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Tendinite

Tendinite é a inflamação dos tendões, estruturas que conectam os músculos aos ossos e permitem a movimentação do corpo. Quando submetidos a esforço excessivo ou repetitivo, esses tendões podem sofrer irritação, causando dor e desconforto em regiões como punhos, ombros, joelhos e cotovelos.

Esse problema geralmente surge devido a movimentos repetitivos, sobrecarga muscular ou falta de preparo físico adequado, sendo comum em atividades como digitação, levantamento de peso e esportes de alto impacto. Se não tratada corretamente, a tendinite pode evoluir para uma condição crônica, limitando a mobilidade e interferindo na rotina diária. Compreender suas causas, sintomas e formas de prevenção é essencial para evitar complicações e manter a qualidade de vida.

Pontos-chave

  • Tendinite é uma inflamação nos tendões causada principalmente por movimentos repetitivos, esforços intensos, traumas ou fatores como envelhecimento e doenças pré-existentes.
  • Os sintomas mais comuns incluem dor localizada, inchaço e dificuldade de movimento, que podem impactar atividades diárias se não tratados precocemente.
  • O tratamento envolve repouso, fisioterapia, aplicação de gelo ou calor e, em casos graves, pode incluir cirurgia, sempre com acompanhamento médico.
  • Prevenção é essencial e inclui alongamentos, fortalecimento muscular, boa postura e variação de movimentos repetitivos, minimizando o risco de lesões.
  • Tipos de tendinite variam segundo o local afetado, como tendinite de Quervain, patelar, aquiliana, entre outras, com sintomas e tratamentos específicos para cada caso.
  • Embora não tenha relação comprovada com câncer, investigar sintomas persistentes ou incomuns é importante para um diagnóstico correto e completo.

O que é tendinite?

A tendinite é uma inflamação ou irritação que afeta os tendões, estruturas que conectam os músculos aos ossos. Esses tecidos espessos e fibrosos permitem o movimento das articulações, sendo fundamentais para atividades do dia a dia, como escrever, levantar objetos ou caminhar.

O problema pode aparecer em qualquer tendão, mas é mais comum em regiões como ombros, cotovelos, punhos, joelhos e tornozelos. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a tendinite geralmente resulta de esforços excessivos ou repetitivos, traumas, além de lesões ou atritos nos tendões, levando a dor e dificuldade de movimento.

A inflamação pode ser aguda, surgindo de forma rápida, geralmente após quedas, acidentes ou esforços intensos. Quando ignorada ou tratada de forma inadequada, a lesão pode se tornar crônica, desenvolvendo-se lentamente e causando sintomas persistentes que comprometem a qualidade de vida.

Fatores como envelhecimento, doenças pré-existentes como diabetes e artrite reumatoide e o uso de medicamentos específicos (ex.: ciprofloxacino) podem aumentar suas chances de desenvolver tendinite. É importante identificar os sintomas precocemente e buscar o tratamento para evitar complicações como ruptura do tendão ou perda de força muscular.

Principais causas da tendinite

Movimentos repetitivos e mecânicos

Movimentos contínuos e repetitivos sobrecarregam os tendões, causando microrrupturas e inflamações. Atividades como digitar, tocar instrumentos e trabalhos manuais aumentam esse risco. Esportes como tênis, natação e corrida também favorecem a tendinite, principalmente quando realizados por longos períodos sem intervalos ou com postura inadequada.

Esforços intensos e traumáticos

Esforços físicos excessivos ou mal executados, como levantar pesos ou realizar arremessos abruptos, podem causar lesões nos tendões. Traumas diretos, como quedas e acidentes, também são fatores comuns que resultam em tendinite, especialmente em áreas como ombro, joelho ou tornozelo.

Envelhecimento

O processo natural de envelhecimento reduz a elasticidade e força dos tendões, tornando-os suscetíveis à inflamação. A atrofia muscular associada à idade também contribui, pois exige mais esforço dos tendões para compensar a falta de suporte muscular.

