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Leucemia Linfóide Aguda | Recaída

A recaída da leucemia linfoide aguda (LLA) é uma preocupação significativa para pacientes que passaram pelo tratamento inicial. A recidiva pode ocorrer em diferentes locais do corpo e exige uma abordagem terapêutica específica para cada caso. Compreender os aspectos da recaída é crucial para o manejo eficaz da doença e para melhorar as perspectivas de sobrevivência dos pacientes.

O que é a recaída

A recaída da LLA ocorre quando a doença retorna após um período de remissão. A recidiva pode ser local, regional ou distante. A recidiva local refere-se ao retorno do câncer na medula óssea, enquanto a recidiva regional envolve a propagação para o sistema nervoso central (SNC) ou testículos. A recidiva distante indica metástases em outras partes do corpo. A recaída pode ser precoce, ocorrendo dentro de seis meses após a remissão inicial, ou tardia, ocorrendo após um período mais longo de remissão.

Fatores de risco para recaída

Vários fatores podem aumentar o risco de recaída da LLA, incluindo a idade do paciente, a presença de certas anomalias genéticas, a resposta inicial ao tratamento e a duração da remissão inicial. Pacientes com LLA de células T ou com anomalias cromossômicas, como o cromossomo Philadelphia (Ph+), têm um risco maior de recidiva. Além disso, uma resposta lenta ao tratamento inicial e uma remissão inicial curta são indicadores de um risco aumentado de recaída.

Diagnóstico da recaída

O diagnóstico da recaída da LLA geralmente envolve uma combinação de exames clínicos, laboratoriais e de imagem. Os principais exames incluem:

Exames de sangue

Exames de sangue são realizados para avaliar os níveis de células sanguíneas e detectar a presença de blastos leucêmicos. A contagem de células sanguíneas pode indicar uma recaída se houver uma diminuição significativa nos níveis de células normais e um aumento nos blastos.

Aspirado e biópsia de medula óssea

A aspirado e a biópsia de medula óssea são procedimentos essenciais para confirmar a recaída da LLA. Durante esses procedimentos, uma amostra de medula óssea é coletada e analisada ao microscópio para detectar a presença de células leucêmicas.

Punção lombar

A punção lombar é realizada para verificar a presença de células leucêmicas no líquido cefalorraquidiano (LCR), indicando uma recaída no sistema nervoso central. Este procedimento é especialmente importante para pacientes com sintomas neurológicos.

Exames de imagem

Exames de imagem, como tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM), são utilizados para avaliar a extensão da recaída e detectar metástases em outras partes do corpo. Esses exames ajudam a determinar o local e a extensão da recidiva.

Tratamento da recaída

O tratamento da recaída da LLA depende da localização e extensão da recorrência, bem como da saúde geral do paciente. As opções de tratamento podem incluir:

Quimioterapia

A quimioterapia é frequentemente utilizada para tratar a recaída da LLA. O tratamento pode incluir uma combinação de medicamentos, como dexametasona, vincristina, clofarabina, ciclofosfamida, etoposido, pegaspargase, metotrexato, mercaptopurina, citarabina, mitoxantrona, teniposido ou vinblastina. Pacientes com LLA de células T podem receber nelarabina. A quimioterapia pode ser administrada de forma sistêmica ou intratecal, dependendo da localização da recidiva.

Transplante de células-tronco hematopoiéticas

O transplante de células-tronco hematopoiéticas, também conhecido como transplante de medula óssea, pode ser uma opção para pacientes com recaída de alto risco. Este procedimento envolve a substituição da medula óssea doente por células-tronco saudáveis de um doador compatível. O transplante pode oferecer uma chance de cura para pacientes com recidiva.

Imunoterapia

A imunoterapia é uma abordagem promissora para o tratamento da recaída da LLA. Medicamentos como blinatumomabe e inotuzumabe ozogamicina são anticorpos monoclonais que ajudam o sistema imunológico a reconhecer e atacar as células leucêmicas. A terapia com células T do receptor de antígeno quimérico (CAR-T) é outra forma de imunoterapia que tem mostrado resultados impressionantes em pacientes com LLA recidivante. As células T do paciente são modificadas geneticamente para atacar as células leucêmicas.

Radioterapia

A radioterapia pode ser utilizada para tratar a recaída local ou regional, especialmente se o tumor estiver causando sintomas como dor ou obstrução. A radioterapia pode ser administrada sozinha ou em combinação com outras terapias.

Cuidados paliativos

Os cuidados paliativos desempenham um papel crucial no manejo da recaída da LLA, especialmente em casos avançados. O objetivo dos cuidados paliativos é melhorar a qualidade de vida do paciente, aliviando os sintomas e proporcionando suporte emocional e psicológico. Isso pode incluir o manejo da dor, controle de náuseas, suporte nutricional e assistência psicológica.

Monitoramento e acompanhamento

O monitoramento contínuo é essencial para detectar precocemente qualquer sinal de recorrência. Isso inclui consultas regulares com o oncologista, exames de sangue para medir os níveis de células sanguíneas e exames de imagem periódicos. O acompanhamento cuidadoso permite a detecção precoce da recaída e a implementação rápida de estratégias de tratamento.

Data de publicação: 04/08/2016

Última atualização: 08/08/2024

Dr. Antonio Carlos Buzaid
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Antonio Carlos Buzaid é um destacado oncologista clínico, graduado pela Universidade de São Paulo, com experiência internacional nos EUA, onde foi diretor de centros especializados em melanoma e câncer de pulmão, além de professor na Universidade de Yale. No Brasil, dirigiu centros de oncologia nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, e atualmente é diretor médico geral do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. CRM 45.405
Dr. Fernando Cotait Maluf
Co-fundador do Instituto Vencer o Câncer, Dr. Fernando Cotait Maluf é um renomado oncologista clínico, graduado pela Santa Casa de São Paulo, com doutorado em Urologia pela FMUSP. Ele foi chefe do Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica do Hospital Sírio Libanês e atualmente é diretor associado do Centro de Oncologia do hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, além de membro do Comitê Gestor do Hospital Israelita Albert Einstein e professor livre-docente na Santa Casa de São Paulo. CRM: 81.930