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Instituto Vencer o Câncer debate pesquisa clínica, prevenção do HPV e tecnologia da informação na Câmara dos Deputados

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Na última quarta-feira (15/05), a Comissão Especial da Câmara dos Deputados que
acompanha o combate ao câncer no Brasil realizou a audiência pública
“Regulamentação da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer no SUS, com
ênfase na pesquisa oncológica e prevenção do HPV e a tecnologia da informação como
aliada”.

O nome é longo, mas o objetivo era muito simples e importante: abrir espaço para
médicos, pesquisadores, parlamentares e representantes da sociedade civil
compartilharem suas expectativas e opiniões sobre os avanços nos cuidados da
doença.

Como presidente da Comissão, o deputado Weliton Prado (Solidariedade-MG)
reforçou a importância da regulamentação e implementação adequada das políticas
públicas para o controle do câncer no Brasil.

Instituto Vencer o Câncer debate pesquisa clínica, prevenção do HPV e tecnologia da informação na Câmara dos Deputados

Pesquisa clínica

O oncologista Fernando Maluf, cofundador do Instituto Vencer o Câncer, falou sobre o desenvolvimento da Rede Vencer o Câncer de Pesquisa Clínica. “Este é um projeto
criado dentro do Instituto Vencer o Câncer, que leva pesquisa clínica a hospitais do
SUS e filantrópicos”, explicou. A Rede já implantou seis centros nas regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste, e planeja expandir para 20 centros até o fim de 2024.

O oncologista também destacou como a pesquisa pode mudar substancialmente o
tratamento do câncer. Citou um estudo brasileiro para tumor de pênis, um problema
de saúde pública em algumas regiões brasileiras. Se os resultados se confirmarem, um
novo protocolo mudará os cuidados com esta doença em todo o mundo.

Maluf ressaltou, ainda, a necessidade de investimentos no setor aqui no Brasil. “Nosso
país precisa ter um posicionamento melhor em relação à pesquisa. Nós temos
investigadores incríveis, hospitais incríveis, uma população diversa, mas não somos
pioneiros no cenário mundial. A pesquisa é uma das soluções para o paciente. Ela não
resolve o problema todo, mas consegue criar um ciclo virtuoso, em que pacientes,
centros, investigadores e país só têm a ganhar”, finalizou o oncologista.

Articulação, mobilização e parcerias

A diretora institucional do Vencer o Câncer, Ana Maria Drummond, ressaltou que,
além da informação e educação, o compromisso do Instituto é ser um articulador e
mobilizador da sociedade e outras entidades para a discussão de políticas públicas. Ela
citou iniciativas como a aprovação do projeto Sim Para a Quimio Oral, o incentivo à
vacinação contra o HPV e a nova Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer,
aprovada no fim do ano passado.

“A nova política trouxe uma transformação, é ampla, mas precisamos destacar pontos
essenciais como um programa de navegação mais eficiente, a utilização da saúde

digital para a tomada das melhores decisões com o paciente no centro e soluções para
utilizarmos melhor os recursos”, enfatizou Ana Maria.

A diretora do Instituto Vencer o Câncer também destacou o apoio à pesquisa. “Nós
vamos defender muito a questão da pesquisa clínica oncológica porque confiamos na
ética que regulamenta todo esse processo. E nós queremos que esse processo tenha
mais celeridade e mais previsibilidade”.

“É nosso compromisso contribuir para a implementação da nova lei, trabalhar muito
pela conscientização sobre a vacina do HPV como uma estratégia de prevenção do
câncer de colo de útero, trabalhar pela questão da pesquisa clínica e para que esses
grupos de trabalho no âmbito do Consinca (Conselho Consultivo do Instituto Nacional
de Câncer – INCA) tenham resultado imediato. E que a gente consiga avançar em
parcerias, sempre”, finalizou Ana Maria.

Diversidade, equidade e inclusão

O presidente da Aliança Pesquisa Clínica Brasil e Coordenador do Comitê de Pesquisa
Clínica da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica – SBOC, Fabio Franke, também
destacou a importância dos estudos clínicos para aumentar o acesso a tratamentos
inovadores e incentivar a capacitação de nossos pesquisadores no Brasil.

“Fui coordenador de um Cacon (Centro de Assistência de Alta Complexidade em
Oncologia) durante 21 anos e senti na pele as dificuldades de acesso a tratamentos de
ponta pelos pacientes do SUS… e entendi a pesquisa clínica como uma grande
oportunidade de trazer esse acesso, somado à possibilidade de desoneração do
Sistema Único de Saúde”, afirmou Fabio Franke.

