back to top

Uso de celular provoca câncer: mito ou realidade?

spot_img

Cada vez mais inserido no cotidiano, o uso frequente do telefone celular desperta a atenção de pesquisadores do mundo todo. Apesar de grande parte das pesquisas serem inconclusivas, ou seja, não conseguirem afirmar definitivamente qual o risco, estudos apontam que uma pessoa que utilize o dispositivo para fazer ligações por mais de duas horas diárias tem risco maior de ter um tumor cerebral no futuro, seja ele maligno ou benigno.

Após radioterapia na cabeça, cabelos não voltam a crescer imediatamente

A notícia é baseada em um estudo francês publicado em 2014 no British Occupational and Environmental Medicine, que identificou 447 adultos diagnosticados com os tipos mais comuns de tumor cerebral (meningiomas ou gliomas) entre 2004 e 2006. Os estudiosos reuniram outras 892 pessoas que não haviam sido diagnosticadas com câncer e entrevistaram ambos os grupos sobre o uso de celulares.

Na verdade, nenhuma associação com tumores cerebrais foi observada quando se comparam os usuários regulares de telefone móvel (que fazem uma ligação por semana, por exemplo) com os não-usuários. Mas a pesquisa mostra que a incidência do câncer foi mais significativa ​​quando se considera a duração das chamadas acumuladas, ou seja, mais de 896 horas faladas anualmente, o que equivale a cerca de duas horas diárias. [relacionados]

A relação do possível aparecimento de câncer cerebral com o uso de celulares, segundo Fernando Cotait Maluf, Chefe da Oncologia Clínica do Centro Oncológico Antonio Ermírio de Moraes, é que o aparelho emite um sinal de ondas eletromagnéticas, que são invisíveis. Aparentemente, seu único efeito no corpo é o aumento de temperatura, mas é possível que elas provoquem mudanças no funcionamento das células. “Essas ondas podem hipoteticamente alterar o DNA do tecido cerebral normal, levando-o a algum tipo de mutação que possa ser um gatilho de um câncer no futuro. Os dados ainda são muito controversos, mas é interessante notar — e os estudos estão caminhando para isso — que no caso dos que falam seguidas horas por dia, a tendência é que o tumor apareça no lado em que a pessoa utiliza mais o celular.”

Importante ressaltar que esse estudo foi publicado em 2015, mas começou em 2005. Ou seja, apesar das revelações, é essencial ressaltar que o uso de celulares pelos adultos franceses da época é pouco suficiente para refletir o uso de hoje, já que a pesquisa não incluiu smartphones (lançados a partir de 2007/2008), que fazem uso de 3G/4G e Wi-fi. “Além disso, é importante dizer que o prognóstico dos pacientes com tumor cerebral, com o advento das técnicas cirúrgicas, radioterápicas e medicamentosas, melhorou muito em relação ao que era uma década atrás, quando na maioria das vezes o paciente tinha pouquíssimos meses de vida. Hoje temos pacientes com tumores malignos até então considerados incuráveis (que levavam a uma sobrevida menor que um ano), que agora estão sem sintomas e sem evidência da doença por mais de cinco anos”, afirma Maluf.

spot_img

Posts Relacionados

Posts populares no site

spot_img

Posts Populares na categoria