Doenças e fatores internos

Condições como diabetes descompensado e doenças reumatológicas, como artrite reumatoide, podem prejudicar e inflamar os tendões. Desordens hormonais também podem estar associadas a maior probabilidade de desenvolver inflamações.

Tipos de tendinite

A tendinite apresenta diferentes formas, dependendo da localização e dos tendões afetados. A seguir, entenda os tipos mais comuns, suas causas, sintomas e tratamentos disponíveis.

Tendinite de Quervain

A tendinite de Quervain afeta os tendões do punho que movem o polegar, causando dor ao movimentar essas áreas. O uso excessivo do polegar em atividades repetitivas, como digitar, é um fator comum de risco. Os sintomas incluem dor, inchaço e dificuldade para segurar objetos. O tratamento combina repouso, uso de talas, anti-inflamatórios como ibuprofeno e fisioterapia.

Tendinite patelar

Conhecida como “joelho de saltador”, a tendinite patelar compromete o tendão que conecta a patela à tíbia. Atividades como pular ou correr em excesso frequentemente desencadeiam dores na frente do joelho, logo abaixo da patela. O tratamento se baseia em repouso, compressas de gelo e medicamentos como diclofenaco. Fisioterapia também é útil para reduzir a inflamação e fortalecer o joelho.

Tendinite aquiliana

A tendinite aquiliana atinge o tendão de Aquiles, na região atrás do tornozelo, com dor e inchaço nesse local. Corridas, saltos e falta de alongamento são os principais agravantes. Repouso, alongamentos controlados, AINEs e fisioterapia ajudam a reduzir os sintomas. Casos severos podem necessitar de injeções ou cirurgia.

Tendinite no ombro

Frequentemente associada ao uso repetitivo dos ombros e braços, como carregar peso, essa tendinite causa dores e rigidez no ombro. Dormir sobre o lado afetado e movimentos amplos podem piorar os sintomas. Repouso, fisioterapia e, em certos casos, infiltrações de corticoides podem restaurar a capacidade funcional.

Tendinite no punho

Uma das formas mais comuns, pode ocorrer devido ao esforço repetitivo e uso constante de computadores ou celulares. Movimentos inadequados podem causar dor, inchaço e limitações nos movimentos do punho. Além de repouso e AINEs, exercícios específicos e ajustes ergonômicos na rotina são essenciais para alívio e prevenção.

Sintomas de Tendinite

A tendinite apresenta sintomas claros que podem impactar seu dia a dia. Reconhecer esses sinais é essencial para buscar tratamento precoce e evitar complicações.

Dor localizada

Sentir dor na região do tendão afetado é o sintoma mais comum. Essa dor tende a ser em forma de pontada e pode irradiar para músculos próximos. Movimentos da articulação ou esforço aumentam a intensidade da dor e, especialmente em casos prolongados, podem dar a sensação de rangido ou estalo no tendão.

Inchaço

O local inflamado frequentemente apresenta inchaço, podendo ser acompanhado de calor na área. Esses sinais indicam um aumento de fluxo sanguíneo devido à inflamação, especialmente em casos agudos.

Sensibilidade ao toque

A sensibilidade na região afetada é marcante. Palpar o tendão inflamado pode causar desconforto ou amplificar a dor. Isso ocorre porque o tecido tendíneo está comprometido, agravando a resposta inflamatória.

Dificuldade de movimento

A inflamação e a dor limitam os movimentos da articulação. Gestos simples, como carregar objetos leves ou realizar movimentos de precisão, podem se tornar difíceis devido à rigidez ou dificuldade de movimentação associada à tendinite.

Outros sinais associados

Além destes sintomas principais, é possível ocorrer espasmos musculares e dificuldade para sustentar peso. A dor costuma ser mais intensa à noite.

Como é feito o diagnóstico?

