O câncer de pele é o tipo mais comum de câncer no Brasil, representando cerca de 33% de todos os diagnósticos oncológicos no país, segundo o INCA. A detecção precoce é crucial para um tratamento bem-sucedido, especialmente nos casos de melanoma, a forma mais agressiva da doença.
O diagnóstico do câncer de pele envolve uma combinação de exames clínicos e laboratoriais, permitindo aos médicos identificar e classificar com precisão o tipo e o estágio do tumor.
Exame Clínico
O primeiro passo no diagnóstico do câncer de pele é geralmente um exame clínico realizado por um dermatologista. Durante este exame, o médico:
- Inspeciona visualmente toda a superfície da pele;
- Utiliza a regra ABCDE (Assimetria, Bordas, Cor, Diâmetro, Evolução) para avaliar lesões suspeitas;
- Pode usar um dermatoscópio, um instrumento que permite uma visualização ampliada e detalhada das lesões cutâneas.
Dermatoscopia
A dermatoscopia é uma técnica não invasiva que utiliza um dispositivo ótico para examinar as estruturas da pele não visíveis a olho nu. Este exame:
- Aumenta a precisão do diagnóstico, especialmente para melanomas;
- Permite a detecção de padrões e estruturas específicas associadas a diferentes tipos de lesões cutâneas;
- Ajuda a diferenciar lesões benignas de malignas.
Biópsia
Quando uma lesão é considerada suspeita, uma biópsia é geralmente realizada para confirmar o diagnóstico. Existem diferentes tipos de biópsia:
- Biópsia por raspagem: remove a parte superior da lesão;
- Biópsia por punção: remove uma pequena amostra cilíndrica de tecido;
- Biópsia excisional: remove toda a lesão suspeita.
O tecido removido é então examinado por um patologista para determinar se há presença de células cancerígenas.
Exames de Imagem
Em casos mais avançados ou quando há suspeita de metástases, exames de imagem podem ser solicitados:
- Tomografia computadorizada (TC);
- Ressonância magnética (RM);
- Tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT).
Estes exames ajudam a determinar a extensão da doença e se o câncer se espalhou para outras partes do corpo.
Exames Moleculares
Em alguns casos, especialmente para melanomas, testes moleculares podem ser realizados para identificar mutações genéticas específicas que podem influenciar o tratamento:
- Teste BRAF: identifica mutações no gene BRAF, que podem ser alvo de terapias direcionadas;
- Teste para outras mutações genéticas, como NRAS e KIT.
O diagnóstico precoce e preciso do câncer de pele é fundamental para determinar o melhor plano de tratamento e melhorar o prognóstico do paciente. A combinação de exames clínicos, dermatoscopia, biópsia e, quando necessário, exames de imagem e moleculares, permite uma avaliação abrangente e personalizada de cada caso.