Hospital Napoleão Laureano é responsável por atender 75% dos casos de câncer no Estado.
Um hospital voltado totalmente para a Oncologia, com uma boa estrutura, que realiza mais de 500 atendimentos ambulatoriais por dia. O Hospital Napoleão Laureano, Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) da Paraíba, tem 18 mil metros quadrados construídos. É um hospital privado filantrópico que conta com gerenciamento 93% do Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2021, a unidade teve 160 mil consultas ambulatoriais, mais de 5 mil cirurgias e 3 mil novos casos com abertura de prontuários.
“Atendemos 223 municípios do estado, que tem 4 milhões de habitantes. Somos responsáveis por absorver 75% de todos os casos de câncer da Paraíba”, explica Thiago Lins da Costa Almeida, diretor geral do Hospital Napoleão Laureano. Ele ressalta que a unidade, que é referência de patologia e oncológica, tem serviço de diagnóstico, parque tecnológico com PET scan, ressonância, tomografia, bloco cirúrgico, UTI, enfermaria, 142 leitos hospitalares, urgência 24 horas, salão de quimioterapia com 40 poltronas para infusão de medicamentos quimioterápicos e unidade de radioterapia, além de braquiterapia que, como ressalta, é um serviço mais específico para câncer de colo de útero, que é raro no país.
“Temos ciência dessa magnitude que representamos no estado, da relevância do hospital. Entretanto, faltavam dois braços: o primeiro de cuidados paliativos, que já inserimos, criando uma comissão e estamos ampliando, e o segundo de pesquisa clínica”, diz o diretor do hospital.
Essa questão também terá uma resolução, já que o Hospital Napoleão Laureano foi uma das seis unidades selecionadas pelo projeto Amor à Pesquisa Contra o Câncer no Brasil, desenvolvido pelo Instituto Vencer o Câncer, com consultoria técnica do LACOG (Latin American Cooperative Oncology Group). A proposta é apoiar a estruturação de novos centros, especialmente em regiões onde há escassez destas estruturas.
“Já existe um centro de estudos na formação acadêmica, com trabalhos de conclusão de curso, mestrado e doutorado. Agora entraremos de fato na pesquisa clínica, que é o rumo da oncologia, o que faltava para nosso hospital”.
Contribuir com avanço
Thiago Almeida, que é também o coordenador do centro clínico, fortaleceu ao longo de sua carreira a convicção de que a pesquisa clínica é o rumo da oncologia, desde os primeiros anos de estudo, em oncologia clínica em João Pessoa (PB), nas residências em oncologia na USP de Ribeirão Preto e no Hospital das Clínicas, onde fez também doutorado, além de atuar na Beneficência Portuguesa de São Paulo – BP Mirante. Voltou para a Paraíba e, junto com seu trabalho no hospital, é docente na Universidade Federal.
Com o centro de pesquisa, avisa, a ideia é contribuir com o avanço da ciência e da tecnologia, além de beneficiar os pacientes. “As tecnologias de pesquisa são oferecidas e disponibilizadas mais rapidamente do que nos processos que os medicamentos passam pela Anvisa e mesmo pelo SUS, que demoram muito. A pesquisa consegue agilizar a entrega de melhores terapias aos pacientes. Teremos incorporação de novas tecnologias, formação de profissionais mais capacitados que seguirão no processo de pesquisa clínica”, diz, acrescentando que a pesquisa também traz melhoria administrativa, com maior controle de monitoria da qualidade dos processos.
Em relação aos benefícios que a pesquisa traz para os pacientes, o oncologista pontua que como o hospital é gerido pelo repasse do SUS, existe um teto de repasse, o que provoca impasses, já que muitas vezes os valores não são suficientes para atender as necessidades. “A pesquisa traz oferta de tratamento de forma otimizada, permitindo que mais pacientes sejam tratados. Conseguimos multiplicar o acesso aos pacientes, oferecendo inclusive acesso de maior qualidade com novos tratamentos”.
Ele informa que na Paraíba a incidência de tumores acompanha os índices nacionais, destacando-se câncer de mama em mulheres e próstata em homens.
“O hospital completa esse ano 60 anos de existência. A instalação de centro de pesquisa será um avanço muito grande para a instituição, não só para o hospital, mas para toda a região, o estado da Paraíba e o Nordeste. O centro de pesquisa vai ser uma referência, inovar no estado e trazer qualidade de vida aos pacientes”.
O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.