História clínica e exame físico

O diagnóstico da tendinite começa com uma avaliação detalhada do histórico médico e sintomas apresentados. O médico investiga como os sintomas surgiram, se há fatores de risco como movimentos repetitivos ou traumas, e avalia a área afetada. Durante o exame físico, são feitos testes para verificar amplitude de movimento, força muscular, sensibilidade e sinais de inflamação.

Exames de imagem

Os exames de imagem podem ajudar a confirmar o diagnóstico ou excluir outras condições.

  • Radiografia: Identifica alterações nos ossos e descarta fraturas, mas é pouco eficaz para visualizar tendões.
  • Ultrassom e ressonância magnética: Detectam lesões nos tendões e bursas. A ressonância é particularmente útil nos casos de dúvida ou gravidade.

Tratamento para tendinite

O tratamento da tendinite combina técnicas conservadoras, terapias complementares e, em casos graves, intervenções cirúrgicas. Ele busca reduzir a inflamação, aliviar sintomas e promover a regeneração dos tendões afetados, sempre com acompanhamento médico.

Repouso e imobilização

Repousar é essencial para evitar agravamento da lesão. Em situações mais severas, o uso de órteses, talas ou bandagens pode ajudar a proteger o tendão afetado. O descanso reduz a pressão sobre a área inflamada e acelera o processo de recuperação, particularmente em atividades repetitivas ou esforço excessivo.

Aplicação de calor ou frio

Compressas frias aliviam inflamação e dor nas fases iniciais, sendo recomendadas por até 20 minutos, três vezes ao dia. Já o calor é indicado em estágios avançados para melhorar circulação e relaxar músculos, beneficiando a reabilitação. Escolha depende do estágio clínico e dos sintomas apresentados.

Medicamentos

Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como ibuprofeno e diclofenaco, são prescritos para reduzir dor e inflamação. O uso deve seguir orientação médica para evitar efeitos colaterais. Em quadros intensos, injeções locais com corticóides podem ser aplicadas para alívio de dor e inflamação.

Fisioterapia

A fisioterapia é peça-chave na recuperação de tendinites. Inclui exercícios específicos que fortalecem e alongam os tendões e músculos afetados, melhorando a amplitude de movimento e prevenindo recorrências. Técnicas como ultrassom, TENS e ondas de choque podem ser utilizadas para reduzir inflamação e promover recuperação.

Cirurgia

A cirurgia é indicada apenas em situações graves ou persistentes, como rupturas ou tendinite crônica refratária a outros tratamentos. O procedimento pode envolver reparo de tendão rompido ou remoção de tecido danificado. Consultar um cirurgião ortopédico experiente é crucial para avaliação dos riscos e benefícios.

Outras medidas complementares

Terapias como acupuntura e agulhamento a seco podem ser associadas ao tratamento convencional, auxiliando no controle da dor e recuperação. Ajustar fatores biomecânicos, como postura, uso de calçados adequados e instrumentos de trabalho, também é essencial para evitar novos episódios de tendinite.

Como prevenir tendinite?

Aquecimento adequado

Realizar um aquecimento antes de qualquer atividade física é essencial. Movimentos leves e alongamentos aumentam a circulação sanguínea, melhoram a flexibilidade e preparam os tendões para o esforço. Dedique 5 a 10 minutos para incluir exercícios como rotações de articulações e alongamentos dinâmicos, reduzindo o risco de lesões.

Manutenção de uma boa postura

Adotar uma postura correta nas atividades diárias diminui a sobrecarga sobre os tendões. Ajuste a altura de mesas, cadeiras e monitores, mantendo os olhos no mesmo nível da tela. No trabalho, opte por equipamentos ergonômicos, como teclados e suportes, evitando posições que forcem articulações como punhos e ombros.

Variação de movimentos repetitivos

Evitar a repetição constante do mesmo movimento protege os tendões. Quando impossível, faça pausas regulares para aliviar a tensão e permita que a musculatura se recupere. Alterne tarefas como digitar e escrever, diminuindo a pressão em áreas como antebraços, punhos e mãos.

