama atenção da ciência. Reportagem do G1 mostra que estudos apontam a fruta como rica em antioxidantes, associados à redução da inflamação e à proteção cardiovascular.
Embora não exista alimento milagroso, a inclusão da romã na ceia pode contribuir para uma alimentação mais variada e nutritiva, especialmente quando inserida em um padrão alimentar equilibrado, baseado em alimentos in natura.
A nutróloga Andrea Pereira, integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer, explica que a romã é especialmente rica em polifenóis — antioxidantes potentes que, em laboratório e em modelos animais, reduzem inflamação, estresse oxidativo e até a formação de placas de gordura nos vasos.
Panetone, doces e equilíbrio
O panetone, presença quase obrigatória na mesa natalina, também merece atenção. De acordo com análise publicada pelo portal G1, versões artesanais e aquelas com lista de ingredientes mais curta tendem a ser opções mais equilibradas do ponto de vista nutricional.
Panetones recheados, diet ou muito industrializados costumam ter maior quantidade de gordura, açúcar e aditivos. A orientação dos especialistas é olhar além do rótulo frontal e considerar o grau de processamento e a composição do produto antes da escolha.
Para reportagem do portal G1, Gisele Vieira, nutricionista oncológica e integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer, explicou que a regra geral é simples: o rótulo conta a história que a embalagem tenta esconder.
Panetones artesanais costumam conter menos aditivos, menos açúcar, farinhas menos refinadas e frutas desidratadas em vez das cristalizadas. “Eles deixam de ser ultraprocessados e se tornam produtos mais simples, com impacto nutricional muito melhor”, afirma Gisele.
De olho nos ultraprocessados
Reduzir o consumo de ultraprocessados é um dos principais desafios alimentares nas festas de fim de ano. Esses produtos, comuns em ceias e confraternizações, vão além do excesso de calorias e estão associados a impactos negativos no metabolismo, na inflamação e na saúde a longo prazo.
Identificar rótulos com muitos ingredientes artificiais e priorizar alimentos in natura ou minimamente processados é uma estratégia simples e eficaz para tornar a ceia mais saudável para todos.
Segundo a nutricionista oncológica Mariana Ferrari, do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer, quanto mais longa e “estranha” for a lista, maior a chance de ser um ultraprocessado.
“Se o rótulo traz nomes que você não reconhece como alimento — xarope de glicose, gordura vegetal hidrogenada, aromatizante idêntico ao natural, estabilizantes — é praticamente certo que se trata de um ultraprocessado”, diz.
Em datas marcadas por celebração e convivência, a informação é uma aliada importante para escolhas mais conscientes. Seja para pacientes em tratamento oncológico, seja para familiares e amigos, pequenas adaptações na ceia (como priorizar alimentos naturais, respeitar limites individuais e reduzir ultraprocessados) podem fazer diferença no bem-estar e na qualidade de vida.
Mais do que restrições, a proposta é levar conhecimento à mesa e reforçar que cuidar da alimentação também é uma forma de cuidado com a saúde, hoje e ao longo do ano.







