Mesmo após um diagnóstico de câncer, parar de fumar não vira uma obrigação para os tabagistas. Isto é o que demonstra uma pesquisa feita pelo Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), que mostra que mais de 65% dos pacientes continuavam com o vício mesmo depois de saberem que tinham câncer.
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Relação tumores e uso de cigarros
“Foi um resultado muito revelador, pois mostrou que seis em cada dez dos pacientes com câncer não conseguem abandonar o cigarro, inclusive pacientes com câncer de pulmão, que têm o tabaco como um dos maiores responsáveis. Eles sentem vontade de parar, mas por conta da alta dependência de nicotina simplesmente não conseguem. Então, nestes casos é necessário entrar com um tratamento específico e em muitos casos até com medicação”, diz o pneumologista Gustavo Prado, um dos autores da pesquisa.
Dentre os diversos tipos de tumores que podem se desenvolver devido ao uso de cigarros estão também os que se manifestam na região da cabeça e pescoço, como os cânceres de boca, faringe e laringe. Dos pacientes tratados nesse serviço, 83% são fumantes ou têm histórico de tabagismo.
Além dos efeitos nocivos à saúde, o fumo também pode interferir no tratamento quimioterápico dos pacientes. “Geralmente, quem fuma tem mais efeitos colateriais, como náuseas, dores de cabeça, perda de apetite e sintomas respiratórios intensificados. Nos casos de cirurgias oncológicas, pode haver dificuldade de cicatrização, o que aumenta os riscos”, afirma Prado.
O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.