Fortalecimento muscular

Fortalecer os músculos ao redor dos tendões distribui a carga de trabalho durante os movimentos. Exercícios supervisionados por profissionais ajudam a desenvolver estabilidade e prevenir lesões. Por exemplo, inclua atividades como levantamento de pequenos pesos ou exercícios isométricos para fortalecer cotovelos, joelhos e tornozelos.

Respeito aos limites do corpo

Identificar sinais de cansaço ou dor e reduzir a intensidade das atividades é fundamental. Exagerar no esforço pode causar microlesões em tendões. Programe sua evolução física de forma progressiva e conte com especialistas, como fisioterapeutas, para ajustar seu treino de maneira segura e eficaz.

Mitos e verdades sobre tendinite

Mito 1: tendinite desaparece sozinha

A tendinite não se resolve apenas com repouso, pois este pode aliviar os sintomas temporariamente, mas não elimina a inflamação subjacente no tendão. O tratamento eficaz frequentemente inclui fisioterapia para reabilitação e, em casos graves, pode envolver medicamentos ou até procedimentos médicos especializados para prevenir complicações.

Mito 2: aplicar gelo é sempre a solução

O gelo é útil para reduzir o inchaço e a dor no início da inflamação, mas seu uso inadequado pode retardar a recuperação. É essencial consultar um profissional de saúde para determinar a melhor abordagem, considerando o estágio e as causas específicas da tendinite.

Mito 3: a tendinite é causada apenas por esforços repetitivos

Embora os movimentos repetitivos sejam uma das principais causas, outros fatores também contribuem, como esforço excessivo, prática de exercícios de forma incorreta, trauma, envelhecimento, além de doenças como artrite reumatoide ou diabetes. É essencial entender todos esses fatores para um diagnóstico preciso e para a adoção de estratégias preventivas e de tratamento eficazes.

Tendinite pode ter a ver com câncer?

Não existe relação direta comprovada entre tendinite e câncer. A tendinite é uma inflamação nos tendões, geralmente causada por traumas, uso excessivo, movimentos repetitivos ou condições sistêmicas como diabetes e doenças autoimunes. Já o câncer envolve o crescimento descontrolado de células anormais, sendo um processo biológico distinto da inflamação tendínea.

Confusões comuns entre os sintomas

Embora a dor persistente seja um sintoma comum tanto em casos de tendinite quanto em alguns tipos de câncer, as causas são diferentes. Na tendinite, a dor está relacionada à inflamação localizada dos tendões, enquanto no câncer, pode ser consequência de compressão nervosa, metástase óssea ou outros fatores específicos da doença.

Quando investigar mais a fundo

Se os sintomas de tendinite forem acompanhados de sinais como emagrecimento rápido, perda de apetite, cansaço, febre persistente ou nódulos na região afetada, é essencial consultar um médico. Neste caso, exames complementares poderão ser realizados para afastar outras condições, incluindo câncer, como parte de um diagnóstico diferencial aprofundado.

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Dr. Antonio Carlos Buzaid
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Antonio Carlos Buzaid é um destacado oncologista clínico, graduado pela Universidade de São Paulo, com experiência internacional nos EUA, onde foi diretor de centros especializados em melanoma e câncer de pulmão, além de professor na Universidade de Yale. No Brasil, dirigiu centros de oncologia nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, e atualmente é diretor médico geral do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. CRM 45.405
Dr. Fernando Cotait Maluf
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Fernando Cotait Maluf é um renomado oncologista clínico, graduado pela Santa Casa de São Paulo, com doutorado em Urologia pela FMUSP. Ele foi chefe do Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica do Hospital Sírio Libanês e atualmente é diretor associado do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, além de membro do Comitê Gestor do Hospital Israelita Albert Einstein e professor livre-docente na Santa Casa de São Paulo. CRM: 81.930