Existem mais de 150 subtipos de HPV (papilomavírus humano). Alguns como o HPV-6 e HPV-11 causam somente verrugas genitais. Outros como HPV-16 e o HPV-18 podem levar ao aparecimento de alguns tipos de câncer. O HPV é transmitido principalmente na relação sexual, por isso o uso de preservativo é fundamental. Também existe vacina contra o vírus. A que o SUS oferece para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 12 a 13 anos é a quadrivalente, que protege desses 4 subtipos. Mas para a eficácia chegar a 98%, é necessário tomar duas doses da vacina. “Anteriormente 3 doses eram indicadas. Mas estudos confirmaram que duas já teriam eficácia. É importante ressaltar que não há pesquisas que indiquem que apenas uma dose seja suficiente para garantir a proteção. Então tem que tomar as duas doses”, explica o oncologista Fernando Maluf, um dos fundadores do Instituto Vencer o Câncer.
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A vacina está disponível em postos de saúde para os meninos de 12 a 13 anos desde o início do ano. Meninas de 9 a 13 anos já são imunizadas na rede pública desde 2014 e agora foram incluídas na campanha as adolescentes de 14 anos. As duas doses devem ser ministradas com um intervalo de 6 meses entre elas. A professora Luciana Santos tem um filho de 12 anos, que já tomou a primeira dose. “Nós explicamos para ele a importância da vacina e a médica dele também orientou. Antes, eu achava que as duas doses eram só para as meninas. Agora sei que depois de seis meses ele terá de tomar mais uma dose para ficar protegido” comenta.
A psicopedagoga Cristiane Biasse Marchi tem uma filha de 11 anos que já tomou as duas doses. “Quando ela tinha 9 anos, o pediatra sugeriu que ela tomasse. Na época, houve também uma conversa sobre o assunto na escola que ela estudava. Alguns pais optaram em não dar, outros em dar. Nós demos quando ela fez 11 anos porque sabemos que o HPV pode provocar câncer de colo de útero”, conta.
A imunização é recomendada nessa faixa etária determinada pelo Ministério da Saúde porque nessa idade meninos e meninas ainda não tiveram o primeiro contato sexual e, portanto, não foram expostos ao vírus. Nas mulheres, o HPV aumenta o risco, principalmente, de câncer de cólo de útero. Também está relacionado a tumores na vagina, vulva, ânus, orofaringe e boca. “Os meninos devem ser imunizados porque a vacina diminui as chances de doenças como câncer de pênis, garganta e do canal anal. Da mesma forma, evita a transmissão do HPV às meninas”, explica o oncologista Fernando Maluf.
“A princípio, eu achava que era importante que ele (filho) tomasse para evitar a contaminação das meninas. Depois, pesquisando, soube que é importante também para ele porque previne alguns tipos de câncer nos meninos”, acrescenta Luciana Santos.
A vacina aplicada no Brasil é recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Até 2020, o Ministério da Saúde pretende ampliar gradativamente a faixa etária dos meninos para 9 a 13 anos.
O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.