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Tumor raro que pode aparecer após gestação tem alto índice de cura

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Dia 28 de fevereiro foi comemorado o Dia Mundial das Doenças Raras. Celebrada em mais de 60 países, a data tem o objetivo de conscientizar a sociedade e chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas pelos pacientes portadores de doenças de baixa incidência.

Entre essas doenças estão os cânceres raros, tumores que se desenvolvem em lugares não usuais ou que são fruto de linhagens celulares diferentes das comuns. Sua incidência no mundo, e particularmente no Brasil, não é bem definida. Segundo a Rare Cancers Europe, um tipo de câncer é considerado raro quando afeta apenas 6 em cada 100 mil pessoas anualmente. A organização fala em 198 tipos raros de câncer, o que faz com que, considerados em conjunto, eles não sejam tão incomuns. No entanto, como os casos são poucos, a experiência no tratamento desses tumores é limitada. Médicos pouco preparados para lidar com esses pacientes e dificuldades no diagnóstico são alguns dos problemas.

Paciente descobriu o tumor tardiamente, o que lhe custou enfrentar um tratamento doloroso. Veja como foi.

Foi o que aconteceu com Susan Antunes Melro Filho, de 33 anos. Quando seu filho Henrique estava com apenas dois meses, ela engravidou novamente e teve um aborto espontâneo. Meses depois, começou a ter fraqueza, vômito, perda de peso e observou a urina um pouco escura. Procurou um médico em Maceió, onde mora, que solicitou um exame beta-HCG e afirmou que ela estava grávida mais uma vez. “Eu achei que os episódios de vômito eram relacionados à gravidez.”

Certa noite ela começou a sentir uma dor muito forte na barriga e procurou uma emergência. Um exame de ultrassom detectou vários nódulos no fígado. “Eu achava que estava grávida, fui a São Paulo, fiz vários exames e descobri que o que eu tinha não era gravidez, e sim um coriocarcinoma gestacional, um tipo de câncer raro. Foi um impacto muito forte. Eu esperava ter um filho, e não um câncer.” [relacionados]

“O coriocarcinoma faz parte do grupo de doenças chamadas neoplasias trofoblásticas gestacionais. É um tumor relativamente raro que pode aparecer após gestação, aborto, interrupção voluntária da gravidez ou uma mola hidatiforme (um distúrbio que causa desenvolvimento inadequado da placenta e do feto). Possui altos índices de cura, mesmo na presença de metástases”, explica o oncologista Antonio Carlos Buzaid, diretor geral do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes (COAEM) e responsável pelo tratamento de Susan.

Segundo o especialista, o principal sintoma é o sangramento genital anormal durante a gravidez, útero de tamanho maior para a idade gestacional e vômito excessivo. “Geralmente os coriocarcinomas estão relacionados com a gravidez, mas podem ser encontrados em outras áreas, como ovários, tórax ou abdome, e podem ocorrer também em homens, atingindo os testículos, por exemplo, misturados com outros tipos de câncer, formando um tumor de células germinativas misto”, diz.

Como sempre, o diagnóstico precoce faz toda a diferença. Por isso, ao sentir sintomas como os mencionados após uma gravidez, não hesite em procurar um médico e ficar atenta para essa possibilidade.

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