“Tudo em excesso é prejudicial”, alerta Breno Moreno de Gusmão, onco-hematologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, e membro do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer, referindo-se aos riscos provocados pela sobredose de vitamina B12. “A hipervitaminose de vitamina B12 pode prejudicar a saúde, provocando alterações, erupções cutâneas, reações alérgicas e até exacerbação ou piora de função renal”.
Por outro lado, avisa o especialista, seu déficit também faz mal para o organismo.
Considerando que o processo de absorção dessa vitamina começa no estômago, podem ter déficit de B12 os pacientes com câncer gástrico, linfoma gástrico ou qualquer tipo de câncer que tenha alteração no estômago – como, por exemplo em um caso que necessite de cirurgia, fazer uma gastrectomia. O mesmo para pacientes com problemas no intestino, onde é feita a absorção da vitamina.
Breno Gusmão explica que o déficit de B12 pode causar alterações no hemograma, assim como neuropatia. “Não apenas anemia, mas pancitopenia, com anemia, neutropenia, plaquetopenia. Pode causar cansaço extremo, alterações sensitivas, ou seja, neuropatia sensitiva nos pacientes”. Pancitopenia é a diminuição dos elementos que compõem o sangue – hemácias, leucócitos e plaquetas.
“A quimioterapia em si não causa déficit de vitamina B12, mas as doenças algumas vezes coincidem com essa falta, como por exemplo amiloidose e mieloma – 5% dos casos podem ter déficit de vitamina B12 concomitante”, informa o onco-hematologista.
Devido às consequências na saúde do organismo que tanto o déficit quanto o excesso de vitamina B12 podem causar, é importante o paciente estar com os níveis adequados. “O excesso pode ser prejudicial e a carência também. Por isso a alimentação saudável é necessária e pode ser suficiente. E, caso contrário, a reposição de vitamina B12 de forma adequada possibilita manter níveis aceitáveis e adequado para a saúde do paciente”.
O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.