FAÇA AS PERGUNTAS CERTAS PARA SEU MÉDICO
É fundamental que você, ao entrar em uma batalha, saiba contra quem está lutando. Sugerimos algumas perguntas importantes que devem fazer parte da maioria das primeiras consultas:
- Qual é o tipo de câncer que tenho e de onde ele se originou?
- O câncer atingiu outros órgãos?
- Quais os exames de imagem e sangue necessários para saber a gravidade do câncer?
- Já fui operado do tumor. Quais são os riscos de uma recidiva?
- Existem tratamentos para diminuir os riscos de recidiva?
- Tenho um câncer avançado. Quais são os tratamentos disponíveis e o que esperar deles?
- Quais os efeitos colaterais de cada tratamento proposto?
- O que devo mudar no meu estilo de vida para seguir os tratamentos recomendados?
- Existem, além dos tratamentos convencionais, protocolos de pesquisa nesta área nos quais poderia me incluir?
Essas perguntas vão lhe ajudar a esclarecer melhor os detalhes de sua doença e do tratamento.
Outro ponto importante refere-se às estatísticas. Elas são estabelecidas com base em um número grande de pacientes, e as médias e medianas podem não ser pertinentes a você.
Como exemplo, imaginemos uma doença grave cujo tratamento A ofereça uma sobrevida mediana de 12 meses, de acordo com um estudo com 101 pacientes. É importante ressaltar que o paciente número 51 viveu os 12 meses, mas 50 pacientes podem ter vivido menos e os outros 50 viverão mais, alguns até por vários anos.
Portanto, tenha cuidado com as estatísticas, elas não devem servir como uma sentença para você.
CONFIE NA EQUIPE MÉDICA QUE VAI CUIDAR DE VOCÊ
Como em outras situações de alta relevância, sugere-se que você, além de buscar indicações com amigos ou um médico conhecido, verifique as credenciais dos médicos que se responsabilizarão pela sua saúde e o ajudarão na sua luta contra o câncer.
Verificar se o médico tem título de especialista na área, se tem experiência com aquele tipo de tumor ou aquela situação específica pode ajudá-lo a escolher os melhores médicos para você.
Além dos aspectos técnicos, deve existir empatia entre você e seu médico. A confiança no tratamento escolhido e na equipe que o conduz certamente aumentará, caso você julgue os profissionais competentes e também tenha afeição a eles.
PROCURE TER UMA RELAÇÃO ABERTA COM SEU MÉDICO
Em uma relação médico-paciente, deve existir, além de confiança e empatia, liberdade para que você possa se sentir à vontade para esclarecer todas as suas dúvidas e angústias.
Nós, médicos, apesar de atentos aos sentimentos dos nossos pacientes, não conseguimos saber tudo que se passa na cabeça e na alma deles. Portanto, você estará ajudando não só a si mesmo, mas também à própria relação médico-paciente se você se sentir tranquilo e com liberdade para expressar seus sentimentos, anseios, dúvidas e questionamentos.
PROCURE LER SOBRE SUA DOENÇA
Você tem uma batalha pela frente e deve conhecer quem é de fato seu oponente, para desenhar, junto com seu médico, a melhor estratégia para vencê-la. A obtenção de informações através de livros, artigos e internet pode ser muito valiosa nesse sentido. No entanto, aconselhamos veementemente a perguntar ao seu médico quais são as melhores fontes para obter as informações mais precisas.
Lembre-se de que nem sempre há um controle rigoroso da qualidade do que é escrito, portanto as informações podem não ser precisas e adequadas para seu caso, principalmente quando obtidas pela internet. A informação errada ou inadequada pode trazer mais angústia e insegurança.
Lembre-se também de que você, por não ser da área médica, pode estar pesquisando sobre sua doença em fontes confiáveis, porém os termos usados na pesquisa talvez não sejam adequados para seu caso. Nesse caso, você poderá obter informações não condizentes com a sua situação específica.
O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.