O médico enfatizou que as pesquisas clínicas têm potencial para mudar políticas
públicas e ajudar a estabelecer prioridades para o controle do câncer no Brasil.
“Dentro dos pilares que a pesquisa traz para o futuro, precisamos falar sobre
diversidade, equidade e inclusão… Mas não podemos pensar só na pesquisa
patrocinada, precisamos pensar na pesquisa acadêmica, estendendo estes estudos
para várias outras doenças que são incidentes na nossa população e carecem destas
investigações”, disse.

Os exemplos da Rede Vencer o Câncer de Pesquisa Clínica

O oncologista Thiago Lins Almeida, investigador principal do Centro de Pesquisa Clínica
Hospital Napoleão Laureano, em João Pessoa (PB), relatou a experiência da Rede
Vencer o Câncer de Pesquisa Clínica na capital paraibana.

“Com o apoio da Rede, pudemos organizar a instituição com capacitação continuada,
atualização de padronização operacionais e estrutura física adequada à atividade”,
relatou. O médico citou exemplos como a participação no estudo de um novo
tratamento para câncer de mama e a utilização de tecnologia para navegação de
pacientes. Nos próximos dias, o Centro abrirá seu primeiro estudo prospectivo. “Que a
rede seja um legado e usufruto a qualquer pessoa que dela possa precisar, para toda
população”.

Já a oncologista Ana Caroline Fonseca Alves, do Centro de pesquisa em oncologia – CPO
do Hospital de Oncologia do Maranhão Dr. Tarquínio Lopes Filho, destacou os desafios
da pesquisa clínica no SUS e a importância do estabelecimento da estrutura para os
pacientes de todo estado maranhense.

Ela também apresentou alguns números. “O Brasil poderia ser um protagonista na
pesquisa clínica. A gente, com certeza, atrairia muitos investimentos e seria uma
cascata de benefícios. Este potencial inclui mais de R$ 3 bilhões de investimentos
direto por ano, mais de 48 mil profissionais científicos envolvidos e mais de 55 mil
pacientes beneficiados”, disse a médica.

A importância da atenção básica

A diretora de Desenvolvimento em Saúde do Hospital Amaral Carvalho (Jaú/SP),
Cristina Moro, falou sobre importância da atenção básica na implementação da nova
Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer e o papel dos municípios neste
contexto. “É nos municípios que estão as pessoas, que estão os idosos, que estão os
adolescentes, que estão as crianças. Essas mesmas pessoas que estão no posto de
saúde, nas escolas, que vão nas igrejas. É lá onde podemos atingir essa população,
para que a gente consiga fazer a prevenção do câncer. Nós temos hoje a vacina do HPV
como principal aliado nosso na luta contra essa doença”, destacou.

“E os municípios, os governos municipais, eles têm que ter meta de cobertura na
vacina, que é muito baixa. Uma vacina que salva vidas, que evita que as pessoas
desenvolvam uma doença que, dependendo do momento em que ela é detectada, ela
leva a morte”.

Pesquisa acadêmica

O médico hematologista Diego Clé, coordenador de pesquisa de hemocentro de
Ribeirão Preto, foi convidado para falar sobre os estudos com a promissora tecnologia
celular CAR-T, um tipo de imunoterapia que utiliza linfócitos T, células do sistema
imunológico, atualmente indicada para alguns tipos específicos de câncer sanguíneo. A
USP de Ribeirão Preto e uma das instituições públicas e privadas que desenvolvem
estes estudos no país.

Diego Clé explicou o procedimento e ressaltou a importância de apoio a pesquisas
acadêmicas. “Esse tipo de pesquisa clínica que está sendo desenvolvido aqui no
hemocentro de Ribeirão Preto é um pouco diferente das que foram citadas, porque
essa é uma pesquisa acadêmica de iniciativa do investigador, não é uma pesquisa
patrocinada. Dá um exemplo de como mesmo essas pesquisas podem impactar no
tratamento do câncer”.

Para a oncologista Andrea Paiva Gadêlha Guimarães, representante do EVA – Grupo
Brasileiro de Tumores Ginecológicos, a pesquisa puxa a barra da assistência para cima
em todos os aspectos. “Para a pesquisa ser implementada ela precisa de treinamento,
precisa de investimento. E todos ganham; é o jogo do ganha-ganha. Ganha o médico
que está na frente, os profissionais que estão na frente da implementação, o paciente,

o Estado. Com isso tudo a gente permite que vários pacientes tenham acesso a
medicações de ponta que habitualmente não teriam”.

A integra da seção pode ser vista aqui

Logotipo do Instituto Vencer o Câncer

O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.

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