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Orientações aos pacientes ostomizados

Dia 03/10 é comemorado o Dia Mundial dos Ostomizados, e no dia 16/11, o Dia Nacional. A ostomia é um procedimento cirúrgico realizado quando é preciso construir um novo trajeto para que seja possível eliminar a urina e as fezes. Dados da Associação Brasileira de Ostomizados mostram que há aproximadamente 34 mil pacientes ostomizados no país — 9 mil somente em São Paulo.

Alguns tipos de câncer, como de reto, intestino, pênis e bexiga, demandam esse tipo de intervenção, que pode ser reversível ou irreversível e faz parte do tratamento oncológico. Quando é realizada no intestino grosso, chamamos de colostomia. Urostomia, quando é feita para saída de urina.

“Quando, por exemplo, o paciente tem um tumor de reto baixo, existe a possibilidade de ele precisar dessa intervenção a fim de que seja possível eliminar o câncer. Então, o reto é fechado e ele passa a eliminar as fezes pelo estoma (um orifício que permite essa comunicação com o exterior)”, explica a Dra. Maria Angela Boccara de Paula, presidente da Associação Brasileira de Estomaterapia.

O paciente precisará então de uma bolsa coletora especial (popularmente chamada de “bolsinha”), pois não terá como controlar a saída desses materiais. Ainda de acordo com a enfermeira, é importante ressaltar que é direito do paciente receber do governo ou dos planos de saúde tais acessórios. “A pessoa pode ficar com uma mesma bolsa no abdômen por até sete dias. Mas, é claro, ele vai realizando o esvaziamento à medida que for necessário”, complementa.

Higiene

Por isso, é extremamente importante que o paciente tenha alguns cuidados, principalmente em relação à pele, que deve estar limpa e seca. “Nada de cremes, álcool e colônias na região. Somente água e sabão neutro para limpeza. Enxugar com uma toalhinha bem leve, como aquelas fraldinhas de pano, é importante. Indivíduos com muitos pelos são orientados a raspar. Além disso, é necessário utilizar a bolsa do tamanho exato do estoma, porque se as fezes ou a urina vazarem, podem queimar a pele”, explica a especialista.

Como a região do estoma fica muito tempo coberta e úmida, uma dica importante é aproveitar os dias de troca da bolsa para deixar a pele ao redor do orifício tomar 5 minutos de sol no período da manhã. Mas lembre-se de depois cobrir o estoma com gaze ou algum tipo de tecido limpo.

Discriminação

Além da dificuldade de se adaptar a esse novo modelo de vida devido aos cuidados específicos que se tornam necessários, muitos pacientes enfrentam o isolamento e o preconceito. Deixam de lado o convívio social por conta do constrangimento da perda involuntária de fezes, gases e urina e têm dificuldades na vida sexual, familiar e profissional. “Eu tinha um paciente que era cozinheiro e ele realmente amava o trabalho dele. Mas depois da cirurgia o remanejaram para outra função totalmente diferente. Alegaram que não haveria higiene, como se ele não fosse lavar as mãos ou algo do tipo”, relata a dra. Maria Angela.

A questão do preconceito é muito preocupante, pois pode levar à depressão e interferir na boa condução do tratamento. De acordo com Maria Angela, a data é importante para servir de conscientização tanto para pacientes como para a sociedade em geral, já que as pessoas podem levar uma vida normal após o procedimento, inclusive praticando esportes. “É importante que o paciente se junte as associações e organizações de pessoas ostomizadas para que seus direitos sejam garantidos”, reforça.

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